segunda-feira, 14 de março de 2011

Especial: Mulheres já são 43% do total de cientistas em São Paulo



14/3/2011

Agência FAPESP – Em 2010, das 19.678 solicitações iniciais de apoio à pesquisa apresentadas à FAPESP 42% foram apresentadas por mulheres. O percentual tem crescido continuamente desde 1992, quando foi de 30%.

Segundo levantamento feito pela FAPESP, a taxa de sucesso global, definida como o número de propostas aprovadas dividido pelo número de propostas analisadas no ano, foi, em 2010, de 61% para as mulheres e de 60% para os homens.

Para as grandes áreas de Ciências da Saúde, Ciências Agrárias e Engenharias, observa-se um crescimento forte na proporção de mulheres. Em Ciências da Saúde, o percentual cresceu de 34% em 1992 para 54% em 2010; para Ciências Agrárias, foi de 23% em 1992 para 40% em 2010. No caso das Engenharias, a participação feminina quase triplicou, passando de 8% para 22% no período.

Nas grandes áreas de Ciências da Saúde, Ciências Humanas e Linguística, Letras e Artes mais da metade dos solicitantes é do sexo feminino. Em Ciências Biológicas, a tendência é de crescimento na participação das mulheres, que passou de 42% em 1992 para 48% em 2010.

Entretanto, os dados indicam que, apesar de maioria, há um ligeiro decréscimo do número de solicitantes mulheres nas áreas tradicionalmente com forte presença feminina, como Ciências Humanas, que caiu de 56% em 1992 para 52% em 2010, e Linguística, Letras e Artes, que passou de 57% para 52% no mesmo período. Em contrapartida, o percentual de crescimento é significativo em áreas com forte presença tradicionalmente de homens, como Agrárias e Engenharias.


Leia o relatório completo com gráficos comparativos em:


www.fapesp.br/publicacoes/indicadores/032011f.pdf 

quinta-feira, 10 de março de 2011

Anita Lopes Pós Desencanto

Querido Caio,

Talvez eu não me desse conta do quanto fora importante nossa comunicação. Passado o impacto da confissão que fez em sua última carta, superada a raiva que senti por ter sido enganada por ti, e finalmente consciente de minha desimportância na vida do ''outro'' - aquele cujo lugar ocupastes sem cerimônia ou pejo - percebi o alcance de tua presença em minha vida. Por isso a carta  enviada desde o sul, aquela que não me respondestes. Ainda desejas siga te chamando assim? És ainda o Caio criado para nos fazer próximos? 

Tudo o que se passou em mim nos últimos meses, após a tua confissão, foi um renascer. Anita tal qual me apresentei a ti (a ele?) já não existe. Ela acreditava num homem que mal tinha coragem para olhá-la nos olhos. Aquela Anita viveu surpreendentemente em função das cartas dele, seus dias e horas eram medidos pela medida da frequência com que recebia noticias. Aquela Anita orbitava em torno de um homem que fora criado por ela. Supostamente frágil, supostamente sensível aquele homem sequer lhe reconhecia a existência. 

Ilusão. A culpa jamais fora dele, fui eu quem me abandonou em prol de uma existência acessória às cartas dele. Mas que cartas? Não eras tu que vivia por ele as cartas? E ele, será que vive de fato? 

Não vou dizer-te que foi fácil, querido Caio, olhar para 'meu' universo em desencanto. Imaginas como me senti ao perceber o engodo que havia criado para mim? Felizmente tua confissão caiu como uma tampa de bueiro em minha calçada, causou clamor popular por melhores condições e me fez acordar do estado de quase morte em que me encontrava.

Meus olhos voltaram a brilhar. A viagem com a querida Alba ensinou-me tantas coisas. Há novamente sorriso em meu rosto. Sabes que desde que vim morar aqui conheci tantas pessoas interesssantes. Voltei aos chás vespertinos com D. Maroca (e suas histórias incríveis), reencontrei Maria Amélia a exuberante jornalista que me foi apresentada no trabalho, e finalmente me dispus a aceitar alguns dos convites do senhor K. (lembra-se dele?)

Por aqui vou ficando, amigo Caio, por que há vida e vou vivê-la.

Abraço carinhoso de sua,

A.L.

P.S. Saio agora para encontrar o senhor K. Conto-te tudo na próxima missiva.


terça-feira, 8 de março de 2011

Maria, Maria. Milton Nasimento / Elis Regina (desenhos de alunos da 7D).



Mais um 8 de março e essa Maria sonha com O dia em que não será necessário UM dia para lembrar a importância da mulher para a sociedade. O dia em que o respeito, o carinho e o cuidado sejam a tônica das relações entre os sexos.

Nesse 8 de março encontrei no Youtube pérola produzida pelos alunos da 7ªD, do professor de artes Rafael Kuwer (parabéns, professor!),  Escola Municipal Tereza Pinheiro de Almeida.

A interpretação da música pelos olhos desses pré adolescentes nos mostra a realidade em que muitas mulheres ainda estão inseridas no Brasil. A marca... Que marca trazemos na pele? Segundo a experiência dos alun@s ainda é a marca que dói.

...E dói notar que para muit@s a marca ainda é o vestígio da violência perpetrada contra milhares de mulheres, no Brasil, na América Latina, no Mundo.

Desejo que em algum momento a marca que trazemos na pele, seja para tod@s somente a marca de nossa coragem, de nossa sabedoria ancestral, do útero que traz vida ao planeta e garante a sobrevivência da espécie humana.

Por enquanto: Feliz Dia das Mulheres!


quinta-feira, 3 de março de 2011

Gracias a La Vida - Mercedes Sosa



Gracías a la vida...

Histórias que Contamos a Nós Mesmos - Aniversário

Criança adora festa de aniversário,certo? Bolo, brigadeiro, brincadeiras e balões enchem os olhos e a boca de alegria. As minhas festas foram lindas, minha mãe era extremamente caprichosa e talentosa. Mulher criativa fazia cenários incríveis, passava noites acordada preparando toalhas de mesa exclusivas de papel crepon. Ainda assim registrei uma história sobre festas de aniversário que me faz tremer as bases quando vai se aproximando o dia. (hoje é o dia!)

Não lembro como ou quando começou, mas recordo que aos 12, solenemente decidi que dali em diante não queria mais festa de aniversário. Desfiei um rosário de argumentos e convenci meu pai e minha mãe que era muito melhor sairmos apenas nós da família para conhecer um bom restaurante (escolha da aniversariante, conta do pai).

Desde então passei anos sem fazer festa ou sair com amigos para comemorar. Cheguei a passar um deles absolutamente sozinha: pedi para ficar só. Depois do acidente de 2000, certa da gratidão pela vida, recomecei a comemorar com amigos. De lá para cá a sensação melhora, mas não passa. 

É uma fantasia, uma história que contei a mim mesma de que vai aparecer ninguém na festa. Que vou ficar sozinha, com tudo lindo e pronto esperando. Que ao redor da mesa decorada com carinho e cheia de guloseimas pessoalmente preparadas vai haver apenas o silêncio, que as horas, os minutos e os segundos passarão leeeenntos e aos poucos vou constatando que um esqueceu, o outro se enrolou no trabalho, outra ainda teve uma brigada com o namorado, enfim... que estou sozinha. Sozinha numa festa vazia.

Pergunte-me se algum dia na vida isso aconteceu? Não! Mas não impede que eu sinta o frio na barriga, a ansiedade e o medo de ser esquecida na porta da escola no final da aula.

Ooops...Preciso ir, reserva no restaurante para 12:30. Será que vou ficar sozinha naquela mesa imensa com os garçons e o maitre de testemunhas da minha solidão?