sexta-feira, 9 de julho de 2010

Eu e o Cinema

''Eu adoro essa parte. A luz vai se apagando devagarzinho. O mundo lá fora vai se apagando devagarzinho. Os olhos da gente vão se abrindo e daqui a pouco a gente não vai mais nem lembrar que tá aqui. (...) A gente vai conhecer um monte de pessoas novas, um monte de problemas que a gente não pode resolver, porque só eles podem. Vamos ver como e quando'' (Lisbela, em Lisbela e o Prisioneiro).

Cinema essa mágica luz que alumia almas e faz viajar por lugares nunca antes visitados, por estórias improváveis ou verdadeiras - narradas de modo encantador  ou apenas documentadas. Cinema que embalou sonhos e desejos. Cinema que foi o caminho  para fazer amigos numa cidade desconhecida para a qual me mudei há alguns anos atrás e que me possibilitou publicar os primeiros textos no Arcamundo.

Naquele tempo, a saída que encontrei para me enturmar foi o Orkut. Lá encontrei a comunidade Cinéfilos de Goiânia, onde, insistente, participava de debates havidos entre seis cinéfilos verdadeiramente aficcionados eteimosos. E eu era a mulherzinha de Brasília - brasilienses estão para goianos assim como paulistas estão para cariocas, não necessariamente nessa mesma ordem - que ficava furando os debates, dando palpites e provocando a discórdia nas até então discussões exclusivamente masculinas da comunidade.  Foi um tempo maravilhoso e sou imensamente grata pelas inestimáveis lições aprendidas com Rafa, Rafa Parrode, Vini, Cadu, Fabrício, Valber e André. 

Claro que tantas discussões on-line acabaram por incentivar encontros reais - sempre em cinemas locais -  com ótimas discussões em barzinhos da cidade. Depois algumas figuras inesquecíveis se juntaram ao grupo: Camila - a mãe do Arcamundo - Elissa, guerreira incansável das causas de esquerda e algumas namoradas que vinham e iam.  Por fim, criamos nós mesmos uma nova comunidade: Cinema, Diversão e Arte que resiste bravamente no Orkut até hoje. 

Mas para quê essa história toda, afinal? Tudo isso é um pouco para matar saudades dessa turma com a qual há muito não tenho contato e muito é para dizer da importância e do meu afeto e gratidão por eles e pelo cinema.

Embora não seja uma crítica do gabarito de Fabrício ou Parrode, sou o tipo que analisa num filme aspectos da construção das personagens e sua coerência, além de ser aficcionada pelos roteiros e seus textos maravilhosos. Sou ligadíssima em frases de cinema, razão pela qual não resisti dia desses e adquiri um livro chamado '' Os Melhores Diálogos do Cinema'' de P.Fendler.  Não sei se posso concordar com o autor sobre serem os melhores diálogos, mas certamente a maior parte dos textos selecionados pelo autor são muito bons, tão bons que decidi escrever - a partir dos diálogos selecionados por Fendler - crônicas ou contos, quem sabe.

O livro traz 229 diálogos do cinema. 229 pérolas dos clássicos aos contemporâneos. E vou escrever a partir da próxima terça-feira (homenagem ao Arcamundo) sobre os 229 textos selecionados por Fendler. A cada nova terça-feira, um novo texto. Espero que findos os 229 tenhamos outros 229 sugeridos pelos leitores do Blog para que possamos seguir surfando nas maravilhosas frases de cinema.

Nosso primeiro diálogo será o do filme The Holiday. Aguardem! 

P.S. Esse projeto dedico a@s amig@s de Cinéfilos de Goiânia, a@s companheir@s do Arcamundo, em especial Vini, Cadu e Camila.

7 comentários:

  1. Gente, que delícia!
    Fico muito feliz a cada vez que leio um texto seu relembrando aquele tempo. Foi mesmo um tempo muito especial para todos nós, e Arcamundo foi realmente um projeto marcante que, pelas voltas que o mundo dá, acabei deixando e você foi continuando...
    Sinto muita saudade de todos, dos nossos encontros e debates. E de você, especialmente!
    Acompanharei ansiosa os 229 textos!
    Parabéns pela iniciativa e... saudade! =)

    ResponderExcluir
  2. Muito boa essa lembrança msm... Claudinha sempre deu uma sacudida, sempre animada, entusiasmada e com certeza a grande responsável por esse estreitamento q tivemos e que acabou culminando na nossa empreitada na ArcaMundo! Tb to aqui acompanhando os txts e esperando quem sabe marcar outro desses orkontros qdo vc vier visitar a gente por aqui!

    ResponderExcluir
  3. Eu serei eternamente grato pelo que temos: amor, amor, amor, amor. Companheiros verdadeiros para uma vida inteira.

    Morro das saudades. Amo-te.

    ResponderExcluir
  4. Depois da sua partida para Brasília ficamos órfãos de uma grande companheira, mulher, cinéfila, inteligente, culta, linda...

    Acompanho praticamente todos os textos desse blog e o Arcamundo foi um marco importante, muito me alegra saber que não abandonaram esse projeto.

    Eu fico imensamente honrado com a lembrança, porém, contudo, mais feliz ainda por ter tido a oportunidade de estar presente nas nossas sessões cinéfilas e nossos orkontros.

    Também sinto saudades e espero retomarmos esses orkontros, especialmente quando vieres nos visitar.

    Um beijo grande

    Kadu

    ResponderExcluir
  5. Engraçado, dias dessses tava lembrando nossos encontros, e deu muita saudade. Não só porque falávamos de cinema, e porque é dificil encontrar pessoas que compartilham esse amor pela sétima arte. Mas, muito mais saudade pelo fato de que as pessoas eram ótimas companhias, e todos esses momentos ficaram na memória como mais do que agradáveis.
    Fico feliz de ter participado de um pouco deles, pelo menos.

    ResponderExcluir
  6. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  7. Peguei os momentos finais desses orkontros e pude encontrar pessoas valiosas que fazem parte da minha vida ainda hoje, quando não pela convivência, através da admiração e do carinho.
    Tentei fomentar alguns encontros que apesar do pequeno número de integrantes foram muito gostosos.
    A conclusão a que chego sobre o 'fim' é a de que nos falta a pequena e grandiosa mulher forte, de opiniões instigantes. Falta a 'pequena candanga' com seu doce e firme laço.

    ResponderExcluir

O que você acha?