terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Museu do Fim dos Relacionamentos

Ou Museu dos Corações Partidos existe, foi criado na Croácia e no momento seu acervo está em Londres. Nasceu a partir de [claro] término de um relacionamento, assim como a exposição ''Prenez soin de vous'' [Cuide de Você], da artista Sophie Calle. Ambos expõem as dores de amores findos.

Daí veio a provocação no FB: E você, Maria... O que colocaria nesse museu?

Pausa.... Longa pausa. Há amores que valem a pena despejar as memórias no museu, de outros melhor tê-las por perto se acaso um milagre aconteça e eles revivam.

Dos primeiros, apenas de um enviaria peças para o museu. Esse amor que me marcou com ferro e fogo, deixaria uma mala, tamanha a sensação de que fora um engôdo desde a gênese. Uma estória criada por uma mente criativa e um coração ansioso por afetos. Há colares comprados em aeroportos, um velho all star azul [para combinar com o dele],  muitas mentiras ditas nos olhos e uma certeza: é peça de museu.

De[o] outro há tantas lembranças e uma saudade indescritível do que não vivemos. Apego-me como se pudesse voltar o tempo, reviver, reescrever com a esperança tola de reencontrar. Mas é tanto [re], que talvez fosse melhor re editar, com uma roupagem literária. Escrever essa história, eternizá-la nas letras em lugar da memória e assim, fazer das lembranças  peças de um museu vivo na estória.

Assim, há meses me preparo ouvindo diariamente a caixinha de música [que chegou pelo correio], lembrança de um amor [n] vivido entre NY - BSB - PARIS, para dar fim a esperança de retomá-lo um dia. E se não o fiz ainda, depois de tantos anos, é que dói abrir mão do sonho e encarar os amores reais que vieram e se foram por falta de atenção.

Deste estranho amor, deixaria no museu um livro - igualmente presente dele - A Little Big Book of Love a fim de que ensine aos que o virem ''a acreditar no amor''.

Só não estou pronta ainda... para deixá-lo no museu.


Para quem vai à Inglaterra antes de 15 de abril, fica a dica:
Museum of Broken Relationships
De 28 de janeiro a 15 de abril de 2012
The National Centre for Craft & Design

2 comentários:

  1. Adorei o texto Claudinha, jamais imaginaria que existiria um museu assim, eu mesmo não saberia o que guardar nele, o que salvar e o que jogar fora. Um passeio entre os amores reais, os imaginários e os nem tão reais assim.


    Carlos Eduardo

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    1. Não é interessante, Cadu! O passeio por entre os amores reais, os imaginários e os nem tão reais assim... dá nota para mais texto... Não provoca que escrevo mais... afinal, o que é real?

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