terça-feira, 30 de agosto de 2011

As Cartas de Anita Lopes: O Amor não morre, apenas muda de lugar - Carta à D...

As Cartas de Anita Lopes: O Amor não morre, apenas muda de lugar - Carta à D...: Querida D. Maroca: Entendo. Eu o amo ainda, mas o amor mudou de lugar. Deixou o quarto, a sala e a cozinha e foi para o cômodo das boas lemb...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A Casa Espelho - Resposta a Caio

Caio:

A casa é espelho  que revela a alma que ali habita [há alma?] e por isso, adoro a sensação de olhar pela primeira vez não apenas a casa, mas o espelho [cidades, pessoas, espaços, fotografias, conceitos].

Quando chego aguço os sentidos e devagar vou sentindo o lugar. As escolhas [ou não escolhas] segredam o íntimo [sim, como um diário] de quem vive ali.

As cores ou a ausência delas. A disposição da mobília e suas formas. Há casas - já vi muitas - que reproduzem o show room de uma loja de móveis. Que dirias, Caio A., sobre as pessoas que moram ali?

Há aquelas que foram milimetricamente planejadas, com móveis imóveis.São tantas gavetas, portas, portinholas e nichos. Que pensar? Quantos segredos [ou segregação], talvez dissesse. Quanta previsibilidade! Talvez pensasse. Vi também daqueles que colecionam [seria essa a palavra?] coisas que arrastaram do caminho, e as depositam em casa como quem joga a toalha úmida no chão. A sala de visitas mais parece o museu dos horrores, tal abandono das lembranças, tal descaso com o percurso. E ainda as que adoram um passado que não lhes pertence. Forjando histórias vividas, lembranças que não têm. Memórias de outrem.

Lembro-me de que quando entrei na casa dele pela primeira vez, vi o vazio. Terra arrasada, um coquetel de show room com lembranças esparsas de uma infância vivida na idade adulta e decorado com apegos. As não escolhas assim o revelavam. Vi o descuidado zelo com as memórias, o abandono deixado pelos cantos, o desencanto náufrago.

Sim, era uma casa à deriva.

E no vazio desvelado, vesti a burca - olhos tapados - e diante das evidências, descuidei os olhos para privilegiar a boca.

Às vezes na vida sentimos tanta fome, que pedimos a quem não sabe cozinhar que nos alimente e esperamos e esperamos e esperamos pelo pão que nunca vem. Vêm migalhas e famintos nos refestelamos como se fossem banquetes com 9 talheres, 4 copos, entrada, ourd'evres, prato principal e dessert [estarias com fome?].

Os dias passam, as semanas e os meses e os anos. E a fome vai mitigando nossa capacidade de transformar o nada em amor. Insatisfeitos,  pedimos mais. Tornamo-nos 'exigentes' e mais não vem. E nos associamos ao sindicato dos famintos do mundo e fazemos greve, e escrevemos reinvindicações, e convocamos assembléias do 'eu sozinho' em que bradamos aos quatro ventos nossas inquietudes e insatisfações. Nos tornamos freaks perambulando pela sala de jantar. 

Mas, amado Caio, num dado momento nos damos conta de que escolhemos habitar uma casa vazia repleta de abandono e de descuido. Percebemos já sem dor que desejávamos nutrição e o dono da casa sequer sabe cozinhar. Momento de tirar a burca e revelar o que os olhos já haviam visto, mas preferiram tapar.

A burca é  pequena para mim. E como diria certo rabino sábio 'todo lugar em que a gente cresce, um dia fica pequeno' [e apertado].

Fica bem a ruminar esse diário lido, enquanto usufruo o prazer de minha janela com vista para o pátio iluminado de verde e ares novos.

Da sua,






quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Alberto Tibaji: Visita a Evandro

Alberto Tibaji: Visita a Evandro: Querida Anita . Saudades. Hoje estou pela primeira vez na nova casa de Evandro. Chegamos. Ele não entra. Precisa, como de rotina, parece, ...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Alimentação saudável evita surgimento precoce de doenças

Elevar o consumo de frutas e hortaliças e reduzir o consumo médio de sal da população brasileira. Essas são algumas das metas do Plano de Ações Estratégicas de Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT). Outra medida que será adotada pelo Ministério da Saúde é o Plano Intersetorial de Obesidade, que busca reduzir o excesso de peso na infância, na adolescência e na vida adulta.

Segundo dados do Ministério da Saúde, hoje 15% da população brasileira está obesa. Para o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, uma das medidas mais eficazes contra o sobrepeso é se informar melhor sobre os alimentos consumidos. "No caso da obesidade, nós temos que trabalhar com duas medidas básicas. A primeira é a instrução. A pessoa saber se informar, fazer a escolha adequada quando vai fazer a feira no supermercado. Uma segunda medida, sem dúvida nenhuma, é que a melhoria dos padrões sociais no Brasil tem propiciado um maior acesso aos bens de consumo e essa instrução pode fazer com que, ao invés de adquirir alimentos que não tem nenhum valor nutricional mais que engordam, as pessoas passem a adquirir mais frutas e legumes."

O plano prevê o combate a essas doenças que hoje é a causa da morte de 70% dos brasileiros. Em setembro, a Presidenta Dilma Rousseff participa do encontro da ONU que terá como pauta as ações dos países contra as doenças crônicas não transmissíveis.

publicado em: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS111478

Mas como se O Veneno está na Mesa?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

As Cartas de Anita Lopes: O Quereres?

As Cartas de Anita Lopes: O Quereres?: Caio: As coisas só terminam, quando acabam. Acabou. Era isso que tentara dizer . Tens razão em ser rude, mas te enganas se achas que amo al...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Alberto Tibaji: Querida Anita

Alberto Tibaji: Querida Anita: “O quereres e o estares sempre a fim Do que em mim é de mim tão desigual Faz-me querer-te bem, querer-te mal Bem a ti, mal ao quereres assi...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Veneno Está na Mesa (Parte 02)



Segunda parte do documentário O Veneno está na Mesa, de Sílvio Tendler.

Importante refletir sobre o quê estamos comendo e as consequencias para nossa saúde e de nossos filhos e filhas.

Quanto pode impactar nos gastos de saúde pública uma alimentação tão fortemente ''infectada'' por agrotóxicos?


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Marcha das Margaridas 2011 - Paz no Campo!




“Temos agora uma mulher na presidência e isso nos motiva a apostar em uma agenda positiva” (Carmen Foro, secretária de mulheres da Contag)
Margarida Maria Alves morreu aos 50 anos. A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande – terra natal de Jackson do Pandeiro –, na Paraíba, estava diante de sua casa no final da tarde de 12 de agosto de 1983 quando um pistoleiro em um Opala vermelho disparou um tiro de escopeta que atingiu seu rosto. O crime teve repercussão internacional, mas, como tantos outros, ficou impune. É para lembrar da ativista e da morosidade da Justiça para apurar os responsáveis por sua morte que foi criada a Marcha das Margaridas, este ano na quarta edição. A expectativa é de que 100 mil pessoas participem da manifestação, nos próximos dias 15 e 16, em Brasília.
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), responsável pela marcha, será a maior mobilização de mulheres na América Latina neste ano. O evento é organizado pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (composto pela própria Contag, 27 federações e mais de 4 mil sindicatos), em parceria com 11 organizações nacionais e internacionais. Ainda para lembrar o assassinato de Margarida, 12 de agosto ficou conhecido como Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo.
Em 18 de julho, uma comissão entregou a pauta de reivindicações para seis ministros, em Brasília. A presidenta Dilma Rousseff encontrará as mulheres no dia 17, logo após a saída da marcha, prevista para as 7h. Elas seguirão da Cidade das Margaridas, no Parque da Cidade, rumo à Esplanada dos Ministérios.


Programação:

O evento inclui, no primeiro dia, um ato no Congresso Nacional, debates, show da cantora Margareth Menezes. No segundo dia, a marcha começa às 7h, com retorno previsto para a Cidade das Margaridas às 13h. A presidenta Dilma deverá estar no local a partir das 15h.

domingo, 14 de agosto de 2011

Dia dos Pais [do seu Pedro]

As marcas deixadas por um pai [boas ou ruins] a gente não esquece. Pode até tratar em terapia, superar a raiva, revisitar os papéis, mas esquecer é outro assunto. E que bom! Por que as referências que tenho do seu Pedro são incríveis e sou grata por elas.

Foi ele que me estimulou a leitura, quando ainda ensaiava entender as primeiras letras me deu a coleção de Monteiro Lobato - um clássico - que por mais crítico tenha se tornado meu olhar, ainda guarda doces lembranças de Narizinho, Pedrinho e Tia Anastácia. 

Ah, tia Anastácia! A melhor quituteira daquelas bandas. Lia as estórias e sonhava não apenas com as reinações de Narizinho ou as caçadas de Pedrinho, sonhava [e experimentava] todas as guloseimas que apareciam descritas nos livros. 

Meu pai ao lado. Compartilhamos ao longo da infância esse gosto por livros, esse gosto por sabores. Minha mãe sempre foi - pelo menos desde que me entendi por gente - genial na cozinha [e em tudo mais], criava pratos sofisticados e lindos, mas meu pai, vindo das Gerais gostava de reinventar as tradições nada triviais de sua terra natal. 

Com esse cenário, fim de semana era uma festa em casa. Começava com a feira, bem cedinho [6h]. Madrugava para acompanhar o pai. Era tudo tão colorido! Quando chegávamos os feirantes ainda estavam montando suas barracas, percorríamos toda a feira observando cada produto, sentindo o cheiro das frutas, no final da rua dávamos meia volta e retornávamos pechinchando e comprando laranjas, agrião, beterrabas, couve (não podia faltar). E parávamos estrategicamente na barraquinha do pastel antes de por os pés de volta a casa. 

Depois vinha a decisão de quem cozinharia naquele dia. E a cozinha virava território proibido para a maioria, mas não para mim. Tinha prerrogativas por ter ido à feira e por ser a primogênita. Assim fui me afeiçoando a esse mágico ritual com temperos e panelas. 

A experiência suprema de nutrir, não apenas o corpo, mas também a alma com sabores, cores e encontros fez parte da minha vida. Em torno da mesa éramos nossos melhores momentos. Compartilhávamos e acolhíamos nossas histórias da semana, nossas piadas de família, nosso afeto. 

Por tudo isso, posso dizer sem medo: Pai, tenho ótimas lembranças da minha infância contigo! Obrigada por me deixar essa referência.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Inglaterra: Fim da Democracia


Quando a crise financeira e o desemprego entram pela porta, a democracia sai pelas janelas.






Resulta daí as cenas dantescas de violência ostensiva vistas nas ruas de Londres, resultado do binômio insatisfação de milhares de jovens e truculência, daquela que já foi modelo de não-violência [ainda tem hífem aqui, pelo amor de Deus?!], a polícia britânica.

A Europa vem vivendo momentos de tensão há pelo menos dois anos, quando da revolta dos jovens franceses em situação similar. Eles têm se manifestado com ''sangue nos dentes'' em países como França, Grécia, Espanha e, agora Inglaterra.

São vandalos atuando em todas esses territórios, como diz a Rede Blobo ou a questão merece maior reflexão?

O vídeo acima, apresentado pela própria emissora, nos traz alguns aspectos para auxiliar a sair da superfície da análise fácil e enveredar pela análise séria.


Vamos atiçar os macacos no sótão?



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Alberto Tibaji: Resposta ao reencontro

Alberto Tibaji: Resposta ao reencontro: "Querido Pedro . Devo confessar que me assustei com sua vinda. Também me irritei. Num período tão curto, pessoas tão díspares me visitaram: v..."

Alberto Tibaji: Resposta ao reencontro

Alberto Tibaji: Resposta ao reencontro: "Querido Pedro . Devo confessar que me assustei com sua vinda. Também me irritei. Num período tão curto, pessoas tão díspares me visitaram: v..."

Agrotóxicos proíbidos no exterior são usados no Brasil

Eduardo Galeano fala sobre o uso de agrotóxicos na produção de alimentos e os danos causados à saúde da população.



O Veneno está na Mesa (documentário de Sílvio Tendler) - Parte 1.

Ademais, o uso destes químicos são altamente prejudiciais à saúde dos trabalhadores rurais que com eles têm contato.

Eu aposto nos alimentos orgânicos, e você?




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SlowFilme Festival de Cinema e Gastronomia em Pirenópolis-GO


Vale a pena conferir, por todas as qualidades reunidas pela cidade de Pirenópolis e pelo tema. Há como não balançar ao pensar em cinema e culinária?

Bora?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sinal Fechado: Sobrevivendo.


    • A matrix em que vivemos (a autora)
       ''A faca   corta e é cortada.'' (VSB)
      - hey, girlie...

  • - Olá!

  • Tudo ok por ai?

    • - tudo bem.caminhando. cantando. seguindo a canção: sobrevivendo. e você?

    • - uma série de altos e baixos. Também sobrevivendo. Esse termo (sobrevivendo)... quando viveremos? Plenamente? Em breve, né?

  • - e o que é viver?acho que é uma escolha.andei escolhendo apenas respirar... mas foi uma escolha, ainda que inconsciente...até pouco tempo... foi uma escolha.decidi nos últimos dias viver, mas descobri que talvez não saiba o que é viver. ou talvez tenha perdido o hábito

      • - sobreviver, então, já é um passo grande.


      • -sim... é um enorme passo para quem está vendo a vida passar pela janela [do mundo?] fiz coisas nesse período que até me deram prazer. nem sei se escolhi fazê-las ou se fui escolhida. vivi ou fui vivida?
        • [to uma chata, não é?]
        • - não mesmo. acho que acontece um pouco de ambas. A faca corta e é "cortada".

        • - não há mesmo. 
            • - podemos apenas respirar e ninguém em volta nota que não estamos vivendo. o viver ou mesmo o sobreviver é tão fugidio que qualquer ir-e-vir já se constitui ''vida''para o senso comum. mas aí, o que é viver realmente?digo, fora dessa  matrix em que nos encontramos?

              - o viver, fora da Matrix, é um mundo que não sei se existe dentro da gente.


            • - e haveria como saber? [lembra aquela música do Chico, aquela que eles se encontram no sinal]
      - se for pela falta de sentí-lo por dentro, já sabemos. se for pela ânsia de não parar de procurá-lo... já sabemos. por encontrá-lo, só quando ou se acontecer.

      - sinal fechado!



      - saudades de nossos diálogos.


      - muitos virão[um dia] .


      - quem sabe. 



TDAH (TDA - Hiperatividade) - Ana Beatriz Silva - Mentes I... [Atualizado]



Eu mesma me descobri com TDAH em idade adulta, em razão de diagnóstico - equivocado - de minha filha mais velha.

Meu pensamento caótico tem explicação?

Meu ''blim-blim-blim-blim'' tem nome?

Por isso me chamam ''windows''?

Janela é minha mente, por onde rapidamente passam imagens, idéias, textos, sonhos, assuntos, desenhos, músicas... Tudo, tudo, tudo...

Isso é necessariamente ruim?

Talvez a forma como minha mente transita não sirva ao modelo cartesiano/industrial de educação e trabalho, mas ela serve muito bem à criatividade, à estratégia, à formulação e à visão sistêmica.

Portanto, hoje mais amadurecida com a idéia do que é ''ser TDAH'', questiono  que a esse modo de ser seja atribuída uma ''patologia'' e consequentemente condeno o uso de medicação da forma indiscriminada que vem sendo feita.

Encontrei a harmonia com #MeditAção e sigo usufruindo meus talentos múltiplos com alegria. Afinal, não é todo mundo que vê o mundo de sua janela!








domingo, 7 de agosto de 2011

Diário de Bordo Pirenópolis-GO

Pirenópolis é refúgio de brasilienses. Há pelo menos dois anos não colocava meus pés lá [já fora uma das 5 cidades mais apreciadas por mim ever]. Não me pergunte o porquê, não saberei responder. Talvez o abandono de Piri (para os íntimos), seja apenas um reflexo do abandono de mim. Vai saber?!

Piri esteve comigo em momentos de ruptura. Lá encontrava meu centro, caminhando pelas ruas de pedra ou fazendo trilhas pelo cerrado ao som de suas inúmeras cachoeiras. Pirenópolis me energizava. Decidimos um pouco de súbito, e fomos. A estrada por Abadiânia está excelente, após a tradicional paradinha no Jerivá, seguimos por uma vicinal até o destino. 




Eita! Mas Pirenópolis mudou!  E como mudou... Era uma cidadela histórica com forte potencial turístico, ainda a engatinhar na economia limpa quando a conheci. Primeiro pensamento ao ver a placa em 4 idiomas: Pirenópolis está mais pronta para a Copa que sua vizinha cidade-sede. 

Como quem viaja sem planejar corre o risco de não achar pouso, ficamos um tempinho em busca da 'pousada perdida' [os preços subiram bastante por lá]. A cidade ampliou muito a quantidade de pousadas e impressiona a número de hospedagens familiares (bem bonitinhas). Depois de rodar um pouco, no calor das duas da tarde, cansados da estrada e com fome, encontramos um lugar curioso [será que esta é a melhor palavra?].



Na onda de pousos familiares escolhemos ficar no Hotel Rex, isto mesmo Rex! Fica na rua da Matriz, bem pertinho da igreja. Casa restaurada com decoração kilt [autêntica]. Retrato dos patriarcas [daqueles pintados] sobre a porta do quarto de casal. Tá, o quarto mal cabia a cama, a janela dava para o muro do vizinho e os pombos tinham um ninho no forro [mas era limpinho, simpático e condizente com o preço].



 Além disso, o café da manhã tinha o charme especial das quitandas goianas feitas em casa pela d. Ilma. Eram biscoitos, sequilhos, pães de queijo e bolos (o de banana acima é imperdível) deliciosos. Claro, com flores de plástico a ornar o ambiente, mas flores de plástico não morrem!




A gastronomia tem se desenvolvido por lá. Além da culinária tradicional goiana [deliciosa], experimentei numa tal Confraria umas trouxinhas recheadas com queijo deliciosas, além de beber boa cerveja artesanal (ma non troppo). E por falar em artesanato, devo anotar que também encareceu. Deu vontade de comprar não, desta vez. 

Mas fiquei feliz em ver a cidade realizar seu potencial a tantos anos acomodado. Certamente tem dedo do secretário de cultura, Gedson Oliveira e, claro,  a equipe da Prefeitura. No meu olhar, ainda que tenha muito ainda a ser feito, Pirenópolis deixou o século XVIII para entrar no século XXI, protegendo, preservando e divulgando seu patrimônio cultural, tradições, fazeres e saberes como seu maior ativo. 

A volta a Brasília foi por Cocalzinho. Confesso que a princípio não gostei da idéia de passar sobre duas rodas em Águas Lindas de Goiás, mas qual não foi a surpresa ao ver a pista totalmente reformada e ampliada! A estrada está ótima, agora sim podemos ir por lá ou por cá. [ainda prefiro por lá, afinal, tem o Jerivá]









terça-feira, 2 de agosto de 2011

Vestida de Mar - Carta a Alberto Tibagi

quem sente a suave brisa marinha
 desse meu olhar sereno
 sequer pode supor as tormentas
 do oceano que trago em mim (a autora)


...E quando me ponho de pé outra onda vem, me puxa pelos calcanhares, derruba, arrastada pelas línguas ferinas do mar nas areias grossas, mal posso respirar. Levanto, puxo um bocado de ar [nem posso abrir os olhos - ardem - vejo o beijo violento do mar] caio de novo e de novo e de novo. 

Por um instante sinto o cheiro desfocado de céu azul e de sol. O dia está lindo. Sinto o gosto salgado de água rasgando a garganta e os olhos. Puxo mais um bocado de ar para novamente cair e me embolar na areia: por um segundo - ou pouco mais - o peso dessa luta inglória [contra algo que se mostra a cada instante mais forte], cai sobre mim. 

Nesse mísero segundo [redentor] desejo encontrar aquela casa de cristal, na rua de madrepérolas descrita por Alfonsina. Desejo me entregar e permitir que as ondas que ora me derrubam, simplesmente me arrastem suave para o fundo, ao encontro do grande peixe de ouro que às cinco horas vem nos cumprimentar. Ou talvez deseje ultrapassar a barreira da arrebentação e flutuar sobre as águas tépidas, sentindo o sol docemente me lamber a pele salgada [apenas o suficiente para curar as feridas] e me deitar tranquila sobre a cama um pouco mais azul que o mar. 

O estômago se revolve mais  que sereias de nácar verdemar dançando no fundo do mar. Sou eu, Alberto, Maria Anita a procurar a paz depois das tormentas. 

Desejo que a carta o encontre bem - e tranquilo - como as montanhas das Gerais.

Forte abraço,

A.L.

Vestida de Mar - Carta a Alberto Tibagi

quem sente a suave brisa marinha
 desse meu olhar sereno
 sequer pode supor as tormentas
 do oceano que trago em mim (a autora)


...E quando me ponho de pé outra onda vem, me puxa pelos calcanhares, derruba, arrastada pelas línguas ferinas do mar nas areias grossas, mal posso respirar. Levanto, puxo um bocado de ar [nem posso abrir os olhos - ardem - vejo o beijo violento do mar] caio de novo e de novo e de novo. 

Por um instante sinto o cheiro desfocado de céu azul e de sol. O dia está lindo. Sinto o gosto salgado de água rasgando a garganta e os olhos. Puxo mais um bocado de ar para novamente cair e me embolar na areia: por um segundo - ou pouco mais - o peso dessa luta inglória [contra algo que se mostra a cada instante mais forte], cai sobre mim. 

Nesse mísero segundo [redentor] desejo encontrar aquela casa de cristal, na rua de madrepérolas descrita por Alfonsina. Desejo me entregar e permitir que as ondas que ora me derrubam, simplesmente me arrastem suave para o fundo, ao encontro do grande peixe de ouro que às cinco horas vem nos cumprimentar. Ou talvez deseje ultrapassar a barreira da arrebentação e flutuar sobre as águas tépidas, sentindo o sol docemente me lamber a pele salgada [apenas o suficiente para curar as feridas] e me deitar tranquila sobre a cama um pouco mais azul que o mar. 

O estômago se revolve mais  que sereias de nácar verdemar dançando no fundo do mar. Sou eu, Alberto, Maria Anita a procurar a paz depois das tormentas. 

Desejo que a carta o encontre bem - e tranquilo - como as montanhas das Gerais.

Forte abraço,

A.L.