segunda-feira, 13 de julho de 2009

Lar Doce Lar




''Lar tem algo de útero, é onde a gente se sente bem, aquecido, confortável. É também uma questão de chinelos. Eu acho. E você?'' (Viviane Pontes)


Lar é o lugar onde nos refugiamos depois de um dia duro de trabalho, espaço sagrado onde só amigos especiais tem lugar, onde nossa memória é trazida a público em pequenas ou grandes porções de história. Lugar de aconchego, conforto, prazer.

Lar não é somente um teto seguro onde se abrigar. É o retrato de quem somos do avesso, diz muito sobre nossa forma de encarar o mundo, a vida, as relações afetivas e sociais. Às vezes, tão sutil é a forma de comunicação que nem nós mesmos nos damos conta.

Dia desses entreguei-me ao prazer de deitar no sofá da sala e ficar observando a forma como arranjei algumas lembranças numa prateleira baixa na sala de estar. Conforme olhava para cada objeto percebia que o arranjo contava muito de minha história, algo sobre quem sou. Sobre as origens, as viagens, as preferências e até as contradições e as dicotomias 'nossas de cada dia'.

Impressionante como o enfileirar de objetos pode dizer tanto de nós, e fazer de uma sala, antes vazia de esperança e marcada por desarmonia, um espaço 'humanizado', aconchegante 'que não dá vontade de ir embora'.

A organização dos objetos, um xale sobre o sofá, a harmonização dos quadros, algumas poucas plantas fez do teto seguro um lar.

...Entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra porque


TODA MULHER TEM DIREITO A UM LAR.

4 comentários:

  1. amiga, se o lar doce lar é realmente 'o retrato de quem somos do avesso', como tu diz, meu lado direito ta ordganizado e limpinho.. já a minha casa.. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk socorro!

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  2. Maninha,
    Queria ter escrito A Mulher e a Casa, de João Cabral de Melo Neto(Não é pretensão, não. É por ser simplesmente divino!)

    A MULHER E A CASA

    Tua sedução é menos
    de mulher do que de casa;
    pois vem de como é por dentro
    ou por detrás da fachada.

    Mesmo quando ela possui
    tua plácida elegância,
    esse teu reboco claro,
    riso franco de varandas,

    uma casa não é nunca
    só para ser contemplada;
    melhor: somente por dentro
    é possível contemplá-la.

    Seduz pelo que é dentro,
    ou será, quando se abra;
    pelo que pode ser dentro
    de suas paredes fechadas;

    pelo que dentro fizeram
    com seus vazios, com o nada;
    pelos espaços de dentro,
    não pelo que dentro guarda;

    pelos espaços de dentro:
    seus recintos, suas áreas,
    organizando-se dentro
    em corredores e salas,

    os quais sugerindo ao homem
    estâncias aconchegadas,
    paredes bem revestidas
    ou recessos bons de cavas,

    exercem sobre esse homem
    efeito igual ao que causas:
    a vontade de corrê-la
    por dentro, de visitá-la.

    Beijos,

    Carla

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  3. Vim conhecer seu blog. Cheguei aqui através da decouer...
    Puxa ela estava comentando pro lá seu post. Lembrei na mesma hora que em algum refleti o sentindo de um lar...
    Desde as cavernas, o homem instintivamente marca seu território para criar a noção de propriedade e segurança. Por isso põe cerca e porta. Tem a chave e lá só entra quem ele quer. É refugio, esconderijo, reduto e porque não útero!
    Prazer.

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  4. ola ola : )

    Seus lares são mega peculiares. São você :) Já foi uma máquina de fazer macarrão, uma xícara com frases em francês, a desorganização de alguns arquivos no seu computador, o filme que passava na televisão... e ainda, esses objetos e coisas todas sem vida, sem você, nem nexo fazem.

    Realmente, a casa, o lar, são as coisas todas [e às vezes poucas] que nos aquecem, vinculam ao que vivemos, nos trazem recordações... [a família também] :)

    Saudades do lar que éramos aqui. Ainda somos, em extensão. Moramos no que sentimos, mora? :p

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