''Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta... Uma mulher que merece viver e amar'' como outra qualquer do planeta''(...)
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terça-feira, 1 de setembro de 2009
Você sabia que as tartarugas põem ovos no verão?
E que...
...O Ipê branco é espécie nativa do cerrado e do pantanal brasileiros? Muito apreciado por sua beleza e exuberância, fica totalmente branco quando da floração, que ocorre em geral no mês de agosto e dura apenas dois dias. O ciclo do Ipê branco é de doze meses, quando então ocorre nova floração.
E que...
A gestação na espécie humana cumpre um ciclo de nove meses ou 39 semanas? Desde a concepção, quando se inicia o ciclo, o organismo da mulher passa por numerosas transformações, enquanto o feto se desenvolve até que esteja pronto para o nascimento.
também que...
...O ciclo menstrual inicia-se no primeiro dia da menstruação? A menstruação é a descamação do endométrio, e consequente sangramento. Isto ocorre por que os ovários reduzem muito a secreção de hormônios, e estes, por vários mecanismos, reduzem o estímulo ao endométrio, ocasionando a morte de suas células e a descamação. A cada 28 dias, em média, um novo ciclo inicia.
Pois é...
A vida tem ciclos, há quem diga que a cada sete anos nossas vidas se renovam, e iniciamos um novo ciclo. O ipê branco, assim como outras espécies vegetais, tem seus ciclos - de floração (dois dias) e de espera (doze meses); as tartarugas põem seus ovos no verão, em períodos de doze meses também. Relacionamentos também têm ciclos. Começam com o enamoramento e chegam ao término - em algum momento - sem regras fixas ou períodos pré-fixados, apesar da farta literatura sobre a ''crise dos sete anos'' no casamento.
Venho refletindo há exatos vinte oito dias sobre o final do relacionamento. A reflexão, assim como a dor, foi parte do ciclo de luto inerente ao ocaso desse amor. Passei do espanto, à tristeza, da dor à gratidão. Da dúvida à compreensão. Busquei sinceramente razões para – tal qual num drama mexicano – sofrer. Não sofri. Não sofri por que vivi os últimos dezessete meses uma relação que se iniciou com um encantamento curioso e foi se constituindo - pouco a pouco - na melhor experiência a dois pela qual passei até hoje:companheirismo, carinho, respeito e confiança foram a tônica desse amor.
A despeito do e-mail (sim, ele terminou por e-mail tal qual Gregoire Bouiller), sou grata a esse homem que tanto me ensinou. Ele segurou minha mão quando precisei e me acolheu generosamente em sua casa, quando – longe da família – adoeci e precisei de ninho seguro e aconchegante. O que posso falar dele, senão dos bons sentimentos que o tempo, a convivência e a felicidade, foram tecendo em mim?
De outro lado, sinto-me tranquila porque me dei inteira. Fui meu melhor, todos os dias, a cada dia. Fui companheira, amiga, amante. Nada omiti sobre meus sentimentos, revelei minhas dúvidas, meus temores, meu amor despudoradamente. Estive presente, talvez tão completamente que não tenha sobrado espaço para que sentisse minha ausência. Mas entreguei-me e não me arrependo.
Vinte e oito dias se passaram. Um ciclo de mulher. Momento de descamar as células mortas e preparar-me para o novo ciclo que se inicia.Uma parte de mim se vai, outra surge das entranhas. Não afastarei as boas lembranças, nem o sentimento que ainda me leva a ele, mas vou retomar meu caminho. Escolhi ser feliz, PORQUE
TODA MULHER TEM DIREITO A ESCOLHER.
P.S. Obrigada pelo Post-it.
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impossível não sofrer.. a gente sofre por qualquer perda, ainda que seja alguma coisa péssima que tá saindo de cena, que dirá se foi um relacionamento tão bom como vc diz. mas.. terminar namoro por mail? francamente! não acredito que uma atitude assim possa vir de um homem tão companheiro e maravilhoso como foi descrito por vc. enfim. muitas coisas a se refletir, e de tudo, só uma certeza: tu é realmente uma mulher forte. guerreira. difícil de se deixar abater. e vamos em frente! ;]
ResponderExcluirQuerida,
ResponderExcluirA dor eu sinto, só não escolhi não sofrer. Sabe aquela coisa Adriana Calcanhoto na vitrola, muito choro e muita vela? Então, abri mão do meu pacote sofrimento em troca de decorar meu novo lar bem lindinho, tomar sorvete com amigos queridos e ir ao teatro. Com respeito ao mail, bem... todos nós temos nossos momentos de blargh! Assim, meio sem saco até para terminar um relacionamento bacana. Esse foi o dele. Respeito.
Olá, Maria
ResponderExcluirQue beleza de texto é o seu...
A fluidez acerta tudo, em cheio.
Abraços, Carla O.
Gratidão, Carla!
ExcluirA vida tem ciclos, inevitável isso. Se a gente perde por um lado, por outro, se ganha. O melhor mesmo é guardar as boas lembranças e escolher ser feliz, outros ciclos virão e esperamos cada um melhor do que outro.
ResponderExcluirParafraseando o Belchior (tão em voga ultimamente):
"Vede o pé do Ipê,
apenasmente flora,
revolucionariamente
apenso ao pé da serra."
É preciso desejar o novo, florar "revolucionariamente", pois o rio não corre parado.
Estou florando revolucionariamente, Cadu.... Mas só agora.
ExcluirO ciclo feminino é sempre de prazeres, dores e reorganização. O peito às vezes dilata, dói. Podemos até cair em prantos entre o fim e o novo ciclo. Definitivamente não somos sintéticas ou práticas. Somos sentimento. E é ele que guia nossa razão, acredito.
ResponderExcluirTalvez seja essa a fonte da sua força, minha querida. Perceber o valor de tudo que construiu em nome do amor e que assim tornou-se uma mulher ainda mais corajosa e rica.
Sou sua grande admiradora (ainda mais).
Gratidão, Elissa. Os aprendizados, sempre eles...
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