segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Provocações - Não Entendo (Clarice Lispector) - Antonio Abujamra - 22/11...



''Viver ultrapassa qualquer entendimento'' e eu, que me julgava tão inteligente, dou-me conta que afinal, não entendo. E me conforto com isso, por que às vezes é tão mais calmo e doce, tão menos estressante não entender.

Usufruo desse não entendimento, como quem passeia no parque as domingos tomando sorvete de bola.

As Cartas de Anita Lopes: Carta em dia de Chuva

As Cartas de Anita Lopes: Carta em dia de Chuva: Caio A, querido! É que sou tantas que nem mesmo eu sei exatamente quem sou. Enquanto te escrevo minha alma chove. E chove tanto e tão forte...

Freddie Mercury and Monserrat Caballe - How Can I Go On Live

Prayer

Yesterday, my dear friend Lélia Almeida [a great writer] show me this prayer [this poem]. I feel as a woman inside of a mirror and I decided to share this pragmatic prayer with my friends. That's my prayer for the new year:

Pragmatic Prayer: God forbid that a secret. God forbid one of waiting and endless silence.God forbid that a promise. May God gift us, every day, with a possible life. Amen
(Lelia Almeida, Sublime, 2011)


Thank you, Lélia for show me the mirror.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011


Nota pública - ALL OUT 
SOBRE O PLC 122

O Brasil ocupa importante espaço na arena internacional por sua relevância econômica e política, além das políticas sociais recentemente desenvolvidas. Por meio da ratificação de diversos tratados internacionais para a proteção dos direitos humanos de todos e todas, inclusive LGBTs, e pela criação de variadas políticas públicas, o país deu passos importantes em relação  à promoção e proteção de garantias fundamentais, assim como no tema de direitos da população LGBT. 

No entanto, até o momento, algumas políticas públicas, como no caso das medidas necessárias e caras à populacão LGBT, ainda se encontram pendentes no que se refere a sua implementação. O que se observa é que todas as conquistas reais em termos de direitos civis igualitários para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil,se deram no âmbito do judiciário e do executivo, o que demonstra alguns avanços mas também enormes desafios.

Na próxima quinta-feira (8/12), a senadora Marta Suplicy irá apresentar para votação na Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Senado (CDH) um substitutivo ao PLC 122/2006. Apesar de ser uma pauta histórica do movimento LGBT brasileiro,  a ALL OUT CONSIDERA que a nova redação do PLC 122  não contempla a criminalização do discurso de ódio contra a população LGBT , um dos maiores “ ativadores de homofobia” no Brasil, tornando, portanto, a legislação proposta INSUFICIENTE.

Além disso, a inclusão do parágrafo III ao texto, sem acordo com o movimento LGBT nem com a Frente Parlamentar Mista LGBT no Congresso, simboliza o aceite tácito do Congresso aos discursos de ódio que estão na raiz da onda crescente de ataques homofóbicos e transfóbicos no país, seja por parte de líderes religiosos, seja de representantes de outros setores conservadores do Brasil. 

Reafirmamos que a All Out apóia o desenvolvimento de uma legislação que possibilite a punição de atentados graves contra a vida, a liberdade, a igualdade e a dignidade humana, e neste sentido, a inclusão da criminalizacao da homofobia é uma ação  justa e necessária. Desta forma, a All Out também aplaude os esforços do Estado brasileiro para que a homofobia seja discutida no país, inclusive no âmbito legislativo, mas não pode silenciar diante da omissão quanto a violência verbal, psicológica e moral, como faz o substitutivo ao PL 122. (inclusão da blogueira)

O BRASIL, INFELIZMENTE, É UM DOS PAíSES COM MAIORES NÚMEROS DE MORTES E DE VIOLÊNCIA em razão de orientação sexual e de identidade de gênero no mundo, portanto, ainda há muito que avançar. A All Out acredita que a discriminação homofóbica deve ser punida como as outras discriminações, com legislação que reconheça o peso e a relevância necessária à criminalização da homofobia no país.

Assinam esta carta


Equipe All Out

Graça Cabral, Maria Auxiliadora, Jiçara Martins, Maria Claudia Cabral, Angela Moyses, Eleonora Pereira (Mães pela Igualdade), Luís Arruda e Lilia Arruda.

Para saber mais sobre a All Out: www.allout.org/pt
Flavia Antunes: flavia@allout.org
Joseph Hannon: joseph@allout.org

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O Beijo - Os Beijos

Acontece agora
 vívida memória
Corpos deslizando
Balança ritmada
Tépida
Língua-mar 
que banha
e lambe

                                                                             O Beijo


Odor de maresia acolhe
Sal na boca, sol no corpo
Lábios em [des]encontro
Descoberta
Hálito morno

Céu da boca
                                                                      [Entre] aberta

borboletas
bater asas
                                                                         a voar

                                                                    

                                                                          Beijo










segunda-feira, 28 de novembro de 2011

As Cartas de Anita Lopes: Carta a M.

As Cartas de Anita Lopes: Carta a M.: M, Esse (re)encontro me tirou o fôlego, ao tempo em que abriu portas e janelas, deixando fluir novos ares por aqui. Os encontros, ass...

Silêncio [1]

...então vem o silêncio. talvez precedido de certo descompasso.
talvez depois de um desencontro.
mas vem, é certo que vem o silêncio.
 primeiro sutilizado pelo tempo que se arrasta na temporada de chuvas.

e conforme as horas passam, vai crescendo. crescendo e crescendo.
e vem... e veM
como uma onda tomando conta dos espaços vazios,
ocupando as incompletudes com seus sons.

sim! o silêncio tem seus sons.

e num dado momento é tão grande...

[e a distância percorrida por ele é  tão larga]

que se torna ensurdecedor.


domingo, 6 de novembro de 2011

Como Nascem as Crenças - Carta a Alberto

Se as emoções são músculos, meu riso está flácido. A revelação veio como um soco no estômago. Era um soco no estômago, Alberto.
E, não! Não quis dizer frouxo, é flácido... 
Pensando bem, sempre foi flácido. Mas sempre pode ser tempo demais, não acha? Talvez não tenha sido sempre. Talvez tenha se tornado flácido.

Claro! Eu tinha o riso frouxo quando era criança. Sim, eu tinha! E pai dizia ''muito riso é sinal de pouco siso!'' 


- Que é siso, pai?
- Siso é juízo.
- E o riso vinha, que não parava mais.


E pai repetia e repetia e repetia. E o riso foi ficando contido. Foi sendo pouco a pouco escondido. O músculo foi sendo educado para não alongar. Foi treinado para ser músculo de quem tem juízo e bons modos. Ficou fora de uso tanto tempo que talvez nem me lembre como é uma gargalhada. 


Hoje foi o estômago que apanhou, mas foi a garganta que doeu. Memória do cárcere. A dor dos sons que anseiam por liberdade, querem pular da garganta para fora num duplo mortal carpado e aterrizar no meio do picadeiro, dar uma, duas ou várias piruetas [Bravo! Aplausos!]


Sabe que nem nas oficinas de atriz eu conseguia soltar  uma boa gargalhada. Fora condenada aos papéis de megera ou de vítima, infeliz e sofredora, por que chorar eu choro bem. E devo confessar, que com tanto riso preso, havia mesmo uma vilã escondida em mim. E os trabalhos de riso e de clown não me viam, fugia deles como quem foge da cruz [eu fugia da caldeirinha, em nome da cruz]. Não conseguia.


E quando algo muito engraçado [engraçado mesmo] acontece ou me contam uma piada daquelas, meu riso vem subindo  da barriga até o diafragma, passando pelo peito segue quente, uma onda vermelha ocupa o pescoço, as veias saltam, se espalha pelo rosto, e transborda num tsunami de lágrimas. A voz embarga, tusso, falta ar. Como falta a ar quando não rimos o riso frouxo das crianças.


'Muito riso é sinal de pouco siso', assim nasce uma crença! E adivinha, Alberto, onde ela se aloja? Não sei as outras, não sei as dos outros...A boa notícia, caro amigo, é que hoje, distraída ela revelou seu esconderijo e em breve receberá ordem de despejo. 


Contigo os segredos acabam por ser revelados. A verdade sempre vem à tona, mesmo que isso cause um pouco de [ou muita] dor.




Sua sempre,




Anita [Lopes]








quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Filho ou Filha Homossexual: Que fazer?


Dagoberto Arnaut - não me canso de pronunciar este nome nas últimas horas -mostra-nos o que fazer, com honestidade, com coragem e principalmente com muito amor. Quer saber? Leia:





Meu nome é Dagoberto Arnaut. Sou pai de uma menina gay.

Eu não sei lhes dizer exatamente quando, mas houve um momento em que percebi: Minha filha é gay. Não houve qualquer acontecimento especial para me levar a essa conclusão. Nenhuma conversa. Nenhuma frase. Nada. Foi pura percepção paterna. Mensagem sutil fluindo por esse intrincado cordão de cumplicidade que une pais e filhos.
Muitas vezes eu e minha mulher falamos sobre isso: Nossa filha é gay. Algumas vezes com convicção, outras tantas com dúvida. Nossa filha é gay? E todas essas conversas terminavam sempre com a mesma conclusão: não temos o direito de perguntar. Vamos esperar o dia em que ela se sinta confiante o bastante para nos contar. Espontaneamente.

A vida sexual dos outros nunca me incomodou. Há muito tempo eu sei que a sexualidade humana se manifesta de várias formas. Tive muitos amigos gays ao longo da vida. Um deles foi quem me apresentou a essa mulher especial com quem estou casado há 36 anos. A possibilidade de minha filha ser gay não era um problema para mim.

A para que isso ficasse claro para ela, eu comecei a ficar cada vez mais atento. Sempre que alguém fazia um comentário homofóbico, ainda que fosse apenas uma brincadeira, eu fazia questão de deixar claro que a homossexualidade de quem quer que seja não me causava qualquer espanto e nenhuma rejeição. E assim foi, até que o dia da revelação chegou.

Era véspera de ano novo. Imediatamente antes de sair para comemorar com os amigos, minha filha nos chamou.

- Pai, Mãe. Sentem aqui. Tenho uma coisa para contar para vocês.

Sentamos os três.

- Estou namorando. Nunca estive tão feliz. Mas é com uma menina.

Eu pensei que estava preparado para esse momento, mas não estava. Não consegui dizer nada inteligente. E até hoje não sei que sentimento me paralisou mais: um medo devastador da homofobia que ela teria que enfrentar sem que eu pudesse fazer nada para protegê-la; ou o imenso orgulho de ser pai de uma menina tão honesta.

Sim. O gay que sai do armário é um forte. Preferiu ser honesto consigo mesmo e com a vida. Merece respeito. Mas no âmbito familiar respeito é pouco. Aqui é preciso aceitação, acolhimento, compreensão e manifestações explícitas de amor.
A orientação homossexual é tão humana quanto qualquer outra orientação sexual. Não é opção, não é conduta a ser corrigida. É vida. Vida verdadeira. Tão abençoada quanto todas as outras criações divinas.

Olho para a minha filha que saiu do armário e vejo que seu caráter ainda é o mesmo que eu ajudei a formar. A bondade em seu coração não diminuiu, ao contrário, ficou maior porque o sofrimento de sua própria aceitação a tornou mais capaz de compreender o sofrimento humano.

Olho de novo para
a minha filha que saiu do armário e vejo que a única mudança é que agora eu sei que ela é gay.

Posso compartilhar muito da vida com os meus filhos: ética, visão de mundo, religiosidade, conduta profissional, enfim, quase tudo o que importa. Mas não é possível compartilhar com uma filha gay a experiência de ser homossexual. Afinal, ela nasceu em um lar heterossexual. Se não posso superar essa impossibilidade, posso oferecer uma casa que seja um ninho de afeto, aonde ela venha se fortalecer sempre que estiver cansada do calvário de discriminações que terá que enfrentar.

Aos homofóbicos eu gostaria de lembrar que os gays não nascem de geração espontânea. Os gays têm pais. E filho é como um nervo exposto. O que dói no filho dói nos pais, talvez até com mais intensidade. Pensem nisso antes do próximo gesto de discriminação, antes do próximo deboche, antes da próxima agressão. O que estou reivindicando é apenas respeito.
Não estou pedindo que entendam a homossexualidade de nossos filhos, até porque eu também não entendo a sua homofobia.

Nesse mês de maio, o Brasil ficou um pouco mais humano, quando o STF reconheceu que uniões homoafetivas estáveis são também entidades familiares. Isso foi muito bom. Foi excelente. Mas direitos e conquistas de cidadania parra os homossexuais pertencem ao mundo da racionalidade. A aceitação da homossexualidade do outro é assunto do coração. Pertence ao universo do afeto.




Com a ajuda do MGRV –  eu e minha mulher gostaríamos de formar um Grupo de Pais de Homossexuais para compartilhar experiências, nos ajudarmos mutuamente, mas principalmente para, humildemente, ajudar àqueles pais que amam mas ainda não conseguem aceitar seus filhos gays.


Você  que é pai, você que é mãe de um filho gay, lésbica, travesti ou transexual. É a você que me dirijo nesse momento e convido para fazer parte do Grupo de Pais de Homossexuais de São João del-Rei. Nossos filhos não merecem o sofrimento da discriminação. Vamos ajudá-los. Vamos fortalecê-los para que enfrentem  com sabedoria a homofobia e o preconceito. E assim, quem sabe, veremos nossa amada São João del-Rei, tão acolhedora, uma cidade de todos e de todas, livre da discriminação e da intolerância.

Nossa cidade fica também mais humana quando a Câmara Municipal abraça a causa dos homossexuais e trabalha para instituir políticas públicas de proteção dos direitos humanos.
Agradeço o espaço que me foi concedido para essa fala. Desejo aos militantes do MGRV uma excelente jornada amanhã em Brasília.

Agora respire. Respire profundamente e reflita sobre o exemplo de amor incondicional logo ali acima.
Além da vitória no STF em maio, há poucos dias mais uma vitória da racionalidade. STJ, por 4 votos a 1, decidiu pelo casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Mas como bem disse, Dago, isso é racionalidade. Acolhimento e aceitação da diversidade e das diferenças é assunto do coração.

Respeite a autoria, mas se quiser, copie, divulgue, pulverize na rede. Quem sabe outra mães e pais não estão neste momento precisando da força de um exemplo como esse. Qualquer dúvida, entrem em contato: maes@allout.org
ou pelo link dos comentários.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Carta às Mães e Pais Brasileiros




Mães pela Igualdade *

''Deixem que os aviões voem em círculos altos
Riscando no céu a mensagem Ele Está Morto,
Pombas de luto ostentem gravatas beges no pescoço(...)''
(W.H.Auden)



Nós, Mães pela Igualdade, gostaríamos de pedir dois minutos de silêncio e atenção para refletirmos sobre o Brasil que queremos. Dois minutos para lembrar nossos filhos e filhas. Durante esses minutos, busquem em suas memórias o momento em que viram pela primeira vez o bebê tão esperado e desejado com amor por sua família. Os pequenos olhos, a boca, os pezinhos. Lembre-se daquele instante mágico em que, após meses de espera, a pequenina pessoa esteve em seus braços.



Lembram-se do balbuciar das primeiras palavras e dos primeiros passos? O primeiro dia na escola; as festas de aniversário, as noites mal dormidas quando adoeciam; o carinho com que prepararam os presentes na escola, no dia das mães ou no dia dos pais? Lembram da janelinha no sorriso banguela?



Mal nos damos conta e as nossas crianças crescem e passam a ter vida social própria: os piqueniques, os churrascos, tardes no shopping, as baladas, a faculdade ou a escola noturna. Jovens, lindos, sensíveis, solidários, cheios de vida e de alegria.



Agora imaginem que um dia, voltando para casa, seu filho ou filha é vítima de um ataque covarde na calçada, sem motivo nenhum além de ser quem é. Você pode ouvir seus gritos clamando ‘’Mãe, me ajuda!’’, mas aquelas pessoas não param de bater, chutar, pisar e escarnecer; outras pessoas passam ao lado e nada fazem. Sua criança grita por ajuda enquanto sua pele é rasgada, seus dentes arrebentados, seus olhos feridos, seus ossos quebrados até a morte, banhada em sangue, e você impotente do outro lado da rua, ou mesmo em outra cidade. Aquele rostinho de outrora, agora deformado pelas pancadas. Essa imagem não sai da nossa cabeça. O sentimento é de desespero, angústia e vazio absoluto.



Respirem. Não é fácil passar por isso, mas essa violência é fato, e acontece todos os dias em nosso país. Nossas filhas e filhos têm sido agredidos, torturados e mortos. Nossas ‘’crianças’’, tem sido humilhadas, discriminadas, ofendidas, xingadas nas ruas simplesmente porque têm orientação sexual ou identidade de gênero diferente da maioria. Não escolheram ser lésbicas, gays, transexuais, travestis ou bissexuais, não se trata de uma opção. Simplesmente são assim: pessoas corajosas, dignas e honradas que assumem quem são, não sabem ser de outra forma e não querem viver atrás de máscaras.



·         As palavras de Marlene Xavier, uma Mãe pela Igualdade, resume com precisão o resultado extremo da homofobia descontrolada no Brasil: "Quando perdemos um filho, nos tornamos eternamente mutiladas e a nossa imagem é o reflexo da dor e da saudade, que serão nossas eternas companheiras". Algumas de nós carregamos no peito essa cicatriz, por isso pedimos que cada um e cada uma de vocês que estão lendo esta carta se pergunte: “e se meu filho ou filha fosse gay, lésbica, travesti ou transexual? Compreenderiam então a insegurança em que nós, mães de homossexuais e pessoas trans, vivemos cada vez que nossos filhos e filhas saem às ruas, viajam, vão ao cinema ou à escola. E, se amam seus filhos como nós amamos os nossos, entenderão a dor de uma mãe que perdeu seu rebento para a homofobia.

* “Mães pela Igualdade” (www.allout.org/pt/maespelaigualdade) são um grupo de mães de todos os cantos do Brasil que estão unindo suas forças para dar um recado claro contra a discriminação, a violência e a homofobia crescentes e mostrar ao país que a igualdade é um valor familiar. maes@allout.org

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Identidades em Transição

'Em tempos de discussão sobre orgulho gay e orgulho hétero, 3% da população brasileira diz sofrer preconceito de ambos os lados.

São os bissexuais --mais de 5 milhões no país, segundo pesquisa Datafolha de 2009. Na próxima sexta, dia 23, eles vão comemorar o Dia do Orgulho Bissexual.
Um deles é Fábio*, 17. "Sinto atração pela beleza dos dois", diz. "As mulheres são mais meigas e suaves, já os homens têm pegada forte, são mais rústicos."

Como ele, a estudante de ciências sociais Maraiza Adami, 23, também é bi. Ela reclama: "Os héteros acham que ser bi é transitório ou promíscuo. Já os gays, principalmente dentro do movimento LGBT, acham quase uma agressão você ficar com alguém do sexo oposto."

Especialistas em sexualidade tentam entender as razões do duplo preconceito. O psiquiatra Alexandre Saadeh, especialista em identidade sexual do Hospital das Clínicas, lembra que é muito comum que a bissexualidade seja vista como uma fase anterior à confirmação da homossexualidade'.

[o texto acima é parte: veja íntegra da matéria aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folhateen/976741-bissexuais-reclamam-que-sao-discriminados-por-heteros-e-gays.shtml]



Vivendo rupturas difícil é encontrar o espaço [quem sou?]. Identidades em transição, mundo em transformação. E quem disse que é necessário um rótulo? Que dizer do pós-gênero? Por que temos de ser istou OU aquilo, quando podemos ser isto E aquilo?

Ontem, na Parada do Orgulho Gay de Brasília, fiz a reflexão: Como são mais felizes [ainda que falte muito para o reconhecimento] hoje as pessoas que podem ir às ruas, cantando e dançando, beijando e abrançando as pessoas que amam [ou nem tanto] sem serem tratadas como ''estranhas'', ''anormais'' e ''pervertidos''.

Falta muito, eu sei! Mas é o caminho que estamos trilhando a passos largos, por uma compreensão do afeto e dos desejos menos aprisionante, mais libertária e libertadora. Oxalá chegue logo esse dia, em que amaremos mais [e melhor], deixando os rótulos no passado e acolhendo o essencial.

De minha parte, é o que fica: ser inteira, não pela metade. Sem rótulos, sem falsas declarações bradadas ao vento, vazias de significados, repletas de justificativa.

Sou quem sou hoje! Quem serei amanhã? Só as Deusas* sabem!

*para quem acredita em Deuses.

Se quiser saber mais sobre a luta dos que amam indistintamente: http://www.bisides.com/

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Carta


De súbito dei-me conta de tudo a que me submeti: à mordaça, à convivência/conivência com aquela situação escusa. Ai! Fico feliz em saber que finalmente estou livre. E não senti nenhuma dor ao constatar que ele me eliminara completamente dos murais, das linhas de tempo, de sua vida. Ao contrário, foi um alívio. 

Senti como se a chave da cela, agora aberta, tivesse sido jogada ao mar. 


Por isso a carta, querido Caio A, sobre os sentimentos e o sentido de uma decisão necessária, corajosa [sim, há que ter coragem] e há muito adiada. Chega de conivência, chega de cálices. 


Cansei de ouvir: cala-te!

Sinto-me tão leve. Já não anseio por notícias ou sinais. Triste fim de Caio M. em mim, relegado a uma lembrança longínqua de alguém que um dia teve importância e, sem mais, deixou de ter. Deixou de ser.

É inacreditável, mas nada em mim diz da solidão de um final tão oco. Estou quieta, quase neutra diante da vida e do amor. O mar finalmente serenou e posso ver a luz da lua refletida na imensidão, clareando longe, sem contudo revelar o por vir. Mas o por vir tampouco me incomoda. É por vir.  E o agora, finalmente está sendo honrado comme il faut

Faço desde então o que é preciso a cada minuto, honrando esse minuto como se fosse, não o último, mas o único.

E nesse único minuto que me resta [antes do próximo], beijo-te a face, alargo o sorriso dourado dos olhos e te desejo uma noite estelar.

Sua sempre,

Maria Anita Lopes do Canto 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Streap Tease

Aos poucos soltei as tranças, olhar longínguo.
desamarrei os cabelos e o lenço, deixei cair sobre os ombros
derramarem-se...

Tirei os brincos, signos
Limpei os lábios rúbios, deixando-os na pele e carne
carnudos

O xale deslizou pelos braços
Caiu aos meus pés, como tu um dia  [em sonhos]

Despi-me da blusa alva, da saia florida, dos sapatos
desnudei a alma

Já não era Frida, nem Camille...
Deixei Simone de Beauvoir, 

Rosa de Luxemburgo, Leila Diniz...

Despi-me de todas elas,
Abri mão!
Abandonei Carry Bradshaw...

O sexo e a cidade...


Nua em praça pública, simplesmente Maria.

O Veneno Está na Mesa (Parte 03)



Da série 'alimentação saudável é complicado por aqui''.

Bom final de semana, com alimentos orgânicos!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A Casa Espelho - Resposta a Caio

Caio:

A casa é espelho  que revela a alma que ali habita [há alma?] e por isso, adoro a sensação de olhar pela primeira vez não apenas a casa, mas o espelho [cidades, pessoas, espaços, fotografias, conceitos].

Quando chego aguço os sentidos e devagar vou sentindo o lugar. As escolhas [ou não escolhas] segredam o íntimo [sim, como um diário] de quem vive ali.

As cores ou a ausência delas. A disposição da mobília e suas formas. Há casas - já vi muitas - que reproduzem o show room de uma loja de móveis. Que dirias, Caio A., sobre as pessoas que moram ali?

Há aquelas que foram milimetricamente planejadas, com móveis imóveis.São tantas gavetas, portas, portinholas e nichos. Que pensar? Quantos segredos [ou segregação], talvez dissesse. Quanta previsibilidade! Talvez pensasse. Vi também daqueles que colecionam [seria essa a palavra?] coisas que arrastaram do caminho, e as depositam em casa como quem joga a toalha úmida no chão. A sala de visitas mais parece o museu dos horrores, tal abandono das lembranças, tal descaso com o percurso. E ainda as que adoram um passado que não lhes pertence. Forjando histórias vividas, lembranças que não têm. Memórias de outrem.

Lembro-me de que quando entrei na casa dele pela primeira vez, vi o vazio. Terra arrasada, um coquetel de show room com lembranças esparsas de uma infância vivida na idade adulta e decorado com apegos. As não escolhas assim o revelavam. Vi o descuidado zelo com as memórias, o abandono deixado pelos cantos, o desencanto náufrago.

Sim, era uma casa à deriva.

E no vazio desvelado, vesti a burca - olhos tapados - e diante das evidências, descuidei os olhos para privilegiar a boca.

Às vezes na vida sentimos tanta fome, que pedimos a quem não sabe cozinhar que nos alimente e esperamos e esperamos e esperamos pelo pão que nunca vem. Vêm migalhas e famintos nos refestelamos como se fossem banquetes com 9 talheres, 4 copos, entrada, ourd'evres, prato principal e dessert [estarias com fome?].

Os dias passam, as semanas e os meses e os anos. E a fome vai mitigando nossa capacidade de transformar o nada em amor. Insatisfeitos,  pedimos mais. Tornamo-nos 'exigentes' e mais não vem. E nos associamos ao sindicato dos famintos do mundo e fazemos greve, e escrevemos reinvindicações, e convocamos assembléias do 'eu sozinho' em que bradamos aos quatro ventos nossas inquietudes e insatisfações. Nos tornamos freaks perambulando pela sala de jantar. 

Mas, amado Caio, num dado momento nos damos conta de que escolhemos habitar uma casa vazia repleta de abandono e de descuido. Percebemos já sem dor que desejávamos nutrição e o dono da casa sequer sabe cozinhar. Momento de tirar a burca e revelar o que os olhos já haviam visto, mas preferiram tapar.

A burca é  pequena para mim. E como diria certo rabino sábio 'todo lugar em que a gente cresce, um dia fica pequeno' [e apertado].

Fica bem a ruminar esse diário lido, enquanto usufruo o prazer de minha janela com vista para o pátio iluminado de verde e ares novos.

Da sua,






quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Alberto Tibaji: Visita a Evandro

Alberto Tibaji: Visita a Evandro: Querida Anita . Saudades. Hoje estou pela primeira vez na nova casa de Evandro. Chegamos. Ele não entra. Precisa, como de rotina, parece, ...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Alimentação saudável evita surgimento precoce de doenças

Elevar o consumo de frutas e hortaliças e reduzir o consumo médio de sal da população brasileira. Essas são algumas das metas do Plano de Ações Estratégicas de Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT). Outra medida que será adotada pelo Ministério da Saúde é o Plano Intersetorial de Obesidade, que busca reduzir o excesso de peso na infância, na adolescência e na vida adulta.

Segundo dados do Ministério da Saúde, hoje 15% da população brasileira está obesa. Para o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, uma das medidas mais eficazes contra o sobrepeso é se informar melhor sobre os alimentos consumidos. "No caso da obesidade, nós temos que trabalhar com duas medidas básicas. A primeira é a instrução. A pessoa saber se informar, fazer a escolha adequada quando vai fazer a feira no supermercado. Uma segunda medida, sem dúvida nenhuma, é que a melhoria dos padrões sociais no Brasil tem propiciado um maior acesso aos bens de consumo e essa instrução pode fazer com que, ao invés de adquirir alimentos que não tem nenhum valor nutricional mais que engordam, as pessoas passem a adquirir mais frutas e legumes."

O plano prevê o combate a essas doenças que hoje é a causa da morte de 70% dos brasileiros. Em setembro, a Presidenta Dilma Rousseff participa do encontro da ONU que terá como pauta as ações dos países contra as doenças crônicas não transmissíveis.

publicado em: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS111478

Mas como se O Veneno está na Mesa?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

As Cartas de Anita Lopes: O Quereres?

As Cartas de Anita Lopes: O Quereres?: Caio: As coisas só terminam, quando acabam. Acabou. Era isso que tentara dizer . Tens razão em ser rude, mas te enganas se achas que amo al...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Alberto Tibaji: Querida Anita

Alberto Tibaji: Querida Anita: “O quereres e o estares sempre a fim Do que em mim é de mim tão desigual Faz-me querer-te bem, querer-te mal Bem a ti, mal ao quereres assi...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Veneno Está na Mesa (Parte 02)



Segunda parte do documentário O Veneno está na Mesa, de Sílvio Tendler.

Importante refletir sobre o quê estamos comendo e as consequencias para nossa saúde e de nossos filhos e filhas.

Quanto pode impactar nos gastos de saúde pública uma alimentação tão fortemente ''infectada'' por agrotóxicos?


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Marcha das Margaridas 2011 - Paz no Campo!




“Temos agora uma mulher na presidência e isso nos motiva a apostar em uma agenda positiva” (Carmen Foro, secretária de mulheres da Contag)
Margarida Maria Alves morreu aos 50 anos. A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande – terra natal de Jackson do Pandeiro –, na Paraíba, estava diante de sua casa no final da tarde de 12 de agosto de 1983 quando um pistoleiro em um Opala vermelho disparou um tiro de escopeta que atingiu seu rosto. O crime teve repercussão internacional, mas, como tantos outros, ficou impune. É para lembrar da ativista e da morosidade da Justiça para apurar os responsáveis por sua morte que foi criada a Marcha das Margaridas, este ano na quarta edição. A expectativa é de que 100 mil pessoas participem da manifestação, nos próximos dias 15 e 16, em Brasília.
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), responsável pela marcha, será a maior mobilização de mulheres na América Latina neste ano. O evento é organizado pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (composto pela própria Contag, 27 federações e mais de 4 mil sindicatos), em parceria com 11 organizações nacionais e internacionais. Ainda para lembrar o assassinato de Margarida, 12 de agosto ficou conhecido como Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo.
Em 18 de julho, uma comissão entregou a pauta de reivindicações para seis ministros, em Brasília. A presidenta Dilma Rousseff encontrará as mulheres no dia 17, logo após a saída da marcha, prevista para as 7h. Elas seguirão da Cidade das Margaridas, no Parque da Cidade, rumo à Esplanada dos Ministérios.


Programação:

O evento inclui, no primeiro dia, um ato no Congresso Nacional, debates, show da cantora Margareth Menezes. No segundo dia, a marcha começa às 7h, com retorno previsto para a Cidade das Margaridas às 13h. A presidenta Dilma deverá estar no local a partir das 15h.

domingo, 14 de agosto de 2011

Dia dos Pais [do seu Pedro]

As marcas deixadas por um pai [boas ou ruins] a gente não esquece. Pode até tratar em terapia, superar a raiva, revisitar os papéis, mas esquecer é outro assunto. E que bom! Por que as referências que tenho do seu Pedro são incríveis e sou grata por elas.

Foi ele que me estimulou a leitura, quando ainda ensaiava entender as primeiras letras me deu a coleção de Monteiro Lobato - um clássico - que por mais crítico tenha se tornado meu olhar, ainda guarda doces lembranças de Narizinho, Pedrinho e Tia Anastácia. 

Ah, tia Anastácia! A melhor quituteira daquelas bandas. Lia as estórias e sonhava não apenas com as reinações de Narizinho ou as caçadas de Pedrinho, sonhava [e experimentava] todas as guloseimas que apareciam descritas nos livros. 

Meu pai ao lado. Compartilhamos ao longo da infância esse gosto por livros, esse gosto por sabores. Minha mãe sempre foi - pelo menos desde que me entendi por gente - genial na cozinha [e em tudo mais], criava pratos sofisticados e lindos, mas meu pai, vindo das Gerais gostava de reinventar as tradições nada triviais de sua terra natal. 

Com esse cenário, fim de semana era uma festa em casa. Começava com a feira, bem cedinho [6h]. Madrugava para acompanhar o pai. Era tudo tão colorido! Quando chegávamos os feirantes ainda estavam montando suas barracas, percorríamos toda a feira observando cada produto, sentindo o cheiro das frutas, no final da rua dávamos meia volta e retornávamos pechinchando e comprando laranjas, agrião, beterrabas, couve (não podia faltar). E parávamos estrategicamente na barraquinha do pastel antes de por os pés de volta a casa. 

Depois vinha a decisão de quem cozinharia naquele dia. E a cozinha virava território proibido para a maioria, mas não para mim. Tinha prerrogativas por ter ido à feira e por ser a primogênita. Assim fui me afeiçoando a esse mágico ritual com temperos e panelas. 

A experiência suprema de nutrir, não apenas o corpo, mas também a alma com sabores, cores e encontros fez parte da minha vida. Em torno da mesa éramos nossos melhores momentos. Compartilhávamos e acolhíamos nossas histórias da semana, nossas piadas de família, nosso afeto. 

Por tudo isso, posso dizer sem medo: Pai, tenho ótimas lembranças da minha infância contigo! Obrigada por me deixar essa referência.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Inglaterra: Fim da Democracia


Quando a crise financeira e o desemprego entram pela porta, a democracia sai pelas janelas.






Resulta daí as cenas dantescas de violência ostensiva vistas nas ruas de Londres, resultado do binômio insatisfação de milhares de jovens e truculência, daquela que já foi modelo de não-violência [ainda tem hífem aqui, pelo amor de Deus?!], a polícia britânica.

A Europa vem vivendo momentos de tensão há pelo menos dois anos, quando da revolta dos jovens franceses em situação similar. Eles têm se manifestado com ''sangue nos dentes'' em países como França, Grécia, Espanha e, agora Inglaterra.

São vandalos atuando em todas esses territórios, como diz a Rede Blobo ou a questão merece maior reflexão?

O vídeo acima, apresentado pela própria emissora, nos traz alguns aspectos para auxiliar a sair da superfície da análise fácil e enveredar pela análise séria.


Vamos atiçar os macacos no sótão?



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Alberto Tibaji: Resposta ao reencontro

Alberto Tibaji: Resposta ao reencontro: "Querido Pedro . Devo confessar que me assustei com sua vinda. Também me irritei. Num período tão curto, pessoas tão díspares me visitaram: v..."

Alberto Tibaji: Resposta ao reencontro

Alberto Tibaji: Resposta ao reencontro: "Querido Pedro . Devo confessar que me assustei com sua vinda. Também me irritei. Num período tão curto, pessoas tão díspares me visitaram: v..."

Agrotóxicos proíbidos no exterior são usados no Brasil

Eduardo Galeano fala sobre o uso de agrotóxicos na produção de alimentos e os danos causados à saúde da população.



O Veneno está na Mesa (documentário de Sílvio Tendler) - Parte 1.

Ademais, o uso destes químicos são altamente prejudiciais à saúde dos trabalhadores rurais que com eles têm contato.

Eu aposto nos alimentos orgânicos, e você?




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SlowFilme Festival de Cinema e Gastronomia em Pirenópolis-GO


Vale a pena conferir, por todas as qualidades reunidas pela cidade de Pirenópolis e pelo tema. Há como não balançar ao pensar em cinema e culinária?

Bora?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sinal Fechado: Sobrevivendo.


    • A matrix em que vivemos (a autora)
       ''A faca   corta e é cortada.'' (VSB)
      - hey, girlie...

  • - Olá!

  • Tudo ok por ai?

    • - tudo bem.caminhando. cantando. seguindo a canção: sobrevivendo. e você?

    • - uma série de altos e baixos. Também sobrevivendo. Esse termo (sobrevivendo)... quando viveremos? Plenamente? Em breve, né?

  • - e o que é viver?acho que é uma escolha.andei escolhendo apenas respirar... mas foi uma escolha, ainda que inconsciente...até pouco tempo... foi uma escolha.decidi nos últimos dias viver, mas descobri que talvez não saiba o que é viver. ou talvez tenha perdido o hábito

      • - sobreviver, então, já é um passo grande.


      • -sim... é um enorme passo para quem está vendo a vida passar pela janela [do mundo?] fiz coisas nesse período que até me deram prazer. nem sei se escolhi fazê-las ou se fui escolhida. vivi ou fui vivida?
        • [to uma chata, não é?]
        • - não mesmo. acho que acontece um pouco de ambas. A faca corta e é "cortada".

        • - não há mesmo. 
            • - podemos apenas respirar e ninguém em volta nota que não estamos vivendo. o viver ou mesmo o sobreviver é tão fugidio que qualquer ir-e-vir já se constitui ''vida''para o senso comum. mas aí, o que é viver realmente?digo, fora dessa  matrix em que nos encontramos?

              - o viver, fora da Matrix, é um mundo que não sei se existe dentro da gente.


            • - e haveria como saber? [lembra aquela música do Chico, aquela que eles se encontram no sinal]
      - se for pela falta de sentí-lo por dentro, já sabemos. se for pela ânsia de não parar de procurá-lo... já sabemos. por encontrá-lo, só quando ou se acontecer.

      - sinal fechado!



      - saudades de nossos diálogos.


      - muitos virão[um dia] .


      - quem sabe.