''Basta estar vivo para morrer''. Amo ditos populares, alguns julgam clichês desprezíveis, outros os usam indiscriminadamente. Eu, criada a base de frase de paralamas de caminhão, durante as intermináveis viagens por terra nas férias de verão, sei vários. E eles sempre me vêm à mente. São os precursores do twitter. Em menos de 140 caracteres dizem tudo, com clareza e objetividade.
Hoje ao sair do prédio onde trabalho vi o burburinho. Há menos de 15m uma mulher morrera de ataque fulminante do coração. ''Basta estar vivo para morrer'' - pensei. E os macacos começaram sua algazarra no sótão.
Por que nós esticamos mágoas e rancores? Por que nos afastamos de quem amamos por birra? Por que super valorizamos o medo em lugar do amor, a dor em lugar da saúde, a mágoa em lugar da compreensão? Por que buscamos afetos fakes para suprir nossas carências reais? Por que investimos tanto tempo em ferir quem nos fere, quando o que no fundo do coração queremos é que o engano, a briga, o desentendimento nunca tivesse ocorrido?
Por que perdemos valiosos minutos de nossa vida longe de quem nos faz feliz? De quem amamos? Dos amigos? Dos sentimentos verdadeiros?
Nossa vida está por um fio todos os dias. É clichê, sim! Mas é! A qualquer instante eu ou você podemos simplesmente deixar de existir e conosco vai embora um amor, uma palavra de afeto não dita, um reencontro adiado. Vale a pena usar paliativos para estancar a dor da injustiça ou da decepção em lugar de buscar o reencontro, o diálogo franco, maduro e honesto? Vale a pena falar com quem quiser e perder quem nos ama e a quem amamos?
Só existe hoje. Apenas hoje existe, por que basta estarmos vivos para morrermos. Quero viver cada dia como se fosse o último, preferencialmente ao lado de quem amo de verdade e não acalentando meu ego com carícias fake. Quero que, longa ou curta, minha vida seja real e intensa. Com dores e amores.
Não espere 2011 para ser feliz, para iniciar a dieta, para fazer as pazes com o irmão, para reatar o relacionamento com a mulher que ama, para dar uma chance ao homem da sua vida.
Viva agora! Jogue fora agora todo o lixo, os cadáveres, as más lembranças, as dores mal curadas, as mágoas e os rancores. Aceite agora que você e os outros têm limitações.
Viva agora! Não espere o dia seguinte, esse tempo não existe.
Viva agora os melhores desejos para 2011! Não há garantias! Portanto, viva. Agora!
''Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta... Uma mulher que merece viver e amar'' como outra qualquer do planeta''(...)
Saiba Mais de Maria
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
Hoje eu vou de... Clarice Lispector
Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!
Clarice LispectorJá segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Carta de Natal
Querida Nanda,
É Natal e sua carta me encheu de alegria e saudade. Lê-la partindo para a realização de um sonho é inspirador. Ei de fazer meus percursos qualquer hora dessas. Saturno passou por mim (passou?) e não foi fácil, confesso sem nenhum constrangimento. Abalou estruturas, mas faz parte. Afinal, querida, todas as estruturas são instáveis.
E você, sábia que é, já percebeu. Viver-vivendo e passar-passando é como se vive. Não é fácil, mas é simples. Quero respirar fundo e viver-vivendo agora, por que o tempo, é de fato um sinalizador. Nós humanos temos nos iludido com ele, vivendo ora no passado, ora no futuro, evitando a todo custo o momento presente. Simplesmente a maior parte de nós não sustenta viver o presente: sempre arrastando as correntes do passado, voltando a ele ao menor sinal de deslocamento no presente ou se projetando no futuro: medos e devaneios.
Sim, querida, não há tempo para desperdiçar. Mas desperdiçar é negar o agora e (pre)ocupar-se com o futuro. Não é tão fácil, eu sei. Atenção é uma palavra chave, um passo atrás do outro, respirando. Aprendi que atenção na respiração é tudo. O caminho mais curto para o agora/presença é respirar. Quando sentir-se invadida pela ansiedade, respire. Simples assim: respire e coloque todo o seu foco na respiração. Basta uns poucos minutos e você volta para o agora.
Nanda, você já é. É todo o seu potencial se realizando, dia após dia. Poema após poema. Mas entendo suas dúvidas e angústias quanto à escrita e nossa missão de escrever, do trabalho árduo. Sinto também.
Ao tempo em que desejo, fujo.
E deito e rolo e escapo
Me debruço sôfrega
Vomito
Cuspo
Choro
E rio e sinto e canto
E escrevo e escrevo e escrevo.
Exausta e plena
Fecho os olhos
Respiro e durmo.
...Mas é Natal! Tempo de renovar afetos e desejos.
Desejo a ti e ao universo muita paz, amig@s, sabores, sons, encantamento, poesia, abraços, saúde, pés no chão e cabeça nas nuvens, peito aberto, consciência, silêncio interior e, parafraseando Carpinejar, a liberdade de um amor para se prender.
Boa viagem e volte sempre!
M.C.
P.S. Quero viver cada dia, a espera de respostas, mas quais são as perguntas afinal?
É Natal e sua carta me encheu de alegria e saudade. Lê-la partindo para a realização de um sonho é inspirador. Ei de fazer meus percursos qualquer hora dessas. Saturno passou por mim (passou?) e não foi fácil, confesso sem nenhum constrangimento. Abalou estruturas, mas faz parte. Afinal, querida, todas as estruturas são instáveis.
E você, sábia que é, já percebeu. Viver-vivendo e passar-passando é como se vive. Não é fácil, mas é simples. Quero respirar fundo e viver-vivendo agora, por que o tempo, é de fato um sinalizador. Nós humanos temos nos iludido com ele, vivendo ora no passado, ora no futuro, evitando a todo custo o momento presente. Simplesmente a maior parte de nós não sustenta viver o presente: sempre arrastando as correntes do passado, voltando a ele ao menor sinal de deslocamento no presente ou se projetando no futuro: medos e devaneios.
Sim, querida, não há tempo para desperdiçar. Mas desperdiçar é negar o agora e (pre)ocupar-se com o futuro. Não é tão fácil, eu sei. Atenção é uma palavra chave, um passo atrás do outro, respirando. Aprendi que atenção na respiração é tudo. O caminho mais curto para o agora/presença é respirar. Quando sentir-se invadida pela ansiedade, respire. Simples assim: respire e coloque todo o seu foco na respiração. Basta uns poucos minutos e você volta para o agora.
Nanda, você já é. É todo o seu potencial se realizando, dia após dia. Poema após poema. Mas entendo suas dúvidas e angústias quanto à escrita e nossa missão de escrever, do trabalho árduo. Sinto também.
Ao tempo em que desejo, fujo.
E deito e rolo e escapo
Me debruço sôfrega
Vomito
Cuspo
Choro
E rio e sinto e canto
E escrevo e escrevo e escrevo.
Exausta e plena
Fecho os olhos
Respiro e durmo.
...Mas é Natal! Tempo de renovar afetos e desejos.
Desejo a ti e ao universo muita paz, amig@s, sabores, sons, encantamento, poesia, abraços, saúde, pés no chão e cabeça nas nuvens, peito aberto, consciência, silêncio interior e, parafraseando Carpinejar, a liberdade de um amor para se prender.
Boa viagem e volte sempre!
M.C.
P.S. Quero viver cada dia, a espera de respostas, mas quais são as perguntas afinal?
Carta de Natal
Querida Nanda,
Sua carta me encheu de alegria e saudade. Lê-la partindo para a realização de um sonho é inspirador. Ei de fazer meus percursos qualquer hora dessas. Saturno passou por mim (passou?) e não foi fácil, confesso sem nenhum constrangimento. Abalou estruturas, mas faz parte. Afinal, querida, todas as estruturas são instáveis.
E você, sábia que é, já percebeu. Viver-vivendo e passar-passando é como se vive. Não é fácil, mas é simples. Quero respirar fundo e viver-vivendo agora, por que o tempo, é de fato um sinalizador. Nós humanos temos nos iludido com ele, vivendo ora no passado, ora no futuro, evitando a todo custo o momento presente. Simplesmente a maior parte de nós não sustenta viver o presente: sempre arrastando as correntes do passado, voltando a ele ao menor sinal de deslocamento no presente ou se projetando no futuro: medos e devaneios.
Sim, querida, não há tempo para desperdiçar. Mas desperdiçar é negar o agora e (pre)ocupar-se com o futuro. Não é tão fácil, eu sei. Atenção é uma palavra chave, um passo atrás do outro, respirando. Aprendi que atenção na respiração é tudo. O caminho mais curto para o agora/presença é respirar. Quando sentir-se invadida pela ansiedade, respire. Simples assim: respire e coloque todo o seu foco na respiração. Basta uns poucos minutos e você volta para o agora.
Nanda, você é. É todo o seu potencial se realizando, dia após dia. Poema após poema. Mas entendo suas dúvidas e angústias quanto à escrita e nossa missão de escrever, do trabalho árduo. Sinto.
Ao tempo em que desejo, fujo.
E deito e rolo e escapo
Me debruço sôfrega
Vomito
Cuspo
Choro
E rio e sinto e canto
E escrevo e escrevo e escrevo.
Exausta e plena
Fecho os olhos
Respiro e durmo.
...Mas é Natal! Tempo de renovar afetos e desejos.
Desejo a ti e ao universo muita paz, amig@s, sabores, sons, encantamento, poesia, abraços, saúde, pés no chão e cabeça nas nuvens, peito aberto, consciência, silêncio interior e, parafraseando Carpinejar, a liberdade de um amor para se prender.
Boa viagem e volte sempre!
M.C.
Sua carta me encheu de alegria e saudade. Lê-la partindo para a realização de um sonho é inspirador. Ei de fazer meus percursos qualquer hora dessas. Saturno passou por mim (passou?) e não foi fácil, confesso sem nenhum constrangimento. Abalou estruturas, mas faz parte. Afinal, querida, todas as estruturas são instáveis.
E você, sábia que é, já percebeu. Viver-vivendo e passar-passando é como se vive. Não é fácil, mas é simples. Quero respirar fundo e viver-vivendo agora, por que o tempo, é de fato um sinalizador. Nós humanos temos nos iludido com ele, vivendo ora no passado, ora no futuro, evitando a todo custo o momento presente. Simplesmente a maior parte de nós não sustenta viver o presente: sempre arrastando as correntes do passado, voltando a ele ao menor sinal de deslocamento no presente ou se projetando no futuro: medos e devaneios.
Sim, querida, não há tempo para desperdiçar. Mas desperdiçar é negar o agora e (pre)ocupar-se com o futuro. Não é tão fácil, eu sei. Atenção é uma palavra chave, um passo atrás do outro, respirando. Aprendi que atenção na respiração é tudo. O caminho mais curto para o agora/presença é respirar. Quando sentir-se invadida pela ansiedade, respire. Simples assim: respire e coloque todo o seu foco na respiração. Basta uns poucos minutos e você volta para o agora.
Nanda, você é. É todo o seu potencial se realizando, dia após dia. Poema após poema. Mas entendo suas dúvidas e angústias quanto à escrita e nossa missão de escrever, do trabalho árduo. Sinto.
Ao tempo em que desejo, fujo.
E deito e rolo e escapo
Me debruço sôfrega
Vomito
Cuspo
Choro
E rio e sinto e canto
E escrevo e escrevo e escrevo.
Exausta e plena
Fecho os olhos
Respiro e durmo.
...Mas é Natal! Tempo de renovar afetos e desejos.
Desejo a ti e ao universo muita paz, amig@s, sabores, sons, encantamento, poesia, abraços, saúde, pés no chão e cabeça nas nuvens, peito aberto, consciência, silêncio interior e, parafraseando Carpinejar, a liberdade de um amor para se prender.
Boa viagem e volte sempre!
M.C.
Assinar:
Postagens (Atom)