''Acho que sou pós jornalista, jornalista [jornal] não me traduz''
Mayra Andrade é caboverdiana? e, Laerte, é homem? ele [?] é lésbica?
faz pensar. o que nos traduz? Sou advogada? não, mas não deixo de sê-la [tenho OAB]. somos mais, por que as fronteiras a cada dia ficam mais sem sentido. não cabemos nas margens e estas se movem, ampliando para um lado ou outro ou para ambos. as palavras não nos cabem mais. estejam expressando [ou tentando] gênero, orientação sexual, origem étnica e, no Brasil, em especial até esse estranho e questionável conceito: raça. elas são elásticos temas que se expandem para caber mais gente, para caber mais identidades.
no tema das religiões, não é diferente. E ao mesmo tempo, sinal de nossa complexidade, é nesse campo que os muros mais altos se levantam, numa desesperada busca pela conservação de um statos quo ante, pela manutenção das fronteiras do ser.
desde priscas eras, los agrimensores [y a seguir los classificadores] tem se apresentado sempre que um rasgo de liberdade corta os ares, marcando fronteiras, definindo limites, etiquetando pessoas. Sob os auspícios das religiões arvoram-se a criar limites onde na verdade não há. certo e errado são os estandartes de uma moral que teima em encaixar as pessoas em quadrados perfeitos, submetendo os seres a suas regras herméticas.
sinto dúvidas invadirem meus pensamentos quando me perguntam: você é advogada? não quanto a ter ou não um registro na ordem que me dá o privilégio de patrocinar causas em juízo, mas quanto ao verbo utilizado. como assim? Somos tantas e tantos, entre outras coisas, fazemos coisas para ganhar a vida [ou por amor, se quiserem afirmar @s idealistas]. mas isso é hoje. amanhã, não sei[sabemos].
e sei que habito esse corpo que é do sexo feminino, mas alma [imoral], corsária e camaleoa, ora é homem ora mulher e sua orientação sexual pode ser uma ou outra, ou ambas ou nenhuma. talvez o desejo e os afetos não escolham corpos simplesmente, mas os escolham também.
as palavras e mesmo os conceitos já não dão conta da complexidade e das identidades em transição.
podemos ser tudo ou podemos ser nada [ao mesmo tempo]. e jornalista é quem escreve para jornal e o jornal é prosaico em tempos de mídias eletrônicas.
e Sou e Somos muito mais do que fazemos ou do que as roupas que vestimos ou o banheiro que usamos [sentad@s ou de pé].
mas o que Sou ou o que Somos ainda é pergunta sem resposta. sigo em busca de saber quem não sou, para quem sabe um dia conseguir adivinhar-me.
faz pensar. o que nos traduz? Sou advogada? não, mas não deixo de sê-la [tenho OAB]. somos mais, por que as fronteiras a cada dia ficam mais sem sentido. não cabemos nas margens e estas se movem, ampliando para um lado ou outro ou para ambos. as palavras não nos cabem mais. estejam expressando [ou tentando] gênero, orientação sexual, origem étnica e, no Brasil, em especial até esse estranho e questionável conceito: raça. elas são elásticos temas que se expandem para caber mais gente, para caber mais identidades.
no tema das religiões, não é diferente. E ao mesmo tempo, sinal de nossa complexidade, é nesse campo que os muros mais altos se levantam, numa desesperada busca pela conservação de um statos quo ante, pela manutenção das fronteiras do ser.
desde priscas eras, los agrimensores [y a seguir los classificadores] tem se apresentado sempre que um rasgo de liberdade corta os ares, marcando fronteiras, definindo limites, etiquetando pessoas. Sob os auspícios das religiões arvoram-se a criar limites onde na verdade não há. certo e errado são os estandartes de uma moral que teima em encaixar as pessoas em quadrados perfeitos, submetendo os seres a suas regras herméticas.
sinto dúvidas invadirem meus pensamentos quando me perguntam: você é advogada? não quanto a ter ou não um registro na ordem que me dá o privilégio de patrocinar causas em juízo, mas quanto ao verbo utilizado. como assim? Somos tantas e tantos, entre outras coisas, fazemos coisas para ganhar a vida [ou por amor, se quiserem afirmar @s idealistas]. mas isso é hoje. amanhã, não sei[sabemos].
e sei que habito esse corpo que é do sexo feminino, mas alma [imoral], corsária e camaleoa, ora é homem ora mulher e sua orientação sexual pode ser uma ou outra, ou ambas ou nenhuma. talvez o desejo e os afetos não escolham corpos simplesmente, mas os escolham também.
as palavras e mesmo os conceitos já não dão conta da complexidade e das identidades em transição.
podemos ser tudo ou podemos ser nada [ao mesmo tempo]. e jornalista é quem escreve para jornal e o jornal é prosaico em tempos de mídias eletrônicas.
e Sou e Somos muito mais do que fazemos ou do que as roupas que vestimos ou o banheiro que usamos [sentad@s ou de pé].
mas o que Sou ou o que Somos ainda é pergunta sem resposta. sigo em busca de saber quem não sou, para quem sabe um dia conseguir adivinhar-me.
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