segunda-feira, 22 de junho de 2009

Amar, verbo intransitivo




''João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.''



É com Drummond que começo o dia, pensando sobre os encontros e desencontros do amor e em como a expansão do que compreendemos por amor nos abre possibilidades.


Alyssa Jones, personagem criada por Kevin Smith, em Procura-se Amy explica que resolveu envolver-se com mulheres por que acredita que é tão difícil encontrar o amor, que eliminar 50% das possibilidades não lhe parecia lógico. Ainda assim ela se apaixona irremediavelmente por Holden McNeil, que é homem e tem um grande amigo e parceiro na confecção de HQs. Está estabelecido o triangulo de mil e uma possibilidades.


As novas gerações já encontraram essa chave de possibilidades reconhecendo que amamos seres e não a forma como tais seres se manifestam.Quero dizer: João ama Fernando, mas pode amar Suzana e isso não tem nada a ver com o fato de ser homem ou mulher, baixo ou alto, gordo ou magro, negro ou branco. É o sentimento de um ser por outro ser.


Hoje, já não se fala em homossexuais - palavra quase em desuso - mas em relação homoafetiva. E não bastasse, vive-se o amor que é livre inclusive do rótulo. João pode amar Teresa ou pode amar Fernando. Em tempos distintos de sua vida. O conjunto de atributos e ensinamentos de Teresa é importante para João hoje, mas amanhã ele talvez precise aprender por meio da relação a dois algo novo, a partir de outro conjunto de atributos que tenha Fernando.


Uoooooooopa! Afinal de contas tá virando safadeza?! Não, apenas manifestação livre de afeto sem culpa, apenas expressão de sentimentos. Não se deve confundir com defesa de promiscuidade, que diga-se de passagem, existe em abundância na tradicional família mineira, goiana, cearense, amazonense, paulista e assim por diante. O tema não é relação sexual, é relação afetiva. Que fique claro! A defesa é do amor, seja como for que ele se manifeste, livre de culpa, preconceito ou hipocrisia. Principalmente de hipocrisia.


TODA MULHER TEM DIREITO A AMAR INTRANSITIVAMENTE.


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Um comentário:

  1. aff.. quem me dera pensar assim. tu sabe, ne. sou modernete e tals, massss... sem essa de mulher. eCa! e tb não consigo me imaginar amando um cara que ama ou ja amou outro cara. nemmmm!.... (necessito de uma evolução BEM maior pra alcançar isso aí! kkkk) ;*

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