quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Brigadeiro Vegano ou Os velhos rótulos para novas histórias

Nada é o que parece ser. Com esse título me agarro ao passado. Prendo-me às lembranças de sabores experimentados há uma década. Prendemo-nos. Não sou diferente de ninguém que agora me lê. Ficamos todos buscando escamotear o novo com as vestes do passado para alimentar essa febre de viver o que já foi vivido, de sentir de novo o prazer já  fruído; de gozar o mesmo gozo e beijar os mesmo gosto.

foto: Aika Maria

Enganamo-nos para causar a sensação de que nada mudou, mas mudou. O mundo mudou e já não somos os mesmos. Presos ao passado mal conseguimos conceber a possibilidade de algo novo; e se a concebemos, se mesmo a criamos, carecemos de coragem para ousar apresentá-la tal como é.

E envolvemo-nos em deliciosos aromas, porções de mel e canela, testamos a textura com desvelado louvor e deslizamos nossas mãos com óleos saborosos e surge algo único e inédito. E numa  tentativa louca de recriar o vivido, referenciamos a criação com nome e sobrenome conhecidos, ou esforçamo-nos por moldá-lo semelhança e forma com o velho script. Fetiche! Ou buscamos o novo nome, mas não abrimos mão da forma. 

E não há um novo substantivo que consiga nominar algo realmente inédito e especial. Ainda mais se camuflado sob o manto do engano, sob o disfarce do que já foi, vestido pela ultrapassada fórmula. E a disfarçamos de conhecido e [re]conhecido. Como se a aprovação - sempre ela - dependesse de que isso seja aquilo, só que seja diferente, mas seja também aquilo e, sempre o fetiche no que foi um dia. Não no que é.

Quando fingimos ser o que não é; quando tentamos enganar a nós e aos outros com os velhos parâmetros tão batidos de ‘o sucesso de público e crítica’, gosto de mentira escapa, e trava a garganta e os dedos. 

Ao novo deve ser dado o direito de ser exatamente como é. Sem apegos saudosos ao que foi. Sem fetiches ou fantasias. Sem fingir-se de aprovado. Ao novo cabe ser o que é: Inédito. Com seus próprios sabores, aromas; forma sem fórmulas!  Um devir, um percurso, uma estrada, um teste, uma hipótese não demonstrada. Um fluxo de fruição!


Tentar vestir o novo com as velhas roupas do passado só fará de ambos - passado e presente - falsos. Falso o que foi, e já não é. Falso o que é, e, por fetiche, não pode atualizar-se no ser. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Vitamina Central - Asa Sul - Brasília

Foto: João Neto
Não há como falar em tradição quanto se trata da ainda jovem Brasília. Cidade se firmando nesse campo. Mas dá para falar de lugares e hábitos que ao longo das décadas que formam a capital federal do Brasil estiveram presentes na vida de muitos e muitos de nós que estamos aqui há mais de duas décadas. Um desses lugares é sem dúvida o Vitamina Central, na 506Sul, coração da W3.



O forte, por certo, são as vitaminas de frutas, com ou sem leite, batidas e servidas numa grande jarra. O preço é super amistoso, quase tanto quanto são gostosas as vitaminas.

Foto: João Neto

Mas não só de batida de frutas vive o lugar. Há diversos salgados cujo aroma literalmente toma conta do ambiente. Despertando muito desejo em quem, como eu [vocês já sabem] não pode comer glúten! Mas tranquilo... Tem pão de queijo e é de responsa. 

Foto: João Neto

No Vitamina Central você encontra gente de todas as idades. Muitos levando seus filhos, onde habitualmente tomavam vitaminas quando crianças. Assim também os mais velhos confirmam presença no lugar que resiste ao burburinho ininterrupto e revelador dos afetos e memórias que são abrigados pelo lugar.

Foto: João Neto

Por essas e por minhas próprias memórias de afetos, Vitamina Central é super recomendado aqui. Mas atenção! Não funciona no domingo. 

Entrou por uma porta, saiu pela outra... quem quiser e puder que conte outra! 

Alguma dica de café da manhã em Brasília?