sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

No Rio de Janeiro Todas Podem Ser Garotas de Ipanema

"Talvez sejam os olhos - não o coração, os genitais ou o cérebro - 
que dêem início ao romance, já que muitas vezes é a partir do olha
que ocorre o sorriso.", diz Helen Fischer.



Estar no Rio de Janeiro em qualquer época do ano equivale há unas quinze [eu disse 15] sessões de terapia. Faz um bem para auto estima! A paquera aqui rola solta e toda* mulher se sente uma deusa. 


Os cariocas, diferente dos outros, tem um jeito de olhar que enfeitiça, fazendo brotar sem pudores os sorrisos mais sinceros. 


A paquera aqui deve ser uma instituição - e das mais respeitadas - por que não há como ser invisível ou sentir-se excluída dos jogos de sedução. O que obriga a pensar sobre como o  meio pode influenciar - de algum modo - a forma de transitar nesse espaço/tempo que é o flerte, a paquera, a sedução. 


Vejam Brasília [sempre ela], por exemplo, posso afiançar que a paquera beira a burocracia. É contida e especulativa como uma negociação política. Os olhares são restritos, os sorrisos quase institucionais, lembram aceno de Miss em final de desfile e a distância tem de ser preservada até que algum conhecido em comum faça a apresentação formal das Partes. 




Após um olhar, uma tentativa de contato,
 é normal que as pessoas reajam com um sorriso. 
Seja encontrando alguém conhecido ou iniciando um flerte,
 ele sempre é o passo que estabelece o contato. 
Porém, muito pode ser "dito" em um sorriso.
 Existem pelo menos 18 tipos, alguns mais abertos,
 outros mais fechados, o que demonstra perfeitamente qual o tipo
 de contato que se deseja ter com a outra pessoa. 




Como na política, desvios são freqüentes, mas ocorrem sempre às escondidas e são tratados como casos fortuitos, ligeiros e afobados. Expressão de um suspiro de vida Real, em meio a Matrix vivida em Bras'Ilha. Para logo, em público, voltarem às formalidades de praxe. 


No Rio de Janeiro, por outro lado, as escapadas urgentes acontecem, mas, por certo, não estão necessariamente ligadas tão-somente aos casos fortuitos, senão [em verdade] muito mais à força maior. O tesão, a paixão, a atração irresistíveis roubam a cena doa a quem doer, numa expressão autentica do ser. 






No Rio de Janeiro, todas a mulheres são lindas, venham de onde vier. Trata-se, sinto, de um jeito de ser carioca. E, quem vem de fora, logo é incorporada a esse carioca way of life. 


A voz é passiva mesmo [incorporada]. Por que quando menos se espera, saindo da praia, cabelo mal amarrado, chinelo e sal na pele, um carioca lindo pode te esperar num sinal com um sorriso aberto e um olhar avassalador. 


Prepare-se, você certamente [desacostumada dessas coisas], olhará em volta, mal podendo acreditar que é com você. Mas acredite, o carioca em questão rapidamente lhe dará sinais inequívocos de que 'sim, é com você, meu bem'. Isso em plena Farme de Amoedo [tradicional point gay da cidade].


Fala a verdade, dá para passar por uma dessas e seguir a caminhada sem se sentir a Garota de Ipanema?


Um brinde aos cariocas e seu paquerar maravilhoso!

7 comentários:

  1. Aff.. nunca vi esse cenário q vc descreveu. Devo ter viajado pro Rio errado.. no mínimo. kkkkk ;D

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  2. Olha, essa sensação de não estar acostumada, conheço bem. Quantas vezes perguntei a minha mãe: "to com alguma sujeira na cara? Me olham tanto!"
    Os homens daqui te fazem acreditar que vc é bonita, sempre! :D

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  3. Viví unos meses en Río, soy uruguaya, y es muy cierto lo que escribe María...
    ese aire, ese océano, su rambla, su gente, el Estilo de vida Carioca... ahhhh..
    inesquecivel... adorei!!!

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    1. E o Rio de Janeiro continua lindo, Daniela! Mas Montevidéu não fica atrás... me gusta muchíssimo!

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