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domingo, 17 de agosto de 2014

Café da Manhã em Brasília - As cores e sabores da CEASA

Brasília tem muito o que fazer e o que conhecer. Desde sua arquitetura e urbanismo modernistas às belezas naturais que a emolduram, a capital federal é muito mais que o centro político administrativo do Brasil. Brasília tem cores, retas e curvas; a vegetação instigante do cerrado; a multiculturalidade das pessoas vindas de várias partes do país e do mundo. E tem também uma variada e interessante culinária - misto de hábitos e gostos - resultado da mescla de seus habitantes fixos e sazonais.  Então, que tal começar pelo começo e ir experimentando os sabores do café da manhã na cidade?

Começar pelo começo é mesmo iniciar na Central de Abastaecimento - CEASA. O que remete às memórias da adolescência em São Paulo. É o resgate do prazer de percorrer a rua da feira às 6h da manhã vendo os feirantes organizando suas bancas, combinando cores e texturas, gritando suas ofertas e fazendo gracejos. 

foto: João Neto
A CEASA-DF é onde a cidade-viva se encontra nas manhãs de sábado [terças e quintas], onde a feira enche o espaço dos armazéns de cheiros, sons e cores. A central é o retrato da diversidade cultural de Brasília. É possível encontrar pessoas de várias nacionalidades comprando e distintas origens étnicas e regionais. Da cajuína cristalina de Teresina aos azeites importados e às especiarias da Casa de Queijos, tudo ali é possível encontrar. 

Nesse cenário quase onírico o café da manhã é capítulo à parte. E, claro, as opções são variadas. 


foto: João Neto


Lembrar da feira em SP aos domingos é lembrar do inescusável pastel da chinesa no início da rua, no final da feira. Para quem se entrega aos prazeres do trigo, Pastel do Mineiro é o endereço. Mas se você, como eu, tem alergia a glúten, a feira oferece opções. Tapioca é um caminho. Entre laranjas e melancias a banca é concorrida, mas vale a pena a espera. Sempre se pode encontrar gente bacana para conversar na fila ou reencontrar amigas que há muito não se vê. 

foto: João Neto
São quatro tapioqueiras produzindo uma quantidade de sabores bem diversa nos recheios. Acompanha café - claro - mas há de se reivindicar uma opção sem açúcar. Vá com apetite e aproveite o dia! 

Entrou por uma porta, saiu pela outra... E quem quiser, que me conte outra dica de Brasília para curtir o café da manhã no fim de semana.



Respeite a autoria. Dê crédito à autora.



segunda-feira, 21 de abril de 2014

Brasília, minha Bras'Ilha 54 anos!






Bras'Ilha, a cidade que escolhi pra mim, é a mais perfeita tradução de quem sou. Saio de Bras'Ilha [mesmo que por instantes], mas Bras'Ilha não sai de mim. E cada vez que volto a redescubro. Ela pode parecer óbvia em suas linhas e curvas, nas suas proporções monumentais, mas é nos jardins secretos das superquadras que mora sua alma. É preciso percorrê-los para descobrir-lhe a magia e a pureza. Bras'Ilha, minha cidade faz anos. E que nos próximos 54 anos possamos honrar e viver sua natureza libertária [no sentido profundo e verdadeiro da palavra], em sua estética revolucionária, mística, diversa e à frente de seu tempo. Que possamos nos libertar de usurpadores de última hora que teimam em acorrentar a cidade a velhos e rançosos modelos que a aprisionam nas teias de podres poderes e ilusões. Que sejamos o que a cidade nasceu para ser: Livres, Leves, Criativos e Amorosos! *

terça-feira, 7 de junho de 2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Hoje vou de:''Católicas pelo Direito de Decidir''

Estado laico. O que é isso, companheira?
Carta aberta de Católicas pelo Direito de Decidir à Presidenta Dilma Rousseff sobre a polêmica criada em torno do kit anti-homofobia



  Presidenta Dilma,

Estamos estarrecidas! A polêmica criada em torno do kit anti-homofobia e o recuo do governo federal ante as pressões vindas de alguns dos setores mais conservadores e preconceituosos da sociedade nos deixou perplexas. E temerosas do que se anuncia para uma sociedade que convive com os maiores índices de violência e crimes de morte cometidos contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersex (LGBTTI) do mundo. Temos medo de um retorno às trevas, senhora Presidenta, e não sem motivos.
A vitoriosa pressão contra o kit anti-homofobia da bancada religiosa, majoritariamente composta por conservadores evangélicos e católicos, em um momento em que denúncias de corrupção atingem o governo, traz de volta ao cenário político a velha prática de se fazer uso de direitos civis como moeda de troca. Trocam-se, mais uma vez, votos preciosos e silêncio conivente pelo apoio ao preconceito homofóbico que retira de quase vinte milhões de brasileiros e brasileiras o direito a uma vida sem violência e sem ódio. A dignidade e a vida de pessoas LGBTTI estão valendo muito pouco nesse mercado escuso da política do toma-lá-dá-cá, senhora Presidenta! E o compromisso com a verdade parece que nada vale também.
Presidenta, convenhamos, a senhora sabe que o kit anti-homofobia é um material educativo, que não tem por finalidade induzir jovens a se tornarem homossexuais, até mesmo porque isso é impossível, como tod@s sabemos. Não se induz ninguém a sentir amor ou desejo por outrem.   Mas respeito, sim. E ódio também, senhora Presidenta... ódio é possível ensinar! Poderíamos olhar para trás e ver o ódio que a propaganda nazista induziu contra judeus, ciganos, homossexuais. Porém, infelizmente, não precisamos ir tão atrás no tempo.  Temos terríveis exemplos recentes de agressões covardes e aviltantes a pessoas LGBTTI e o enorme índice de violência contra as mulheres acontecendo aqui mesmo,  em nosso próprio país.
Quando a senhora afirma, legitimando os conservadores homofóbicos, que é contra a propaganda da "opção" sexual, faz parecer que alguém pode, de fato, "optar" por sentir esse ou aquele desejo. Amor, desejo, afeto não são opcionais, ninguém escolhe por quem se apaixona, senhora Presidenta! Mas se escolhe ferir, matar, humilhar.
Quando a senhora diz que todo material do governo que se refira a "costumes" deve passar por uma consulta a "setores interessados" da sociedade antes de serem publicados ou divulgados, como estampam hoje os jornais, ficamos ainda mais perplexas. De que "costumes" estamos falando, senhora Presidenta? E de que "setores interessados"? Não se trata de "costumes", mas de direitos de cidadania que estão sendo violados recorrentemente em nosso país e em nome de uma moral religiosa conservadora, patriarcal, misógina, racista e homofóbica.  Trata-se de direitos humanos que são negados a milhões de pessoas em nosso país!  
E "setores interessados", nesse caso, deveria significar a população LGBTTI e todas as forças democráticas do nosso país que não querem  ter um governo preso a alianças políticas duvidosas, ainda mais com setores "interessados" em retrocessos políticos quanto aos direitos humanos da população brasileira.
O país que a senhora governa ratificou resoluções da ONU tomadas em grandes conferências internacionais, em Cairo (1994) e em Beijing (1995), comprometendo-se a trabalhar para que os direitos sexuais e os direitos reprodutivos sejam reconhecidos como direitos humanos. No entanto, até hoje pessoas LGBTTI morrem por não terem seus direitos garantidos. Mulheres morrem pela criminalização do aborto e pela violência de gênero.
Comemoramos quando uma mulher foi eleita ao cargo máximo de nosso país. Ainda mais porque, como boa parcela da sociedade, levantamos nossa voz contra o aviltamento do Estado laico, ao termos um uso perverso da religião nas campanhas eleitorais de 2010 para desqualificar uma mulher competente e com compromisso com a dignidade humana. Antes ainda, levantamos nossa voz a favor do III PNDH, seguras de que deveria ser um instrumento de aprofundamento do respeito aos direitos humanos em nosso país. Agora não temos o que comemorar, senhora Presidenta! Parece que o medo está, de novo, vencendo a verdade. E a dignidade.
Infelizmente, temos de - mais uma vez! - vir a público exigir que os princípios do Estado laico sejam cumpridos. Como a senhora bem sabe, a laicidade é essencial à democracia e não se dá pela simples imposição da vontade da maioria, pois isso resulta em desrespeito aos direitos humanos das minorias, sejam elas religiosas, étnico-raciais, de gênero ou orientação sexual. Não existe democracia se não forem respeitados os direitos humanos de todas as pessoas.  Impor a crença religiosa de uma parcela da população ao conjunto da sociedade coloca em risco a própria democracia, já que os direitos humanos de diversos segmentos sociais estão sendo violados.  Portanto, senhora Presidenta, não seja conivente! Não permita que alguns setores da sociedade façam do Estado laico um conceito vazio, um ideal abstrato.
Como Católicas pelo Direito de Decidir, repudiamos o uso das religiões neste contexto de manipulação política e afirmamos nosso compromisso com a laicidade do Estado, com a dignidade humana e nosso apoio ao uso do kit educativo pelo fim da homofobia nas escolas brasileiras.




sexta-feira, 6 de maio de 2011

STF e a União Estável entre Pessoas do Mesmo Sexo

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, por unanimidade, nesta quinta-feira (5) a união estável entre casais do mesmo sexo como entidade familiar.


Os Heróis:


“Entendo que uniões de pessoas do mesmo sexo, que se projetam no tempo e ostentam a marca da publicidade, devem ser reconhecidas pelo direito, pois dos fatos nasce o direito. Creio que se está diante de outra unidade familiar distinta das que caracterizam uniões estáveis heterossexuais”, disse Lewandowski.


“Onde há sociedade há o direito. Se a sociedade evolui, o direito evolui. Os homoafetivos vieram aqui pleitear uma equiparação, que fossem reconhecidos à luz da comunhão que tem e acima de tudo porque querem erigir um projeto de vida. A Suprema Corte concederá aos homoafetivos mais que um projeto de vida, um projeto de felicidade”, afirmou Fux.


“Estamos aqui diante de uma situação de descompasso em que o Direito não foi capaz de acompanhar as profundas mudanças sociais. Essas uniões sempre existiram e sempre existirão. O que muda é a forma como as sociedades as enxergam e vão enxergar em cada parte do mundo. Houve uma significativa mudança de paradigmas nas últimas duas décadas”, ponderou Joaquim Barbosa.


As Heroínas:


“Aqueles que fazem a opção pela união homoafetiva não podem ser desigualados da maioria. As escolhas pessoais livres e legítimas são plurais na sociedade e assim terão de ser entendidas como válidas. (...) O direito existe para a vida não é a vida que existe para o direito. Contra todas as formas de preconceitos há a Constituição Federal”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.


“O reconhecimento hoje pelo tribunal desses direitos responde a grupo de pessoas que durante longo tempo foram humilhadas, cujos direitos foram ignorados, cuja dignidade foi ofendida, cuja identidade foi denegada e cuja liberdade foi oprimida. As sociedades se aperfeiçoam através de inúmeros mecanismos e um deles é a atuação do Poder Judiciário”, disse a ministra Ellen Gracie.


E, Gilmar Mendes:


“As escolhas aqui são de fato dramáticas, difíceis. Me limito a reconhecer a existência dessa união, sem me pronunciar sobre outros desdobramentos”, afirmou. Em cima do muro...


E num momento lúcido:


''(...) É dever do estado de proteção e é dever da Corte Constitucional dar essa proteção se, de alguma forma, ela não foi engendrada ou concedida pelo órgão competente”, ponderou.


Vitória de brasileiros e brasileiras, trabalhadores, contribuintes que têm o direito de tratamento igualitários! 



segunda-feira, 14 de março de 2011

Especial: Mulheres já são 43% do total de cientistas em São Paulo



14/3/2011

Agência FAPESP – Em 2010, das 19.678 solicitações iniciais de apoio à pesquisa apresentadas à FAPESP 42% foram apresentadas por mulheres. O percentual tem crescido continuamente desde 1992, quando foi de 30%.

Segundo levantamento feito pela FAPESP, a taxa de sucesso global, definida como o número de propostas aprovadas dividido pelo número de propostas analisadas no ano, foi, em 2010, de 61% para as mulheres e de 60% para os homens.

Para as grandes áreas de Ciências da Saúde, Ciências Agrárias e Engenharias, observa-se um crescimento forte na proporção de mulheres. Em Ciências da Saúde, o percentual cresceu de 34% em 1992 para 54% em 2010; para Ciências Agrárias, foi de 23% em 1992 para 40% em 2010. No caso das Engenharias, a participação feminina quase triplicou, passando de 8% para 22% no período.

Nas grandes áreas de Ciências da Saúde, Ciências Humanas e Linguística, Letras e Artes mais da metade dos solicitantes é do sexo feminino. Em Ciências Biológicas, a tendência é de crescimento na participação das mulheres, que passou de 42% em 1992 para 48% em 2010.

Entretanto, os dados indicam que, apesar de maioria, há um ligeiro decréscimo do número de solicitantes mulheres nas áreas tradicionalmente com forte presença feminina, como Ciências Humanas, que caiu de 56% em 1992 para 52% em 2010, e Linguística, Letras e Artes, que passou de 57% para 52% no mesmo período. Em contrapartida, o percentual de crescimento é significativo em áreas com forte presença tradicionalmente de homens, como Agrárias e Engenharias.


Leia o relatório completo com gráficos comparativos em:


www.fapesp.br/publicacoes/indicadores/032011f.pdf 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

União Homoafetiva no STJ



A ministra Nancy Andrighi, do STJ, votou pela possibilidade de reconhecimento da união estável homossexual, no que foi seguida por outros três ministros. Falta (sic) votar quatro ministros para a conclusão do julgamento, mas o presidente da Seção só julga em caso de empate. Não há data prevista para que o julgamento seja retomado.

Para a relatora, as uniões de pessoas de mesmo sexo se baseiam nos mesmos princípios sociais e afetivos das relações heterossexuais. Negar tutela jurídica à família constituída com base nesses mesmos fundamentos seria uma violação da dignidade da pessoa humana. O posicionamento foi seguido pelos ministros João Otávio de Noronha, Luis Felipe Salomão e Aldir Passarinho Junior.

Segundo a relatora, as famílias pós-modernas adotam diversas formas além da tradicional, fundada no casamento e formada pelos genitores e prole, ou da monoparental, inclusive a união entre parceiros de sexo diverso que optam por não ter filhos. "Todas elas, caracterizadas pela ligação afetiva entre seus componentes, fazem jus ao status de família, como entidade a receber a devida proteção do Estado. Todavia, acaso a modalidade seja composta por duas pessoas do mesmo sexo, instala-se a celeuma jurídica, sustentada pela heteronormatividade dominante", sustentou a ministra Nancy Andrighi.

"A ausência de previsão legal 
jamais pode servir de pretexto para decisões omissas, 
ou, ainda, 
calcadas em raciocínios preconceituosos, 
evitando, assim, que seja negado o direito à felicidade da pessoa humana", 
afirmou.
(grifo nosso)

Segundo a ministra, "a negação aos casais homossexuais dos efeitos inerentes ao reconhecimento da união estável impossibilita a realização de dois dos objetivos fundamentais de nossa ordem jurídica, que é a erradicação da marginalização e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação".

Para a relatora, enquanto a lei civil não regular as novas estruturas de convívio, o Judiciário não pode ignorar os que batem às suas portas. A tutela jurisdicional deve ser prestada com base nas leis vigentes e nos parâmetros humanitários "que norteiam não só o direito constitucional brasileiro, mas a maioria dos ordenamentos jurídicos existentes no mundo"
.
"Especificamente quanto ao tema em foco, a busca de uma solução jurídica deve primar pelo extermínio da histórica supressão de direitos fundamentais – sob a batuta cacofônica do preconceito – a que submetidas as pessoas envolvidas em lides desse jaez", afirmou.

Segundo a ministra Nancy Andrighi, o STJ admite que se aplique a analogia para estender direitos não expressamente previstos aos parceiros homoafetivos. Nessa linha, as uniões de pessoas do mesmo sexo poderiam ser reconhecidas, desde que presentes afetividade, estabilidade e ostensividade, mesmos requisitos das relações heterossexuais. 

Negar proteção a tais relações deixaria desprotegidos também os filhos adotivos ou obtidos por meio de reprodução assistida oriundos dessas relações, destacou a ministra.

O ministro João Otávio de Noronha, que acompanhou a relatora, afirmou não haver nenhuma proibição expressa às relações familiares homossexuais, o que garante sua proteção jurídica. Noronha destacou que os tribunais brasileiros sempre estiveram na vanguarda internacional em temas de Direito de Família, além do Legislativo. Ele citou como exemplo o reconhecimento dos direitos de "concubinas" em relacionamentos com "desquitados". 

Para o ministro, a previsão constitucional de família como união entre "um homem e uma mulher" é uma proteção adicional, não uma vedação a outras formas de vínculo afetivo.

"É preciso dar forma à sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos prevista no preâmbulo da Constituição", afirmou o ministro. 

Segundo o ele, não importa a causa – social, psicológica ou biológica, por exemplo – do afeto homossexual. "Ele é uma realidade: as pessoas não querem ser sós. O vínculo familiar homoafetivo não é ilícito, então qual o modelo que deve ser adotado para regular direitos dele decorrentes? A união estável é a melhor solução, diante da omissão legislativa", concluiu.

Divergência 

O ministro Sidnei Beneti e o desembargador convocado Vasco Della Giustina, que divergiram da relatora, afirmaram a impossibilidade de uma interpretação infraconstitucional ir contra dispositivo expresso da Constituição. Assim, a discussão sobre o tema ficaria a cargo do Legislativo e do STF.

Para eles, a união homoafetiva só poderia gerar efeitos sob as regras da sociedade de fato, que exige a demonstração de esforço proporcional para a partilha do patrimônio. Tal posicionamento é o que vem sendo adotado pelo STJ desde 1998, e poderá ser revisto caso a maioria dos ministros acompanhe a relatora.

Histórico

A decisão de primeira instância, proferida pelo TJ/RS determinou a partilha dos bens do casal que conviveu por 10 anos, segundo as regras do direito de família. Para o Tribunal gaúcho, O caso trata do fim de um relacionamento homossexual de mais de dez anos. Com o término da relação, um dos parceiros buscou na Justiça o reconhecimento de seu suposto direito a parte do patrimônio construído durante a vigência da união, mesmo que os bens tivessem sempre sido registrados em nome do ex-companheiro. Segundo alega o autor, ele desempenhava atividades domésticas, enquanto o parceiro mantinha atuação profissional.
A Justiça do RS reconheceu a união estável e determinou a partilha dos bens segundo as regras do Direito de Família. Para o TJ/RS:

 "a união homoafetiva é fato social que se perpetua no tempo, não se podendo admitir a exclusão do abrigamento legal, impondo prevalecer a relação de afeto exteriorizada ao efeito de efetiva constituição de família, sob pena de afronta ao direito pessoal individual à vida, com violação dos princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana".
"Diante da prova contida nos autos, mantém-se o reconhecimento proferido na sentença da união estável entre as partes, já que entre os litigantes existiu por mais de dez anos forte relação de afeto com sentimentos e envolvimentos emocionais, numa convivência more uxoria, pública e notória, com comunhão de vida e mútua assistência econômica, sendo a partilha dos bens mera consequência"(...)


O julgamento foi interrompido no STJ por pedido de vista do ministro Raul Araújo Filho. Até agora, como se viu, 4 ministros votaram favoráveis à tese de aplicação do instituto às relações homoafetivas; 2 ministros votaram contra; outros 2 ministros ainda aguardam para votar.



OBS : Texto extraído do informativo Migalhas(http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI127572,101048-STJ+Uniao+homoafetiva+julgamento+e+interrompido+com+quatro+votos), tendo sido alterado o parágrafo relativo ao HISTÓRICO, a fim de resumir a origem do processo, sem contudo, afetar-lhe ou alterar-lhe o conteúdo. O STJ não informa o número do processo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Bastardos Inglórios - Eleições 2010BR

''Os Nazis conquistaram a Europa com mortes, torturas, intimidação e terror. É exatamente isso que faremos com eles''. (Aldo Raine, in Bastardos Inglórios).




Hoje me perguntaram qual a diferença entre Aldo Raine (Brad Pitt) e Hans Landa (Christoph Waltz). Disse que enquanto um (Aldo) praticava a violência física, o outro (Hans) praticava a violência psicológica. No frigir dos ovos, apesar de estarem em lados opostos, farinha do mesmo saco. Meu interlocutor então disse que para ele:
- Apenas um deles vencera a guerra.

-Sim - respondi - não há diferença entre eles. Assim como a jovem Shosanna Dreyfuss também não se diferencia de ambos. 

Isto porque, todos, absolutamente todos usaram de violência para expressarem e garantirem sua posição. Embora parecesse que havia dois lados, apenas um foi expresso: vigança e violência. Era preciso vencer a guerra! 

Nós, espectadores do filme de Tarantino, também expressamos: violência e vingança. Afinal, atire a primeira pedra quem não vibrou com a imagem incandescente de Shosanna Dreyfuss na imensa tela do cinema - abarrotado de nazis - em chamas. Naquele instante todas e todos encarnamos a madrasta má de Branca de Neve e rimos o riso da vingança. Sim, há muita humanidade em nós. Tanta que somos feitos de silêncio e de sons, de violência e ternura. 

Hoje, em nosso país, apesar de não estarmos em guerra, a fim de chegar ao 2º turno, assistimos mentira, calúnia, difamação, intolerância contra Dilma Roussef e o PT. Vimos o PIG e alguns setores evangélicos e católicos agirem como nazi facistas incitando o ódio, semeando a discórdia, a mentira e a calúnia. Como vamos responder a isso no segundo turno? Empunharemos as mesmas armas ou superaremos a dor da mentira semeando a verdade?

Para mim, momento de reafirmarmos a verdade e a ética. Momento de nos distanciarmos da história de morte, tortura, dor, manipulação e mentira e reeafirmarmos os sons, mais que o silêncio; a ternura, mais que a violência e seguirmos adiante em direção ao Brasil que queremos. Um país com mais cultura, mais educação, mais moradia, mais emprego e renda, mais saúde, mais transporte e menos miséria. MAIS ÉTICA, menos mentira. Um país que mudou os rumos da história e quer continuar mudando.




Respeite os direitos autorais. Se for citar, dê créditos à autora.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Maria Rita Kehl e a Era das Possibilidades

Vinculo abaixo, o artigo de Maria Rita Kehl, publicado no Estadão e que colocou a moça de joelhos no milho, virada para a parede, lamentavelmente.


Internet, disse outro dia na roda de prosa sobre Culturadigital, é a expressão máxima do que chamo A Era das Possibilidades. Mas para viver esta Era temos de estar prontos para aceitar de fato que a liberdade de expressão  é para todos/as.

Para vivê-la bem, temos de exercitar os ouvidos abertos, a mente e o coração abertos. Estar prontos para discutir idéias e não ideologias. Abrir espaço para o debate que constrói novos caminhos para a qualidade de vida não apenas de nossa espécie, mas de todo o planeta. 

Respeitar as diferenças, inclusive em relação àqueles que estão ''do outro lado'', preservando a ética e o jogo limpo, em que todos/as ganham. 

Afinal, o que há no mundo, há em nós, inclusive ''o outro lado'', revire seus velhos baús e ainda haverá de supreender-se encontrando pensamentos, sentimentos ou experiências em que ''o outro lado'' se mostrou em você.

Não há por que envergonhar-se disso, conhece-te a ti mesmo, já dizia o filósofo, por que só conhecendo o que se passa dentro, entendo, compreenderemos o que se expressa fora.






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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Deus e o Diabo na Terra do Sol - Eleições 2010BR

Enquanto Dilma ia às igrejas católica e às evangélicas para esclarecer que 'não, não era a favor do aborto', Marina Silva, a ''Davizinha'', ia crescendo nas pesquisas por força da ação viral de fariseus que a apóiam. Milhares de e-mails despejados nas caixas de mensagens, veiculados por 'pastores' das igrejas evangélicas que a apoiávam, contendo os maiores absurdos, impropriedades e, inclusive mentiras e distorções explícitas. 

Não sei exatamente em que ponto dessa história toda Marina deixou de ser a aquela que representava a ética na política para se juntar à máxima ''os fins justificam os meios''. Assim como não sei como Dilma, a mulher guerreira, defensora de direitos - das mulheres -  chegou a curvar-se diante do clero. 

O fato é que desde que escolheu quem escolheu como aliado, Marina vem crescendo em popularidade e descrescendo em fidelidade a seus ideais(?).  De algum modo, como Dilma, que ao mitigar às lutas feministas, afasta-se de sua história em nome da vitória. 

Ambas traem a si mesmas, e os/as eleitores/as de Dilma, conscientes da verdade, solidarizam-se com a imolação e erguem-se em defesa do bem maior da coletividade, enquanto eleitores/as de Marina, sequer se dão conta de que ao repassarem mensagens mentirosas com o fito de alterarem a verdade, repetem um gesto tão conhecido dos cristãos: condenam injustamente diante de Poncio Pilatos, em troca da ilusão da vitória.  

Vitória de quem? Naquele caso, o libertado para seguir adiante foi um ladrão. E aqui/agora? Vitória de quem?

Poderia dizer que na minha humilde opinião, de cidadã-eleitora, enquanto Dilma ''se entregou'' a Deus, Marina vendeu a alma ao Diabo. Qual delas afastou-se mais de si mesma, afinal? Qual delas, deixou a luz para deitar-se com a sombra? 

Dilma afastou-se da luta feminista, em alguma medida, mas não da verdade. Ela, de fato, é contra o aborto. E em nome do restabelecimento da verdade, buscou as igrejas.

Marina, no entanto, permitiu que as mensagens desonestas espalhadas pela internet fossem veículo de sua expansão eleitoral, com isso, compactuou com a mentira, com a falsidade, com a falta de ética. Não poderia estar sorrindo, acreditando que fora votada por sua capacidade de ''propor (propôs?) soluções para os ''graves problemas'' do Brasil. Deitou-se com a sombra, entregando sua alma em troca de poder e de prestígio. Prazeres tão mundanos.

Ainda me indigno com o esse tipo de jogo político sujo que usa de mentiras para diminuir a próxima a fim de fazê-la de escada, em lugar de debater a sério os rumos do país.

Embora meu voto não fosse de Marina, eu a admirava antes das eleições. Marina me desapontou ao longo de todo o processo, e ceifou de vez todo meu respeito por ela quando silenciou diante da mentira em nome do acumulo de capital político para seguir no jogo, mesmo fora dele. O que acreditava que havia de melhor nela murchou. Foi cooptada, vendeu a alma ao Diabo por ação e por omissão. 

No frigir dos ovos, o mais importante - e preocupante - é que voltamos a Idade Média, mais conhecida como Idade das Trevas: Eis as igrejas com a faca e o queijo na mão para ditar a quem o povo delegará seu poder soberano.




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