segunda-feira, 14 de maio de 2012

As Brumas de Avalon - Adeus, Avalon!





foto: Thaís Werneck
'Todo mundo tem uma história inacabada,


guardada num canto empoeirado do peito.
Em geral, são histórias que nos recusamos a terminar,
e, por isso, as completamos com nossos sonhos.
E a história fica lá guardada, meio realidade e meio delírio,
como uma espécie de fauno em uma área enevoada e
 mística que não queremos banir de nossas vidas.
É o verdadeiro Avalon, aquela terra da lenda,
 onde essas histórias vivem para sempre mágicas dentro de nós.''
(Aline Mirili Mac Cord)


Escapo para Avalon desde cedo... Talvez, desde sempre. E ainda que queira fechar a porta, não é possível, mas se fosse, não seria Avalon, seria? Avalon, em verdade, mora em mim. Mas às vezes, receio cruzar as brumas e me perder no caminho de volta, embora perder-se, neste caso, fosse a melhor parte da estória. 

Acho até que todo mundo tem uma dessas para desencantar, a tal história inacabada. Ou não. Mas talvez, só talvez, ser inacabada seja a grande qualidade oculta dessas histórias e o que as mantém tão vivas e mágicas.

Conheço gente que tirou a poeira e a névoa e fez o sonho virar realidade. Fico me perguntando como? Vire e mexe eu meto os pés pelas mãos, tropeço em meus próprios pés, derrubo suco de laranja na roupa e caio de boca na magia de Avalon. É ridículo, eu sei, mas a sorte dos ridículos é que ser ridícula é direito líquido e certo.

Aline diria que as histórias são inacabadas porque a gente escolhe que seja assim. No fundo [e concordo com ela], o que dá vida a esses seres mitológicos é a nossa insistência em mantê-los vivos [bem vivos] em nós.

O risco é que em Avalon o que parece ser realidade é muito pouco confiável. Fruto da imaginação e do desejo, ancorado num mar de expectativas e sonhos. A insistência em mater o reino da fantasia vivo, termina por impedir a experiência de histórias reais, com pessoas reais. Impede ainda ver aqueles seres mágicos, despidos de [nossas] fantasias.

Mas ao tentar retomar a história que sobrevera naquele país de fantasia, pode acontecer de finalmente enxergar o que foi, percebendo que 'o que seria' é apenas fruto da própria imaginação. O que é, finalmente se revela, e em nada se assemelha às terras de Avalon. Já não há brumas, fadas, bruxas e cavaleiros errantes. Há apenas o que É.

Assim, abre-se a possibilidade de tomar o trem só de ida para o presente, fechar as portas de Avalon, seguir sem olhar para trás. Surge a possibilidade de agradecer pelas experiências e pelo aprendizado proporcionados por Avalon.

Há alguém com um terreno em Avalon que queira compartilhar sua experiência?



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