segunda-feira, 9 de abril de 2012

Síndicos da Rede: Liberdade para quem?



Às vezes me pergunto: O que as pessoas tem com o conteúdo gerado por outras nas redes sociais? Vejo com frequencia surgirem síndicos das redes, com comentários depreciativos e genéricos em relação a este ou àquele tipo de publicação. Não raro, esses mesmos comentaristas críticos desfilam de baluartes da democracia e  porta estandartes das liberdades na internet. Liberdade para quem?

Ou a liberdade de expressão é para todos e todas ou  apenas para nossos pares. E aí... já não é liberdade a pauta. Vivemos a era das possibilidades e a internet é seu  portal. Mas é importante estar prontas/os para ela. Ouvir e ler conteúdos com os quais concordamos é fácil, democrático mesmo é ler e ouvir o que publica quem não lê pela mesma cartilha a qual se está acostumado e respeitar a diferença de opinião, de ser e de viver, sendo capaz de dialogar e construir novas sinapses [ou não]. E vale também para as várias atitude e posturas: aí mora o respeito [real] às diferenças.

Se o conteúdo de alguns não interessa, sempre se pode optar por deixar de receber suas atualizações ou filtrá-las. Se  é ofensivo, fácil bloquear [ou denunciar, se for o caso]. Ninguém é obrigada/o, de fato, a ver fotos de coelhos sorridentes desfilando na timeline, ainda que outros/as gostem de tais publicações.  Há liberdade para simplesmente fechar a janela [tampar seus ouvidos e fechar os olhos] para as expressões que não interessam [ou não agradam]. E isso é melhor que seguir proferindo discursos, bradando palavras de ordem em nome da liberdade e criticar as escolhas [legítimas, humanas e constitucionais] daquelas/es que eventualmente seguem a vida por outros modelos [hegemônicos ou não].

imagem capturada de: http://anti-erudito.blogspot.com.br

Prefiro  lutar pela liberdade de todos e todas expressarem, a proferir discursos anti hegemônicos e atuar em desrespeito constante pelo sagrado direito das pessoas usarem chapinha  difundirem as idéias [tortas] do Silas Malafaia ou publicar fotos da última refeição que fizeram.  Acredito firmemente que novos caminhos, sinapses e possibilidades surgem da fricção de idéias, do contato com as diferenças, do diálogo com a diversidade [sem preconceitos, sem julgamentos]. Cada um de nós tem algo [o que seja] para ensinar e para aprender.  Por isso, são rizíveis encontros,  congressos e seminários do ''roxo'' falando para o ''lilás''. Desafiador é  ver e ouvir o ''verde'' debatendo com o ''alaranjado'', por que é do diálogo entre diferentes que surgem idéias criativas e soluções verdadeiramente revolucionárias.


P.S. A liberdade de expressão comporta apenas uma exceção: aqueles/as que a usam para praticar, incitar ou promover crimes de ódio ou discriminação.


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