Tão bonito falar sobre liberdade de escolha. Sobre independência e livre pensar. Lembro de já ter ouvido uma defesa apaixonada da liberdade como valor absoluto. É lindo! E forte também. Mas há liberdade sem consciência?
Vejo perplexa pessoas bradando liberdade, defendendo bandeiras, desfiando mantras sagrados e me pergunto se sabem realmente o porquê de estarem na luta. Ouço dioturnamente, colegas cheios de verdades absolutas proclamando suas crenças como certezas inolvidáveis. Será que sabem por que estão escolhendo azul e não amarelo?
Não é a primeira vez que reflito sobre escolhas, certamente não será a última. As escolhas estão presentes no dia-a-dia de tod@s e a cada segundo. Escolhas pequenas e grandes. E penso se uma escolha de 1º à direita não será responsável por mudar toda a minha vida. Ir de carro e não à pé, atravessar a rua ou atender o celular, atender o celular atravessando a rua. Almoçar no escritório ou ir a um bistrô com amigas. Atender ou não uma ligação telefônica. Abrir ou não abrir a caixa de mensagens. Parece pequeno, mas cada escolha é um potencial divisor entre a vida [estupenda ou monótona] e a morte [única certeza] - de algo ou de alguém - a todo instante estamos nisso.
Mas por que escolhemos mesmo este e não aquele? A maior parte de nós sequer se dá conta das escolhas que faz, por que as faz. E ainda pensamos que somos livres. A cada dia me convenço que mais importante que ser uma boa ou uma má pessoa para o olhar do outro, é ser consciente de cada escolha, cada ato praticado, cada caminho tomado. Não importa de fato se parece bom ou não aos olhos dos outros - e aqui incluo família, religião e sociedade - importa saber se sei ou não sei o porquê de estar fazendo assim e não de outra forma.
Busco a consciência, com a mesma necessidade com que respiro. Cada ato meu, que seja consciente e justo, mais que aprovável ou reprovável aos olhos dos outros. Estamos condenados à liberdade, mas poucos de nós conseguem cumprir de fato a sentença. Preferimos nos refugiarmos no conhecido e no respeitável. Poucos de nós têm coragem de fazer suas escolhas conscientes de suas razões para fazê-las, por que encontrar essa tal verdade consciente é f... E caio a cada instante na tentação de fugir da sentença, por medo, quase sempre por medo do olhar impiedoso e repetitivo da novela das oito.
Mas estou nesta estrada, por escolha, não por masoquismo. E se às vezes me escapo, é que ainda há muito que caminhar.
TODA MULHER TEM DIREITO DE FAZER ESCOLHAS - LIVRE E CONSCIENTEMENTE
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