Foto: Clarita Rickli |
O Ipê e seus ciclos. Há tempo de florescimento. Tempo de beleza e fulgor. Há tempo de folhas caídas, flores derramadas. Há tempo de galhos magros estendidos para os céus. O Ipê e seus ciclos. Serão os relacionamentos verdadeiramente intensos como os Ipês? - pergunto-me.
Tivemos todos os tempos. Passamos por cada temporada e agora, mais uma vez, galhos secos estendem-se para o céu, enquanto flores murchas adubam as raízes. Somos Ipês? Por quanto tempo nossas flores - idas e vindas - ainda nutrirão o Ipê?
Não sei, mas gosto da perspectiva de sermos Ipês. Assim, já nem sinto saudades, nem mágoa das flores que caíram sem que eu pudésse sequer tê-las registrado. Dá-nos um sentido de percurso, movimento ininterrupto e livre, dentro de uma ordem natural de coisas. É, gosto de sermos Ipês.
Sejamos Ipês (será que meu humano egoísmo suporta?) floridos ou nus. Sejamos hoje o que somos hoje. Felizes com flores e sem flores.
Reflexivo afeto,
A. L.
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