Sente o tórax ser aberto a fórceps
Ouve o estalar das costelas
exposta em praça pública,
Dor, assoreando o espírito.
Desce devagar as escadas do inferno
Sente o couro arder
Cai a pele
Nua, em carne viva
Queima na fogueira
Bruxa solta
grito encarcerado na garganta rouca.
Sente(se) exausta: último degrau
Um Dragão a espreitar o tremor
Olhos distantes miram a paisagem árida
Debruça [se]
Agarra [se] aos joelhos
Finalmente...
Uma lágrima rola
Chora
(In Caderno de Costuras, Maria Cláudia Cabral)
parabéns pelas fortes palavras... já senti dor assim... o coração dói tanto q o músculo chega a rasgar e vc tem certeza q a cicatriz se faz...
ResponderExcluiro pior é descobrir que a cicatriz permanece maculando as novas relações, maculando a vida que pulsa e que deseja pulsar. pior é descobrir que a dor permanece latente e que o toque, mesmo que suave sobre a cicatriz reacende toda a dor e toda a raiva e toda a mágoa. o pior é saber que nada do que se faça apagará essa marca. agora percebo que não foi um parto a fórceps, fui marcada a ferro e nenhuma intervenção cirúrgica poderá tirar de mim essa marca.
Excluir"Queimara na fogueira
ResponderExcluirBruxa solta
grito encarcerado na garganta rouca."
Caramba, é preciso mesmo buscar no mais secreto pra verberar o "coração dilacerado"... Forte, seco, real. Parabéns.
cid cancer
mogi das cruzes/sp
Gratidão.
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