Caminhava pelas quadras da Asa Sul quando numa entrequadra avistei uma nova construção. Arquitetura contemporânea, nada além de um box recoberto completamente por aqueles vidros espelhados super usados ultimamente em prédios públicos e outras construções da Capital Federal.
Gosto duvidoso, valor estético questionável os tais vidros ainda por cima são responsáveis pela morte de diversos pássaros. Já me haviam dito, mas eu nunca havia tido o desprazer de ver com os próprios olhos. Quando vi o primeiro caído no chão não entendi o que se passava. Era um lindo passarinho azul morto, mortinho.
Com um pouco mais de atenção vi os outros corpos ali estendidos. Uns recém caídos, outros já em franca decomposição. Um verdadeiro campo nazista.
Feio, muito feio! Matam pássaros em nome de uma estética abominável. Diga-me que empresa é e te direi que não serei sua cliente, nem recomendarei.
''Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta... Uma mulher que merece viver e amar'' como outra qualquer do planeta''(...)
Saiba Mais de Maria
sábado, 27 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
Carta de Anita Lopes a Caio Marques
Caio,
Surpreende-me só agora você romper o silêncio sobre minha partida. Durante aquele período eu me trancava em pensamentos confusos, tentava adivinhar as lacunas e as ausências deixadas por você. Eu queria lê-lo dizer do sentimento que nos unia, ao mesmo tempo que temia o toque. Hoje, sinto que talvez, só talvez suas reflexões façam sentido.
Das suas faço minhas as perguntas ' será que nos amamos?' ou 'será que amamos a possibilidade de nos amarmos?'' ou ainda ''é possível que sejamos Pessoa e estejamos fingindo um amor que deveras sentimos?''
Perguntas sem resposta. Certo é, até que perceba o contrário, que sinto sua falta. Nossos passeios à tarde, mãos dadas, risos, a simplicidade de nossas conversas rasas ou profundas.
Dessas lembranças emerge uma outra pergunta que deixo para sua reflexão: Será que esse amor teria de se traduzir exclusivamente numa relação que envolvesse a fusão de corpos? Não nos seria suficiente e importante apenas fundir as almas e separá-las para irmos aprendendo o amor um com o outro? Porque todo amor tem de ser sexualizado?
Por outro lado, porque a união de corpos nos mete numa rede de expectativas? Serão os mandatos culturais e sociais que nos são impostos desde o nascimento?
Agora sim, eu sinto que te amo! Amo sua forma de expressão, suas idéias, as interrogações que você coloca em meu caminho e que me atribulam a alma. Em especial me encanta toda sua confusão, embora por vezes me irrite com sua resistência a olhar-se de fora. Seu caminho é confuso, é certo, mas é o seu caminho. Seu medo de olhar-se me atrai e me afasta, mas gosto do desafio de não entender nada e ao mesmo tempo ter tudo tão claro. Adoro as horas que passo com você, seja nos passeios que fizéramos, seja agora dedicando-me integralmente a estar contigo por meio das palavras.
Creia, nossos laços são indestrutíveis, porque o afeto e o respeito que construímos tem bases tão sólidas que nada e ninguém pode desfazê-los. E isso me parece muito real.Não é fruto de uma fantasia infantil que idealiza o outro. Nos conhecemos, conhecemos cada canto de nossas almas, cada insegurança, cada dúvida e, em especial a imensa capacidade que temos de criar dúvidas, fazer surgir perguntas sem resposta - talvez nossa melhor qualidade - não há espaço entre nós para idealizações. E isso já é alicerce suficiente para uma relação duradoura e sólida.
Qualquer hora me daria muito prazer recebê-lo em minha nova casa, mesmo que isso signifique enfrentar a boataria, o falatório, os olhares curiosos. Não temo o olhar do outro sobre mim, embora certas vezes me aborreça.
Venha! Venha breve!
Sua sempre,
A.L.
Surpreende-me só agora você romper o silêncio sobre minha partida. Durante aquele período eu me trancava em pensamentos confusos, tentava adivinhar as lacunas e as ausências deixadas por você. Eu queria lê-lo dizer do sentimento que nos unia, ao mesmo tempo que temia o toque. Hoje, sinto que talvez, só talvez suas reflexões façam sentido.
Das suas faço minhas as perguntas ' será que nos amamos?' ou 'será que amamos a possibilidade de nos amarmos?'' ou ainda ''é possível que sejamos Pessoa e estejamos fingindo um amor que deveras sentimos?''
Perguntas sem resposta. Certo é, até que perceba o contrário, que sinto sua falta. Nossos passeios à tarde, mãos dadas, risos, a simplicidade de nossas conversas rasas ou profundas.
Dessas lembranças emerge uma outra pergunta que deixo para sua reflexão: Será que esse amor teria de se traduzir exclusivamente numa relação que envolvesse a fusão de corpos? Não nos seria suficiente e importante apenas fundir as almas e separá-las para irmos aprendendo o amor um com o outro? Porque todo amor tem de ser sexualizado?
Por outro lado, porque a união de corpos nos mete numa rede de expectativas? Serão os mandatos culturais e sociais que nos são impostos desde o nascimento?
Agora sim, eu sinto que te amo! Amo sua forma de expressão, suas idéias, as interrogações que você coloca em meu caminho e que me atribulam a alma. Em especial me encanta toda sua confusão, embora por vezes me irrite com sua resistência a olhar-se de fora. Seu caminho é confuso, é certo, mas é o seu caminho. Seu medo de olhar-se me atrai e me afasta, mas gosto do desafio de não entender nada e ao mesmo tempo ter tudo tão claro. Adoro as horas que passo com você, seja nos passeios que fizéramos, seja agora dedicando-me integralmente a estar contigo por meio das palavras.
Creia, nossos laços são indestrutíveis, porque o afeto e o respeito que construímos tem bases tão sólidas que nada e ninguém pode desfazê-los. E isso me parece muito real.Não é fruto de uma fantasia infantil que idealiza o outro. Nos conhecemos, conhecemos cada canto de nossas almas, cada insegurança, cada dúvida e, em especial a imensa capacidade que temos de criar dúvidas, fazer surgir perguntas sem resposta - talvez nossa melhor qualidade - não há espaço entre nós para idealizações. E isso já é alicerce suficiente para uma relação duradoura e sólida.
Qualquer hora me daria muito prazer recebê-lo em minha nova casa, mesmo que isso signifique enfrentar a boataria, o falatório, os olhares curiosos. Não temo o olhar do outro sobre mim, embora certas vezes me aborreça.
Venha! Venha breve!
Sua sempre,
A.L.
quarta-feira, 17 de março de 2010
7 Dias

...E no sétimo dia, Ele descansou!
7 dias para secar a barriga, é chamada de revista - acredita?
7 dias e 6 Noites é nome de sítio eletrônico - quer comprar livros?
7 dias Seguintes aos 7 Anteriores é blog maneiríssimo - quer conferir?
7 dias para mudar sua vida é programa da Clínica Lapinha SPA - topa?
7 dias de oração pela erradicação da Gripe Suína é proposta do pastor de Vila Tatu - Onde fica mesmo Vila Tatu?
7 dias é o prazo que a Comissão terá para investigar os atos secretos em Brasília - será cumprido?
Climaderm 7 dias é nome de remédio - resolve?;
7 dias - São Paulo: a coleção que apresenta lugares para conhecer na paulicéia desvairada - vamos?
7 dias é o pacote turístico que te leva para Maragogi/AL - Boa pedida?
Após 7 dias bebê morre em UTI, na Bahia - Isso acontece?
7 dicas para 7 dias incríveis de diversão, é capa de revista para adolescentes - U-huuu!
7 dias e 6 noites é pacote de Reveillon em Londres - Já?
3 jogos em 7 dias é maratona esportiva - canseira?
7 dias antes do casamento - vida nova?
7 dias se passaram desde o espanto. 7 dias nada passou.
Aquele bebê morreu na Bahia, o casal apaixonado prepara as bodas, a mulher ansiosa vai para o SPA, o pastor evangélico conclama os fiéis a orar, a comissão investiga, as adolescentes se divertem, o executivo a trabalho consulta o guia, as amigas de férias conhecem o nordeste, o rapaz faz tratamento de pele, os namorados planejam o reveillon, as atletas rompem limites...
Em sete dias aconteceu tanta coisa.
E o sol não deixou de nascer e não deixou de se pôr. As estrelas seguiram iluminando a noite, os amigos continuam se reunindo na mesa do bar, as amigas festejam pequenos e grandes acontecimentos.
7 dias... E nada mais!
terça-feira, 16 de março de 2010
El Salvador - A Missão
Fui dormir às três da manhã, hora do Brasil. 24 horas no ar. Acordei às 5:20, hora de San Salvador. Precisava concluir a apresentação. Quando vi já eram 8:20, não havia tomado café e o ônibus do evento já me aguardava. Tomei uma chuverada rápida, parti. Cheia de idéias, repleta de dúvidas.
Minha apresentação se modificou ao longo da manhã pelo menos dez vezes, a partir das falas ouvidas durante os debates. Quando por fim apresentei, já não falaria somente sobre as quebradeiras de coco, mas também sobre todo o processo de construção de algumas das políticas públicas brasileiras dos últimos tempos.
Não pude deixar de mencionar a importância das conferências, em especial a das Mulheres e a da Cultura, em razão do tema que debatíamos. O II PNPM igualmente mencionado, alguns exemplos de como vimos tratando mulheres e cultura, em especial em programas como o Cultura Viva e o Talentos do Brasil. Não me permiti ficar silente quanto ao paradoxo da regularização fundiária na Amazônia que tem colocado em cheque os fazeres tradicionais de algumas comunidades, notadamente extrativistas, em nome da padronização dos procedimentos. Há que tratar diferente os diferentes, já preconiza há 20 anos o princípio constitucional da isonomia.
As comunidades tradicionais são diferentes e não podemos tratá-las como tratamos outros posseiros, agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Mas a discussão desse tema a partir dessa perspectiva pode não ser música aos ouvidos de algumas pessoas muito queridas para mim. Embora me importe, não posso deixar de registrar minhas observações face ao problema. Afinal, ainda sou um ser individual, que como tal tem opiniões próprias.
Não à toa, embora seja uma simpatizante do PT, jamais me filiei a qualquer partido político, agremiação, organização sindical ou entidade de classe. Mesmo a OAB, que fiz parte nos primeiros anos de formada por força do exercício da profissão só me viu no dia do exame e no dia de fazer o juramente e pegar a carteira. Jamais fui dada a atrelar meu pensamento a pacotes fechados de idéias, embora seja, agora percebo, só nesse mundo. Talvez me faça falta fazer parte de um grupo, talvez não. Ainda não fechei essa idéia.
...E não me venha dizer que quem não se filia à esquerda, certamente está à direita por exclusão. Não admito tal preconceito, por que desde que me entendo por gente abomino preconceitos, desprezo o desprezo, como diria Morin.
A apresentação foi um sucesso, e compartilhar com mulheres da Guatemala, Nicarágua, El Salvador, Costa Rica, Argentina e Espanha o debate sério sobre desenvolvimento, cultura e o papel das mulheres foi gratificante. Mais que isso, encantar-me mais uma vez com a incrível capacidade que nós temos de virar a mesa, rodar a baiana e dar a volta por cima.
Agora, aos braços do Morfeu, que me espera ansioso na cama enorme do hotel.
El Salvador - A chegada

Antes que perguntem, vim representar o CNDM - Conselho Nacional de Direitos da Mulher e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres no Seminário Mulher e Cultura, promovido pela OEI - Organização dos Estados Iberoamericanos. A palestra - enorme desafio - tratará de Mulheres Desenvolvimento Cultural na America Latina.
Mas esse não é o tema do post, que pretende ser um diário de bordo dessa aventura. Depois de levantar às 03 da manhã para ir a São Paulo, lá permaneci por cerca de 4 horas, até tomar o avião que me traria para a conexão em Panamá City. O vôo, muito tranquilo, pela Copa Air durou mais 6 horas. Nada ainda, por que foram mais 3 horas aguardando a conexão que finalmente me traria a San Salvador. Depois que tomei o Embraer 190

Completei 24h no ar. Perguntem-me como vou fazer a apresentação amanhã. Wish me lucky, vou precisar!
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