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sábado, 3 de novembro de 2012

Qual a resposta?

'O que eu tenho de fazer para receber esse cuidado e essa atenção?'


Algumas perguntas nos desorganizam tanto que mal conseguimos responder. 



'O que eu tenho de fazer para receber esse cuidado e essa atenção?'


Mesmo ouvindo pela segunda vez a pergunta, não conseguia respondê-la. Via o cursor girar em busca de arquivos que contivessem a resposta: em vão. Não havia naquele tempo/espaço resposta. E, como de hábito, tropecei nos próprios pés e, de súbito, mandei uma resposta completamente sem verdade. Vencida pela timidez, que tento a todo custo ocultar, choveu dentro de mim. E fiquei a dar voltas em torno do rabo em busca da resposta que sei de cor. 

Para receber de mim cuidado e atenção, gentileza e coração é preciso bem pouco. 

Primeiro é preciso verdade. [aquilo que faltou em minha resposta atrapalhada];

Verdade de ser quem é, confiando em meus braços e coração abertos à toda gente. Não vale ocultar timidez, como fiz e tropeçar nos capachos das salas de estar, derrubando bandejas inteiras e fazendo algazarra. 

Em nome da verdade tenho de confessar: Assim, de surpresa, sinto medo e respondo qualquer coisa que me afaste rapidamente das perguntas que me embaraçam.

Então, é preciso também generosidade para aceitar quem sou, como sou. Perceber que por detrás da mulher intocável, há uma menina e que a guerreira valente tem um coração delicado, que merece [também] cuidado. 

Por último é preciso saber, e fazer valer, o cuidado e a atenção que desejas. Como? Por reciprocidade. 

Tudo o que dou é o que peço. Então, não venha com descuido ou desatenção. Cuide de mim e cuidarei de ti. Seja gentil e respeitoso, serei gentil e respeitosa. Seja carinhoso e serei carinhosa. Cuide e serás cuidado. 

E por fim, lembre-se do primeiro requisito [sempre]: Seja verdadeiro. 










segunda-feira, 30 de maio de 2011

Diário de Bordo Porto Alegre V - Dia 2

''Bola na trave não altera o placar 
Bola na área sem ninguém pra cabecear 
Bola na rede pra fazer um gol
 Quem não sonhou ser um jogador de futebol?''
(Skank)



Ir a Porto Alegre em fim de semana de jogo do Inter no Beira Rio e não comparecer ao estádio seria crime. Sim, embora não seja torcedora fanática, gosto muito de clima de estádio de futebol. Momento em que o esporte ganha contornos de espetáculo, com a platéia interagindo e expressando. Momento de emoções ao extremo e adrenalina a mil.

O estádio do Inter é um dos doze que receberão os jogos da Copa de 2014 e posso afiançar que com todo o atraso a organização e a segurança são primorosos. Chegam a irritar de tão perfeitinhos - a bilheteira, após conferir e registrar a identidade da torcedora que compra ingresso diz ''bom jogo para nós''. Há um ar de todos pelo vermelho e branco.


foto: Maria Cláudia Canto Cabral Iphone

A tal ponto que a equipe de serviços gerais usa vermelho e branco  - as cores do time - em uniformes impecáveis. Viu ali?

Como todo estádio em dia de jogo, ambulantes a vender toucas, cachecóis, bandeiras, almofadas, chapéus e tudo o que você puder imaginar com o escudo do time. Tá duvidando, dá um look:

foto: Maria Cláudia Canto Cabral Iphone 


Mas o que chamou minha atenção, com todo esse zum-zum: ''não vai dar tempo, não vai dar tempo'' é que as instalações estão ''muito bem, obrigada'' e a obra está caminhando.  Para se ter uma idéia, banheiro em estádio de futebol, bem, se é que me entendem... Mas lá?  Honestíssimo! E olha que fui no intervalo. Tudo para estar um nojo, mas me senti no Barra Shopping [bem, tipo sábado fim da tarde].

De resto, é futebol! É espetáculo no campo e fora dele! O vendedores de refrigerante, a torcida uníssona dando força ao time [não adiantou muito, é verdade]. A torcida adversária, que neste sábado não passava de 6 dezenas de cearenses, muito animados com aquele frio todo. E, claro, o narrador no radinho anunciando as Lojas Quero-Quero e as Botas 7 Léguas, entre uma narrativa e outra. 

O radinho numa orelha e o som da torcida na outra. Sentir aquele som entrando pelos poros é sentir-se viva! Quer experimentar? Trouxe um pouco aqui comigo, graças ao Iphone4, o melhor amigo de uma blogueira. Experimenta:


Estávamos bem ao lado da torcida jovem no primeiro tempo. Depois ao lado da charanga. Super emoção. Ao iniciar o jogo a primeira homenagem da torcida, que é minha predileta no país: ao Iarley, ex jogador do Inter, cearense e defendendo o Ceará em campo, foi ovacionado pela torcida do Colorada, tratado como herói numa inequívoca manifestação de gratidão àquele que tantas alegrias deu à torcida Colorada. Foi de arrepiar. 

foto do site Sportv.globo.com

Por ironia do destino, aqueles pés que tantos gols fez pelo Inter foram os que fizeram balançar a rede do time: goooool do Ceará no segundo tempo [tá, foi de cabeça o gol, eu sei, é licença poética]. Dali em diante, vitória do adversário em casa. Triste para os colorados gaúchos. Para mim, colorada e cearense de coração, foi espetáculo. Dois times muito bons, 22 jogadores raçudos em campo, 12mil espectadores na platéia, cantando, vibrando e torcendo.  A bola dançando para lá e para cá, num balé disputado lance a lance. Só alegria e a vitória de quem torce pela arte, a camaradagem, a beleza e o espetáculo.




domingo, 29 de maio de 2011

Diário de Bordo Porto Alegre V - Dia 1

Viagem: Porto Alegre: a capital desperta meus afetos e curiosidades no momento. Cá estou novamente, descobrindo cantinhos e segredos.

A cidade não é perfeita, seus filhos tampouco. Mas, é perfeita para mim, pelo menos por ora. Tem me ensinado muito sobre a estética do frio e a força das migrações européias na constituição desse povo chamado gaúcho.

Estive pela segunda vez no Café e Lojinha ''Lugar Maior'', das novas amigas Aline e Marta. Fica na Felipe Camarão [claro que no Bonfim, o bairro do meu coração] e é um lugar mágico: mistura de lojas de coisinhas lindas [tênis, roupas exclusivérrimas, livros  e adereços diversos] e cafeteria.

As meninas fazem panquecas de ''dulce de leche''. Adivinhem se eu A-MEI?! Além disso, servem uma cidra inglesa: Pascall, deliciosa!

 Entre as coisas lindas que se pode encontrar no Lugar Maior é artesanato porteño, como esses brinquedos feitos com papier maché e material metálico reciclável. Lindos, lindos! Desejei para mim.



No mesmo endereço fica a Joner Produções. Esse papel de parede [exclusivo] não é tudo? E a marca que marca o talento da Carla, não traduz com perfeição a 'origem controlada' do talento?

Quando for a Porto Alegre, não deixe de ir ao Bonfim, além do Lugar Maior, Quibe do Brique [que fica na mesma rua] há lugarzinhos incríveis nesse bairro charmoso da cidade.

terça-feira, 22 de março de 2011

Diário de Bordo Porto Alegre IV

Porto Alegre entrou em mim para o resto da vida. Aqui estou, delicadamente tomando a cidade nas mãos, percorrendo suas ruas corriqueiras, deslizando pelos endereços de todos os dias. Sorvendo os sabores da cidade, flutuando nos acentos típicos da fala gaúcha.

Adoro conhecer novos lugares e conhecer para mim é uma experiência sensorial, multi sensorial. Preciso sentir os cheiros, minha pele tem de estabelecer contato com as ruas e as praças, preciso dos sons e dos silêncios, do movimento e das pausas das avenidas e dos semáforos; claro, preciso sentir os gostos da cidade. Não os gostos forjados em clubes de gastronomia - que são ótimos para outros propósitos - mas o sabor que vem das esquinas, das tradições, das origens étnicas, do dia a dia de cada lugar.

Ontem foi dia de provar o Kibe do Brique, que fica ali na Felipe Camarão, bairro Bonfim. Não podia deixar de experimentar.  O bairro, lugar de forte influência judaica, abraça o Kibe do Brique e suspiro de orgulho de ser brasileira, onde árabes e judeus são vizinhos, são sócios, são amigos.

O kibe é imperdível, o preço honesto, o atendimento é simpaticíssimo e o lugar um charme. Precisa dizer mais? Arrependimento apenas de não ter provado o amanteigado de tâmaras - eu amo - mas hei senti-lo completamente antes de partir. (por sorte estou hospedada a dois passos desse pequeno paraíso). Mas não apenas de sabores é feita uma cidade.

Tomei um coletivo hoje cedo em direção a Menino Deus, bairro de Porto Alegre onde viveu Caio - Caio Fernando Abreu -  a ausência mais presente dos últimos tempos, com quem dialógo diariamente, a quem escrevo turbilhões de idéias esperando uma resposta, um alento. Bairro cujo nome tem acordes de Caetano, sussurrando em meus ouvidos. Fui lá. Fui sentir o cheiro e permitir-me deslizar por suas ruas estreitas, profundas, reveladoras da essência tímida e silenciosa.

Mergulhei nas profundezas da Peri Machado até respirar fundo diante da praça coberta de folhas ainda não secas anunciando o outono que se avizinha por aqui. Foi bom, sensorialmente bom e cheio de lembranças que não tenho.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Diário de Bordo - Porto Alegre

Experimentando Porto Alegre novamente, tive a oportunidade de reencontrar o Zaffari e, de certo modo, rever a vivência anterior. 

Pude ainda, praticar meu esporte predileto: provar comidinha de rua  (hei de escrever um guia de comidinhas de rua qualquer dia). Afirmo, sem qualquer dúvida, que experimentei o melhor cachorro quente das últimas décadas. Perde apenas para o dog da minha mãe. 


Como tudo o que se come por aqui, era enorme. Duas saborosas salsinhas (eu não quis o big), abraçadas por pão fofo e quentinho, cobertas por espesso molho de tomades, adornados com milho verde; para complementar ervilhas (uma mania gaúcha), muita salsa picada e uma generosa cobertura de queijo parmesão artesanal ralado. Um espetáculo para os olhos, uma dádiva para o estômago, um afago para o coração. 

Sim, o famosíssimo cachorro quente do Rosário (colégio particular localizado em frente à praça Dom Sebastião), no Centro de Porto Alegre, afaga a alma, trazendo para a boca o gosto de uma adolescência recheada de afeto e alegria.

Mas a experiência gastronômica não se restringiu ao dogão. Visitei também O Moita (Avenida Ipiranga, 2800 - Azenha, Porto Alegre), especializado numa da instituições da gastronomia de rua gaúcha: o Xis. Xis é um sanduíche gigante recheado com ingredientes muitas vezes inusitados, com resultados saborosíssimos. 

Um dos mais tradicionais, o Xis Coração, vem com corações de frango grelhados, alface, tomate, maionese, ovo (opcional), queijo, milho e ervilha (a mania gaúcha). Outros exemplos de recheio são  o estrogonofe (testado e aprovado),  o campeiro (hamburguer, calabresa, coração, bacon) e o Xis Calabresa, que dispensa apresentações. A experiência foi impressionante tanto pelo sabor, quanto pelo tamanho. Eu confesso que não sou capaz de comer um inteiro, fico com um quarto do tamanho e o mesmo sabor de Xis.  

Outra experiência bem bacana no Moita foi a Torrada. Se você pensou em duas fatias de pão de forma crocantes, acertou apenas em parte. A Torrada gaúcha corresponde a um misto quente turbinadíssimo. No meu caso, escolhi uma Torrada de Filé, composta por um delicioso bife de filé, queijo, presunto, maionese, tomates e alface, envolvidos por duas maravilhosas torradas tal qual as conhecemos. 

Tudo isso para afirmar que a comida de rua em Porto Alegre é de primeiríssima qualidade e espetacular sabor. Vale a pena conferir!

domingo, 16 de maio de 2010

Diário de Bordo Porto Alegre III

Hoje, por fim, conheci o famosíssimo Zaffari. 

Nove entre dez gaúch@s morando em Brasília dizem que o que mais lhes faz falta é o Zaffari.

Ouvi por muito tempo sobre a organização, a limpeza, a beleza e o atendimento gentil e educado.

Tantos comentários fizeram com que o Zaffari figurasse na minha lista de lugares para visitar em Porto Alegre.

Fui conferir nesta manhã de domingo. Sim, o Zaffari é lindo. A arquitetura interna é diferenciada, a organização é impecável, a limpeza faz gosto. No entanto, o atendimento foi algo mal-humorado. Não foi uma primeira e única impressão. 100% dos funcionários com que tive contato - três - foram secos ou visivelmente acordaram com o pé esquerdo. Logo, minha experiência não foi tudo o que esperava que fosse.

Na caminhada de volta ao hotel, passei por uma rua encantadora. Rua da República, na Cidade Baixa é arborizada, e, pelo menos na manhã de domingo, tranquila como brisa de fim de tarde. Muito me lembrou a Calle Honduras, em Buenos Aires. Faltou o registro fotográfico, mas a retina salvou esse arquivo visual.

Ontem à noite, fui conferir as massas do Atelier das Massas. Um lugarzinho charmoso, localizado na r. Riachuelo, 1482.

Vale a pena experimentar as massas caseiras com seus molhos exóticos. Experimentei o Fetuccine à Forestier. A massa, bem mais larga do que eu esperava, estava saborosa. Acompanhei com um Tannat - uva de minha preferência - e excelente companhia.

sábado, 15 de maio de 2010

Diário de Bordo Porto Alegre II

Porto Alegre vista do Cais do Porto é pura poesia. Visita ao mercado municipal é obrigatória.

A variedade de sabores e cores é incrível e os bares e restaurantes, simples e saborosos. Estando na capital colorada (me perdoem os gremistas), não há como deixar de visitar.

Fugi. Fugi na hora do almoço, caminhei até o mercado para encarar um parmegiana honesto, para só depois descobrir que, embora a comida do mercado seja gostosa em quase todo lugar, a recomendação mor é o Gambrinus. Não deu, terei de voltar a cidade.

No Cais do Porto segue a Feira Brasil Rural Contemporâneo reunindo agricultores familiares e empreendimentos de assentamentos da reforma agrária de todo o país numa festa de diversidade gastronômica, olfativa e visual.

Ontem à noite, cinco mil pessoas prestigiaram o show de O Teatro Mágico, que teve abertura de um importante artista gaúcho: Nei Lisboa.

O sucesso de O Teatro Mágico foi inegavelmente visível no rosto de crianças, adolescentes e jovens adultos que prestigiaram a apresentação, cantando junto as letras, vibrando a cada pausa e, em especial, usando maquiagem circense, marca registrada do grupo paulista.

Por fim, o reencontro com pessoas importantes do passado, resgatando velhas memórias, importantes experiências vividas. Cada vez mais acredito que sou: eu e minhas experiências, que sou: eu e minhas circunstâncias, profunda, intensa, real e verdadeira. Em qualquer parte do país ou do mundo amizades  permanecem atravessando décadas, quando a entrega é verdadeira, transcendem a materialidade dos encontros.



quarta-feira, 12 de maio de 2010

Diário de Bordo - Porto Alegre I

Chegada a Porto Alegre sujeita a turbulências em razão do mau tempo. No mais, táxi para o hotel. É uma cidade. Ponto.

Hotel simples, relativamente honesto. Cama confortável para uma carcaça exausta como a minha.

Café da manhã à moda. Excelente companhia nas primeiras horas da manhã. Nada como uma boa prosa logo cedo.

Logo cedo iniciou o trabalho. Duro e árduo do dia todo. Acompanhando, verificando, administrando a ansiedade do atraso na montagem. Estamos aqui, até agora. E ficaremos por mais não sei quanto tempo ainda.

O Cais do Porto é lindo, a vizinhança, embora seja área central é muito bem conservada, pelo menos o pouco que pude ver no trajeto para o almoço.

Nenhuma nota especial com respeito ao almoço: rápido, ligeiro, barato e bem corriqueiro. Mas atendeu a necessidade do momento. Quem sabe consigo me presentear agora à noite. Quem sabe?

O trabalho segue, e eu?

Sigo feliz com as escolhas que fiz.