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quinta-feira, 23 de junho de 2016

Hoje vou de... Wislawa Szymborska



in www.magnusmundi.com
Bato à porta da
– Sou eu, deixa-me entrar.
Quero penetrar no teu interior,
olhar ao redor,
prender-te como a respiração.
pedra.
– Sai – diz a pedra.
Sou hermeticamente fechada.
Mesmo quebradas em pedaços
vamos ficar hermeticamente fechadas.
Mesmo trituradas em grãos
não vamos deixar ninguém entrar.

Bato à porta da pedra.
– Sou eu, deixa-me entrar.
Venho por curiosidade pura.
A vida é a única ocasião para ela.
Pretendo passear pelo teu palácio,
e depois visitar a folha e a gota dӇgua.
Não tenho muito tempo para tanto.
Minha mortalidade deveria te comover.
– Sou de pedra – diz a pedra –
e sou obrigada a manter a seriedade.
Sai daqui.
Não tenho os músculos do riso.
Bato à porta da pedra.
– Sou eu, deixa-me entrar.
Ouvi dizer que em ti há grandes salas vazias,
nunca vistas, inutilmente lindas,
surdas, sem eco de passos de quem quer que seja.
Reconhece, tu mesma não sabes muito sobre isto.
– Salas grandes e vazias – diz a pedra –
mas nelas lugar não há.
Lindas, talvez, mas além do gosto
de teus pobres sentidos.
Podes me conhecer, mas me provar nunca.
Com toda a minha superfície me volto para ti,
mas com todo o meu interior te dou as costas.
Bato à porta da pedra.
– Sou eu, deixa-me entrar.
Não busco em ti um refúgio para a eternidade.
Não sou infeliz.
Não estou desabrigada.
Meu mundo é digno de retorno.
Vou entrar e sair com as mãos vazias.
E como prova de que realmente estive pre sente,
não vou mostrar nada além de palavras
às quais ninguém dará fé.
– Não vais entrar – diz a pedra –
Falta a ti o sentido da participação.
Nenhum sentido substitui o sentido da participação.
Mesmo a visão elevada até à clarividência
não serve para nada sem o sentido da participação.
Não vais entrar, tens apenas uma noção deste sentido,
apenas o seu germe, sua imagem.
Bato à porta da pedra.
– Sou eu, deixa-me entrar.
Não posso esperar dois mil séculos
para entrar debaixo do teu teto.
Se não crês em mim – diz a pedra –
Dirige-te à folha, ela te dirá o mesmo que eu,
e à gota d”água, que te dirá o mesmo que a folha.
Por fim pergunta aos fios de teu próprio cabelo.
Um riso se alarga em mim, um riso, um riso enorme,
que eu não sei rir.
Bato à porta da pedra.
– Sou eu, deixa-me entrar.
– Não tenho porta – diz a pedra.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Hoje vou de... Subway Love







Hoje vou de Subway Love... and Love and love...



Open your heart!



Entrou por uma porta e saiu pela outra. Quem quiser que cante outra!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Hoje vou de... Verdades sobre Silas Malafaia

Silas Malafaia e a Teologia da Estupidez
Enviado por luisnassif, seg, 04/02/2013 - 21:53
Por Alyson Freire
Da Carta Potiguar
Silas Malafaia e a Teologia da Estupidez: Homossexuais e Bandidos?

Alyson Freire

Não há surpresas ou novidades quando o pastor Silas Malafaia fala. Cada vez em que é entrevistado ou empresta sua voz para algum programa de natureza política ou religiosa, assistimos e ouvimos o mesmo desfile de preconceitos, inverdades e sofismas. Bem sabemos que os disparates e infâmias habituais de sua retórica convicta e fundamentalista enojam e irritam. Entretanto, convém não perder a capacidade, e a paciência, de nos chocarmos e nem “acomodar com o que incomoda”, como diz a letra de uma bela canção.

E por que não devemos nos calar ou tão simplesmente dar de ombros, ignorar a ignorância? Porque o silêncio nos torna cúmplices da ignorância. Aliás, se é verdadeiro que em certas circunstâncias o silêncio pode ser mais eloquente do que a palavra, em outras o silêncio é o adubo fértil para o crescimento da ignorância e da barbárie. Por isso, cabe não calar. Falar a verdade ao poder e criticar os preconceitos é combater incansavelmente contra o silêncio que naturaliza ambos.
Voltemos, pois, a Malafaia, este paladino e missionário do ódio. Coube a jornalista Marília Gabriela a hercúlea tarefa de suportar o discurso de Malafaia, entrevistando-o em seu programa “De Frente com Gabi”. E se a jornalista por vezes se exaltou com as afirmações do pastor ou por este a atropelá-la em suas perguntas e raciocínios, penso que ela aguentou em nome de um compromisso com a verdade e com a sensatez; afinal, a mentira para ser desmascarada deve ser antes exposta.

O que disse o pastor desta vez? Num exemplo cristalino de homofobia cordial, disse que amava os homossexuais da mesma forma como ama os bandidos: “Eu amo os homossexuais como amo os bandidos”. Este amor misericordioso que Malafaia afirma cultivar não passa de um ardil ideológico que finge aceitar e acolher mas apenas para tentar “corrigir”, “reorientar”, “ajustar”. Em outras palavras, domesticar e “curar” a homossexualidade segundo os “meus valores” e “minha verdade”. Não creio que os homossexuais precisem deste amor denegador da liberdade e da autonomia individual. O amor de Malafaia é um amor tutelar, de correção moral e interesseiro.

A correlação valorativa entre “homossexuais” e “bandidos” é odiosa. Ela objetiva reforçar o vínculo entre homossexualidade e desvio, sustentando, sorrateiramente, a ideia de que a homossexualidade assim como o fenômeno da delinquência atenta e prejudica a sociedade. Em outros termos, a analogia diz o seguinte: os bandidos existem, são um fato social, mas precisamos mudá-los, puni-los e “ressocializá-los” para que não lesem a sociedade. Sem afirmar diretamente, Malafaia pensa o mesmo sobre os homossexuais; eles são um fato social, existem, mas precisamos corrigi-los para que não lesem à família, os bons costumes, etc..

A piedade e a compreensão amorosa do pastor são, com efeito, estratégias retóricas para a normalização pastoral e sexual. Nesse ponto, Malafaia se serve abundantemente de preconceitos e concepções de gênero, família e sexualidade que não se sustentam, nem do ponto de vista do conhecimento científico nem socialmente – haja vista todas as transformações culturais, sociais e jurídicas das últimas décadas.

Tentando atenuar os aspectos mais, digamos, etnocêntricos e interessados de suas opiniões, o pastor recorre a ciência em vez da religião pura e simplesmente; refugia-se em argumentos pseudo-científicos e pesquisas que nunca cita a fonte, Malafaia busca, com isso, preencher de autoridade, poder de verdade e neutralidade os seus preconceitos e sua intolerância. À bem da verdade, Malafaia achincalha a ciência – mais uma razão para não nos calarmos.

Quando prenuncia, num claro julgamento moral e especulativo, que a formação de famílias homoparentais ou a criação de filhos por casais homossexuais terá consequências sociais e psicológicas nefastas e nocivas, Malafaia esquece que, segundo Freud, a família independentemente das orientações sexuais do casal é a origem e o palco da maior parte dos problemas emocionais e psíquicos por conta dos conflitos subjetivos que envolvem a constituição do eu nas relações e identificações familiares. Aliás, a grande maioria das psicoses estudadas por Freud era produto das dinâmicas emocionais, repressivas e traumáticas da família vitoriana.

O artigo “Desconstruindo preconceitos sobre a homoparentalidade” dos psicólogos Jorge Gato e Anne Maria Fontaine cita diversos estudos psiquiátricos, psicológicos, sociológicos e antropológicos que desmentem as pré-noções estigmatizantes de que a criança em famílias homoparentais sofreria danos em seu desenvolvimento psicológico. Todos os estudos mencionados pelos autores foram unânimes na constatação da não-existência de uma excepcionalidade ou de diferenças substanciais que tornem a homoparentalidade especialmente danosa para o desenvolvimento emocional, cognitivo e sexual da criança em comparação às famílias heteroparentais. Inclusive, em algumas casos, de mães lésbicas, por exemplo, estudiosos verificaram um ambiente familiar no qual as crianças sentiam-se mais a vontade, livres e confiantes em discutir temáticas de caráter emocional e sexual, ocasionando um efeito positivo no desempenho escolar.

Em contrapartida, as dificuldades das crianças criadas em famílias homoparentais aparecem exatamente no plano das relações sociais, ou seja, obstáculos na aceitação e reconhecimento social por conta de contextos sociais discriminatórios como a escola. Mas, ainda assim, os estudos mostraram variações importantes nesse ponto a depender do país e região.

O que podemos concluir com os resultados das pesquisas científicas é que os problemas que estas crianças enfrentarão no futuro se devem precisamente de pessoas como Malafaia. Quer dizer, do preconceito, da intolerância e da ignorância que Malafaia pratica, semeia e propaga.

Portanto, o que atrapalha e lese o desenvolvimento psicológico e social é o preconceito e a intolerância, os quais Malafaia transforma em bandeira. As religiões se tornam nocivas à humanidade quando são eivadas de ódio e ignorância por profetas fundamentalistas e intolerantes que alimentam incompreensões.

Por mais que canse, devemos continuar a combater e criticar os absurdos odiosos do pastor Malafaia, pois ele, por sua retórica e status, goza de um poder de interferência na vida social capaz de favorecer violências simbólicas e físicas contra grupos e minorias sexuais que já tem de enfrentar práticas homofóbicas em seu cotidiano. Se não quisermos cair presas da retórica do preconceito e sua violência simbólica, devemos sempre exercitar a crítica pública. É com ela que podemos cultivar uma cultura de direitos humanos e de reconhecimento capaz de transformar uma esfera pública refratária ao debate racional dos direitos e das violências sofridas por minorias e grupos vulneráveis em uma esfera pública refratária a estupidez, a barbárie e ao preconceito. Para essa transformação ocorrer, então, é preciso jamais se cansar de se contrapor ao preconceito.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Hoje vou de... Álvaro de Campos

meu heterônimo predileto de Pessoa. talvez, apenas talvez, minha parte no imenso latifúndio que é a obra do poeta.


A  PASSAGEM DAS HORAS



Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si-próprio pela plena liberalidade de espírito,
.

.
.
Eu, tudo isto, e além disto o resto do mundo...
Tanta coisa, as portas que se abrem, e a razão porque elas se abrem,
E as coisas que já fizeram as mãos que abrem as portas...
Eu, a infelicidade-nata de todas as expressões,
A impossibilidade de exprimir todos os sentimentos,
Sem que haja uma lápide no cemitério para o irmão de tudo isto,
E o que parece não querer dizer nada sempre quer dizer qualquer coisa...
.

.
.
Mas o facto é que sempre é outono no outono,
E o inverno vem depois fatalmente,
E há só um caminho para a vida, que é a vida...
Esse velho insignificante, mas que ainda conheceu os românticos
Esse opúsculo político do tempo das revoluções constitucionais,
E a dor que tudo isso deixa, sem que se saiba a razão
Nem haja para chorar tudo mais razão que senti-lo.
Todos os amantes beijaram-se na minh'alma,
Todos os vadios dormiram um momento em cima de mim
Todos os desprezados encostaram-se um momento ao meu ombro,
Atravessaram a rua, ao meu braço todos os velhos e os doentes,
E houve um segredo que me disseram todos os assassinos.
(Aquela cujo sorriso sugere a paz que eu não tenho,
.

.
.
Fui para a cama com todos os sentimentos,
Fui souteneur de todas as emoções,
Pagaram-me bebidas todos os acasos das sensações,
Troquei olhares com todos os motivos de agir,
Estive mão em mão com todos os impulsos para partir,
Febre imensa das horas!
Angústia da forja das emoções!
Raiva, espuma, a imensidão que não cabe no meu lenço,
A cadela a uivar de noite,
O tanque da quinta a passear à roda da minha insónia
O bosque como foi à tarde, quando lá passeamos, a rosa,
A madeixa indiferente, o musgo, os pinheiros,
Toda a raiva de não conter isto tudo, de não deter isto tudo,
.

.
.
A situação de passageiro,
A conveniência em embarcar lá para ter lugar,
E falta sempre uma coisa, um copo, uma brisa, uma frase,
E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa.
Poder rir, rir, rir despejadamente,
Rir como um copo entornado,
Absolutamente doido só por sentir,
Absolutamente roto por me roçar contra as coisas,
Ferido na boca por morder coisas,
Com as unhas em sangue por me agarrar a coisas,
E depois dêem-me a cela que quiserem que eu me lembrarei da vida.

[1916] 


                                                 b

Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.

[posterior a 1917]


□ espaço deixado em branco pelo autor
[.] palavra ilegível


In Poesia , Assírio & Alvim, ed. Teresa Rita Lopes, 2002
Álvaro de Campos
A




























http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/index.php?id=2241

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Hoje vou de...Valek


Nada contra

Não tenho nada contra homofóbicos. Eu, inclusive, tenho muitos amigos que são. O problema é que tem uns homofóbicos escandalosos, que não conseguem ser discretos. Ficam dando pinta que não gostam de gay, sabe? Tudo bem ser uma pessoa rancorosa e preconceituosa, mas não em público. Entre quatro paredes e bem longe de mim, tudo bem. Nada contra mesmo.
É impressionante o quanto eles se acham no direito de ficar com pouca vergonha na frente de todo mundo. Outro dia ouvi um cara dizer, em plena luz do dia e para quem quisesse ouvir, que “gay é abusado, mexe com homem na rua mais do que homem mexe com mulher”. Acredita? Mas já vi e ouvi coisas piores. “Tenho nojo de homem se pegando” ou “essas menininhas que se beijam não são bissexuais coisa nenhuma, só querem chamar atenção dos homens” ou ainda “te sento a vara, moleque baitola”, e por aí vai. E se alguém critica, logo apelam para “ah, foi só uma piada” ou “é a minha liberdade de expressão” ou ainda “está na Bíblia”. O horror, o horror.
Ser homofóbico é uma opção, mas ninguém tem a obrigação de aceitar, né. É muito constrangedor ver alguém olhando feio para duas pessoas do mesmo sexo se beijando. Como eu vou explicar para os meus filhos que existe gente intolerante? O pior é que nem na escola as crianças estão a salvo. Querem ensinar nossos filhos a serem homofóbicos, imagina! Quando você percebe, já é tarde demais: uma amiga minha foi chamada pela diretora porque o filho foi pego espancando um colega no intervalo. Tudo porque o rapaz era gay. Minha amiga, coitada, não aguentou a decepção de ter um filho homofóbico. Ela diz que é só uma fase, que vai passar. Por garantia, levou o menino no psicólogo.

Acredite, homofobia tem cura. Soube de uns casos de conversão que parecem até milagre. Em um dia, a pessoa estava lá, odiando gays, militando contra o direito dos homossexuais ao casamento civil, fazendo marcha pela família e tudo o mais. Mas com um pouquinho de empatia e bom senso, eles começaram a ver que não tinham nada que se meter com a sexualidade dos outros. E como o respeito é todo-poderoso e misericordioso, os ex-homofóbicos viram que os gays eram boas pessoas e também mereciam os mesmos direitos. Hoje dão testemunho de tolerância.

Murillo Chibana
Agora, tão preocupante quanto homofóbicos exibidos e sem-vergonha são aqueles que não se assumem. Aqueles que não saem do armário, que se fazem de pessoas normais e sem ódio no coração, mas que, no fundo, no fundo, também são fiscais de cu alheio. Pensa comigo: você sai com uma pessoa dessas, sem saber da opção de ignorância dela, e começam a pensar que você também é homofóbico, igual a ela. E todos sabemos que homofóbicos são abominações, ninguém quer ser confundido com um deles. Além disso, onde enfiar a cara quando eles resolverem se revelar e soltarem um “odeio viado” assim, do nada?
Mas não me leve a mal. Não tenho nada contra os homofóbicos, apenas não concordo com a homofobia. Essa doença quase sempre vem acompanhada de outros preconceitos, como o machismo e o racismo. É um caminho sem volta. Fico triste de ver tantos jovens se perdendo nesse mundão de ódio gratuito. É por essas e outras que prefiro ter um filho gay a um filho homofóbico. Ah, você quer saber se eu vou aceitar e amar um filho que virar homofóbico? Como alguém já disse por aí, eles não vão correr esse risco; vão ser muito bem educados.

Grande descoberta, agradeço a `Paulo Cequinel' do O Ornitorrinco

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Provocações - Não Entendo (Clarice Lispector) - Antonio Abujamra - 22/11...



''Viver ultrapassa qualquer entendimento'' e eu, que me julgava tão inteligente, dou-me conta que afinal, não entendo. E me conforto com isso, por que às vezes é tão mais calmo e doce, tão menos estressante não entender.

Usufruo desse não entendimento, como quem passeia no parque as domingos tomando sorvete de bola.

Freddie Mercury and Monserrat Caballe - How Can I Go On Live

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Identidades em Transição

'Em tempos de discussão sobre orgulho gay e orgulho hétero, 3% da população brasileira diz sofrer preconceito de ambos os lados.

São os bissexuais --mais de 5 milhões no país, segundo pesquisa Datafolha de 2009. Na próxima sexta, dia 23, eles vão comemorar o Dia do Orgulho Bissexual.
Um deles é Fábio*, 17. "Sinto atração pela beleza dos dois", diz. "As mulheres são mais meigas e suaves, já os homens têm pegada forte, são mais rústicos."

Como ele, a estudante de ciências sociais Maraiza Adami, 23, também é bi. Ela reclama: "Os héteros acham que ser bi é transitório ou promíscuo. Já os gays, principalmente dentro do movimento LGBT, acham quase uma agressão você ficar com alguém do sexo oposto."

Especialistas em sexualidade tentam entender as razões do duplo preconceito. O psiquiatra Alexandre Saadeh, especialista em identidade sexual do Hospital das Clínicas, lembra que é muito comum que a bissexualidade seja vista como uma fase anterior à confirmação da homossexualidade'.

[o texto acima é parte: veja íntegra da matéria aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folhateen/976741-bissexuais-reclamam-que-sao-discriminados-por-heteros-e-gays.shtml]



Vivendo rupturas difícil é encontrar o espaço [quem sou?]. Identidades em transição, mundo em transformação. E quem disse que é necessário um rótulo? Que dizer do pós-gênero? Por que temos de ser istou OU aquilo, quando podemos ser isto E aquilo?

Ontem, na Parada do Orgulho Gay de Brasília, fiz a reflexão: Como são mais felizes [ainda que falte muito para o reconhecimento] hoje as pessoas que podem ir às ruas, cantando e dançando, beijando e abrançando as pessoas que amam [ou nem tanto] sem serem tratadas como ''estranhas'', ''anormais'' e ''pervertidos''.

Falta muito, eu sei! Mas é o caminho que estamos trilhando a passos largos, por uma compreensão do afeto e dos desejos menos aprisionante, mais libertária e libertadora. Oxalá chegue logo esse dia, em que amaremos mais [e melhor], deixando os rótulos no passado e acolhendo o essencial.

De minha parte, é o que fica: ser inteira, não pela metade. Sem rótulos, sem falsas declarações bradadas ao vento, vazias de significados, repletas de justificativa.

Sou quem sou hoje! Quem serei amanhã? Só as Deusas* sabem!

*para quem acredita em Deuses.

Se quiser saber mais sobre a luta dos que amam indistintamente: http://www.bisides.com/

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Marcha das Margaridas 2011 - Paz no Campo!




“Temos agora uma mulher na presidência e isso nos motiva a apostar em uma agenda positiva” (Carmen Foro, secretária de mulheres da Contag)
Margarida Maria Alves morreu aos 50 anos. A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande – terra natal de Jackson do Pandeiro –, na Paraíba, estava diante de sua casa no final da tarde de 12 de agosto de 1983 quando um pistoleiro em um Opala vermelho disparou um tiro de escopeta que atingiu seu rosto. O crime teve repercussão internacional, mas, como tantos outros, ficou impune. É para lembrar da ativista e da morosidade da Justiça para apurar os responsáveis por sua morte que foi criada a Marcha das Margaridas, este ano na quarta edição. A expectativa é de que 100 mil pessoas participem da manifestação, nos próximos dias 15 e 16, em Brasília.
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), responsável pela marcha, será a maior mobilização de mulheres na América Latina neste ano. O evento é organizado pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (composto pela própria Contag, 27 federações e mais de 4 mil sindicatos), em parceria com 11 organizações nacionais e internacionais. Ainda para lembrar o assassinato de Margarida, 12 de agosto ficou conhecido como Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo.
Em 18 de julho, uma comissão entregou a pauta de reivindicações para seis ministros, em Brasília. A presidenta Dilma Rousseff encontrará as mulheres no dia 17, logo após a saída da marcha, prevista para as 7h. Elas seguirão da Cidade das Margaridas, no Parque da Cidade, rumo à Esplanada dos Ministérios.


Programação:

O evento inclui, no primeiro dia, um ato no Congresso Nacional, debates, show da cantora Margareth Menezes. No segundo dia, a marcha começa às 7h, com retorno previsto para a Cidade das Margaridas às 13h. A presidenta Dilma deverá estar no local a partir das 15h.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Inglaterra: Fim da Democracia


Quando a crise financeira e o desemprego entram pela porta, a democracia sai pelas janelas.






Resulta daí as cenas dantescas de violência ostensiva vistas nas ruas de Londres, resultado do binômio insatisfação de milhares de jovens e truculência, daquela que já foi modelo de não-violência [ainda tem hífem aqui, pelo amor de Deus?!], a polícia britânica.

A Europa vem vivendo momentos de tensão há pelo menos dois anos, quando da revolta dos jovens franceses em situação similar. Eles têm se manifestado com ''sangue nos dentes'' em países como França, Grécia, Espanha e, agora Inglaterra.

São vandalos atuando em todas esses territórios, como diz a Rede Blobo ou a questão merece maior reflexão?

O vídeo acima, apresentado pela própria emissora, nos traz alguns aspectos para auxiliar a sair da superfície da análise fácil e enveredar pela análise séria.


Vamos atiçar os macacos no sótão?



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

TDAH (TDA - Hiperatividade) - Ana Beatriz Silva - Mentes I... [Atualizado]



Eu mesma me descobri com TDAH em idade adulta, em razão de diagnóstico - equivocado - de minha filha mais velha.

Meu pensamento caótico tem explicação?

Meu ''blim-blim-blim-blim'' tem nome?

Por isso me chamam ''windows''?

Janela é minha mente, por onde rapidamente passam imagens, idéias, textos, sonhos, assuntos, desenhos, músicas... Tudo, tudo, tudo...

Isso é necessariamente ruim?

Talvez a forma como minha mente transita não sirva ao modelo cartesiano/industrial de educação e trabalho, mas ela serve muito bem à criatividade, à estratégia, à formulação e à visão sistêmica.

Portanto, hoje mais amadurecida com a idéia do que é ''ser TDAH'', questiono  que a esse modo de ser seja atribuída uma ''patologia'' e consequentemente condeno o uso de medicação da forma indiscriminada que vem sendo feita.

Encontrei a harmonia com #MeditAção e sigo usufruindo meus talentos múltiplos com alegria. Afinal, não é todo mundo que vê o mundo de sua janela!








segunda-feira, 13 de junho de 2011

Animale - SPFW Inverno 2011



Moda é economia criativa. O desfile na Animale no SPFW Verão 2012 estava estupendo. Leve, fluído e lindo.

As cores? Branco, Nude, Alaranjados, grafite e preto. Cortes retos, decotes criativamente provocantes, tecidos transparentes e delicados.

....E claro, o fim das meia patas. Sandálias agora escondem os calcanhares, exibem os dedos, mas tudo com delicada sutileza.

domingo, 12 de junho de 2011