quinta-feira, 3 de março de 2011

Histórias que Contamos a Nós Mesmos - Aniversário

Criança adora festa de aniversário,certo? Bolo, brigadeiro, brincadeiras e balões enchem os olhos e a boca de alegria. As minhas festas foram lindas, minha mãe era extremamente caprichosa e talentosa. Mulher criativa fazia cenários incríveis, passava noites acordada preparando toalhas de mesa exclusivas de papel crepon. Ainda assim registrei uma história sobre festas de aniversário que me faz tremer as bases quando vai se aproximando o dia. (hoje é o dia!)

Não lembro como ou quando começou, mas recordo que aos 12, solenemente decidi que dali em diante não queria mais festa de aniversário. Desfiei um rosário de argumentos e convenci meu pai e minha mãe que era muito melhor sairmos apenas nós da família para conhecer um bom restaurante (escolha da aniversariante, conta do pai).

Desde então passei anos sem fazer festa ou sair com amigos para comemorar. Cheguei a passar um deles absolutamente sozinha: pedi para ficar só. Depois do acidente de 2000, certa da gratidão pela vida, recomecei a comemorar com amigos. De lá para cá a sensação melhora, mas não passa. 

É uma fantasia, uma história que contei a mim mesma de que vai aparecer ninguém na festa. Que vou ficar sozinha, com tudo lindo e pronto esperando. Que ao redor da mesa decorada com carinho e cheia de guloseimas pessoalmente preparadas vai haver apenas o silêncio, que as horas, os minutos e os segundos passarão leeeenntos e aos poucos vou constatando que um esqueceu, o outro se enrolou no trabalho, outra ainda teve uma brigada com o namorado, enfim... que estou sozinha. Sozinha numa festa vazia.

Pergunte-me se algum dia na vida isso aconteceu? Não! Mas não impede que eu sinta o frio na barriga, a ansiedade e o medo de ser esquecida na porta da escola no final da aula.

Ooops...Preciso ir, reserva no restaurante para 12:30. Será que vou ficar sozinha naquela mesa imensa com os garçons e o maitre de testemunhas da minha solidão?

Um comentário:

  1. Não fiquei sozinha, ao contrário, amig@s querid@s estavam lá. Ao chegar, PP já me esperava. Logo chegaram Alexandra e Pedro. Rita ligou perdida, logo se encontrou e nos encontrou. Paulinha chegou, entre uma reunião e outra, já no fim da refeição. Fizemos companhia a ela. Foram tod@s que precisavam ir.

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