domingo, 14 de março de 2010

Carta a um Desconhecido

Há muito desejo escrever esta carta para dizer do que quero da vida ao seu lado. Sei que está próximo o momento do encontro. Sei que percorremos caminhos distintos por muito tempo e vivemos experiências diversas. Se o visse hoje e você me perguntasse o que quero para nós eu diria que quero um amor tranquilo tecido com  afeto, companheirismo, confiança e respeito. Diria ainda que quero  ver a vida correr dia-a-dia até meus cabelos perderem a cor, sentindo o vento no rosto e fazer planos, ter nossa própria lista de coisas para fazermos enquanto vivermos - e fazê-las!

Quero voar de paraglider, mergulhar em Angra dos Reis, conhecer as ruínas maias na Guatemala, passar quinze longos dias em Ushuaia. Quero ter um carro de sete lugares para viajarmos com @s seus e @s meus filh@s pelo litoral do Uruguai até chegarmos a Colonia del Sacramento, se é que você tem filho@s. Quero lua-de-mel uma vez por ano em lugares exóticos, distantes, tranquilos onde renovaremos todo tesão que sentimos um pelo outro.


Quero falar do desejo de meus pés frios aninhados nos seus pés quentes à noite, minhas mãos segurando as suas nos dias difíceis e nos fáceis também. Pediria que seus braços acolhessem minhas fragilidades bobas sempre, mesmo que não seja todos os dias e de como quero aprender diariamente com você coisas incríveis e ao menos uma vez por ano fazer algo extraorindário e inédito. Vou querer saber por onde andou e ouvi-lo contar sobre sua jornada.

Quero escutar suas músicas favoritas e soltar meu corpo para encontrar o seu. Quero dançar para você e com você de tempos em tempos. Em seu corpo quero sentir a consciência alerta de um homem que não teme visitar os labirintos de si mesmo e compreende a viagem interior como caminho para experiências autenticas e únicas. Quero encontrá-lo e no seu olhar ver caminhos para uma vida inteira de deliciosa rotina, grata em casa amanhecer. Quero ler embaixo de árvores com a cabeça encostada em seu peito, nos parques do mundo. Dormir em rede, andar descalça e inventar receitas na cozinha aberta para o mundo que teremos bem no meio da casa que construíremos hoje no alto de um morro com vista para o vale de um lado e para o mar de outro. 

E não me diga que o que quero é muito, por que merecemos cada linha, cada plano,  cada curva, cada sonho. Merecemos um ao outro e vamos viver tudo e o que vier juntos.

Deixo-te agora, para encontrá-lo em breve - olho no olho - em algum lugar desse planeta.

A. L.

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