domingo, 9 de janeiro de 2011

Hoje vou de... Thaís Werneck







''Vão-se os lenços,
Fica a jugular
E o sangue que corre nela.''

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ano Novo, Livro Novo!

Livro e a metáfora da vida foi tema de um e-mail que recebi dia desses. Embora seja nada original, gostei do efeito e, sim,  por dias os macacos sambavam no sótão.

Folheando o livro 2010, primeiro descompromissada, pouco a pouco percebi quanto relê-lo era importante. Rever erros e acertos, escolhas e omissões trazia à consciência que sou autora da história, com méritos e responsabilidades.

Dei-me conta que esse livro é escrito à caneta, com tinta não lavável. O que escrevi ao longo de 2010, assim como as palavras ditas, não poderia ser apagado. Ali estava, registrado para a posteridade com todas as suas circunstâncias e consequências. Nenhuma escolha é inconsequente, ainda que assim o queiramos. E não nos é possível arrancar páginas. Dores e amores convivem no Livro 2010. 

Escrevo as últimas linhas do Livro 2010. Em poucas horas ele será fechado e colocado na estante, apenas para consulta. Não se presta a empréstimo. E no momento em que colocá-lo na prateleira desta primeira década dos 2000, receberei um novo volume: todinho em branco.

O que vou escrever? Ainda não sei. Sei apenas que em 2011 quero cometer erros novos. Desejo que o amor vença o medo e eu possa entrar com peito aberto. Desejo que a compreensão e o respeito, por mim e pelos outros, seja maior que a insegurança. Quero que o cuidado com meus corpos e com minha existência terrena seja maior que a falta de tempo ou o abandono de mim. E quero ainda, mais que tudo, clareza para enxergar o que realmente quero.

Enquanto esse post amadurecia na fila de publicação as primeiras linhas 2011 foram escritas, as primeiras escolhas foram feitas, o capítulo I recebeu seu título: Eu Quero

E o que mais quero em 2011 é serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que posso  e sabedoria para distinguir umas das outras. (oração da serenidade). 

Quero ainda:

Aprender o AMOR,
Conquistar a PAZ, cada dita, todos os dias
manter a SAÚDE, física, mental e emocional
curtir muito a FAMÍLIA, 
honrar a PROSPERIDADE,
ganhar DINHEIRO, fazendo o que amo,
viver a ABUNDÂNCIA, todos os dias
agradecer pelos AMIGOS, que estão  a meu lado, presentes ou ausentes, para apoiar quando preciso e para celebrar as conquistas.
ver DILMA ROUSSEF fazer um grande governo e CONSOLIDAR a participação de mulheres nos espaços de PODER.

ESCREVER, ESCREVER, ESCREVER...




segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Clichês

''Basta estar vivo para morrer''. Amo ditos populares, alguns julgam clichês desprezíveis, outros os usam indiscriminadamente. Eu, criada a base de frase de paralamas de caminhão, durante as intermináveis viagens por terra nas férias de verão, sei vários. E eles sempre me vêm à mente. São os precursores do twitter. Em menos de 140 caracteres dizem tudo, com clareza e objetividade.

Hoje ao sair do prédio onde trabalho vi o burburinho. Há menos de 15m uma mulher morrera de ataque fulminante do coração. ''Basta estar vivo para morrer'' - pensei. E os macacos começaram sua algazarra no sótão.

Por que nós esticamos mágoas e rancores? Por que nos afastamos de quem amamos por birra? Por que super valorizamos o medo em lugar do amor, a dor em lugar da saúde, a mágoa em lugar da compreensão? Por que buscamos afetos fakes para suprir nossas carências reais? Por que investimos tanto tempo em ferir quem nos fere, quando o que no fundo do coração queremos é que o engano, a briga, o desentendimento nunca tivesse ocorrido?

Por que perdemos valiosos minutos de nossa vida longe de quem nos faz feliz? De quem amamos? Dos amigos? Dos sentimentos verdadeiros?

Nossa vida está por um fio todos os dias. É clichê, sim! Mas é! A qualquer instante eu ou você podemos simplesmente deixar de existir e conosco vai embora um amor, uma palavra de afeto não dita, um reencontro adiado. Vale a pena usar paliativos para estancar a dor da injustiça ou da decepção em lugar de buscar o reencontro, o diálogo franco, maduro e honesto? Vale a pena falar com quem quiser e perder quem nos ama e a quem amamos?

Só existe hoje. Apenas hoje existe, por que basta estarmos vivos para morrermos. Quero viver cada dia como se fosse o último, preferencialmente ao lado de quem amo de verdade e não acalentando meu ego com carícias fake. Quero que, longa ou curta, minha vida seja real e intensa. Com dores e amores.

Não espere 2011 para ser feliz, para iniciar a dieta, para fazer as pazes com o irmão, para reatar o relacionamento com a mulher que ama, para dar uma chance ao homem da sua vida.

Viva agora! Jogue fora agora todo o lixo, os cadáveres, as más lembranças, as dores mal curadas, as mágoas e os rancores. Aceite agora que você e os outros têm limitações.

Viva agora! Não espere o dia seguinte, esse tempo não existe.

Viva agora os melhores desejos para 2011! Não há garantias! Portanto, viva. Agora!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Hoje eu vou de... Clarice Lispector




 Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!
Clarice Lispector