terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Invention of Love (2010) - Animated Short Film



Delicada poesia em imagens e sons.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011


Nota pública - ALL OUT 
SOBRE O PLC 122

O Brasil ocupa importante espaço na arena internacional por sua relevância econômica e política, além das políticas sociais recentemente desenvolvidas. Por meio da ratificação de diversos tratados internacionais para a proteção dos direitos humanos de todos e todas, inclusive LGBTs, e pela criação de variadas políticas públicas, o país deu passos importantes em relação  à promoção e proteção de garantias fundamentais, assim como no tema de direitos da população LGBT. 

No entanto, até o momento, algumas políticas públicas, como no caso das medidas necessárias e caras à populacão LGBT, ainda se encontram pendentes no que se refere a sua implementação. O que se observa é que todas as conquistas reais em termos de direitos civis igualitários para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil,se deram no âmbito do judiciário e do executivo, o que demonstra alguns avanços mas também enormes desafios.

Na próxima quinta-feira (8/12), a senadora Marta Suplicy irá apresentar para votação na Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Senado (CDH) um substitutivo ao PLC 122/2006. Apesar de ser uma pauta histórica do movimento LGBT brasileiro,  a ALL OUT CONSIDERA que a nova redação do PLC 122  não contempla a criminalização do discurso de ódio contra a população LGBT , um dos maiores “ ativadores de homofobia” no Brasil, tornando, portanto, a legislação proposta INSUFICIENTE.

Além disso, a inclusão do parágrafo III ao texto, sem acordo com o movimento LGBT nem com a Frente Parlamentar Mista LGBT no Congresso, simboliza o aceite tácito do Congresso aos discursos de ódio que estão na raiz da onda crescente de ataques homofóbicos e transfóbicos no país, seja por parte de líderes religiosos, seja de representantes de outros setores conservadores do Brasil. 

Reafirmamos que a All Out apóia o desenvolvimento de uma legislação que possibilite a punição de atentados graves contra a vida, a liberdade, a igualdade e a dignidade humana, e neste sentido, a inclusão da criminalizacao da homofobia é uma ação  justa e necessária. Desta forma, a All Out também aplaude os esforços do Estado brasileiro para que a homofobia seja discutida no país, inclusive no âmbito legislativo, mas não pode silenciar diante da omissão quanto a violência verbal, psicológica e moral, como faz o substitutivo ao PL 122. (inclusão da blogueira)

O BRASIL, INFELIZMENTE, É UM DOS PAíSES COM MAIORES NÚMEROS DE MORTES E DE VIOLÊNCIA em razão de orientação sexual e de identidade de gênero no mundo, portanto, ainda há muito que avançar. A All Out acredita que a discriminação homofóbica deve ser punida como as outras discriminações, com legislação que reconheça o peso e a relevância necessária à criminalização da homofobia no país.

Assinam esta carta


Equipe All Out

Graça Cabral, Maria Auxiliadora, Jiçara Martins, Maria Claudia Cabral, Angela Moyses, Eleonora Pereira (Mães pela Igualdade), Luís Arruda e Lilia Arruda.

Para saber mais sobre a All Out: www.allout.org/pt
Flavia Antunes: flavia@allout.org
Joseph Hannon: joseph@allout.org

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

As Cartas de Anita Lopes: Carta a M.

As Cartas de Anita Lopes: Carta a M.: M, Esse (re)encontro me tirou o fôlego, ao tempo em que abriu portas e janelas, deixando fluir novos ares por aqui. Os encontros, ass...

Silêncio [1]

...então vem o silêncio. talvez precedido de certo descompasso.
talvez depois de um desencontro.
mas vem, é certo que vem o silêncio.
 primeiro sutilizado pelo tempo que se arrasta na temporada de chuvas.

e conforme as horas passam, vai crescendo. crescendo e crescendo.
e vem... e veM
como uma onda tomando conta dos espaços vazios,
ocupando as incompletudes com seus sons.

sim! o silêncio tem seus sons.

e num dado momento é tão grande...

[e a distância percorrida por ele é  tão larga]

que se torna ensurdecedor.


domingo, 6 de novembro de 2011

Como Nascem as Crenças - Carta a Alberto

Se as emoções são músculos, meu riso está flácido. A revelação veio como um soco no estômago. Era um soco no estômago, Alberto.
E, não! Não quis dizer frouxo, é flácido... 
Pensando bem, sempre foi flácido. Mas sempre pode ser tempo demais, não acha? Talvez não tenha sido sempre. Talvez tenha se tornado flácido.

Claro! Eu tinha o riso frouxo quando era criança. Sim, eu tinha! E pai dizia ''muito riso é sinal de pouco siso!'' 


- Que é siso, pai?
- Siso é juízo.
- E o riso vinha, que não parava mais.


E pai repetia e repetia e repetia. E o riso foi ficando contido. Foi sendo pouco a pouco escondido. O músculo foi sendo educado para não alongar. Foi treinado para ser músculo de quem tem juízo e bons modos. Ficou fora de uso tanto tempo que talvez nem me lembre como é uma gargalhada. 


Hoje foi o estômago que apanhou, mas foi a garganta que doeu. Memória do cárcere. A dor dos sons que anseiam por liberdade, querem pular da garganta para fora num duplo mortal carpado e aterrizar no meio do picadeiro, dar uma, duas ou várias piruetas [Bravo! Aplausos!]


Sabe que nem nas oficinas de atriz eu conseguia soltar  uma boa gargalhada. Fora condenada aos papéis de megera ou de vítima, infeliz e sofredora, por que chorar eu choro bem. E devo confessar, que com tanto riso preso, havia mesmo uma vilã escondida em mim. E os trabalhos de riso e de clown não me viam, fugia deles como quem foge da cruz [eu fugia da caldeirinha, em nome da cruz]. Não conseguia.


E quando algo muito engraçado [engraçado mesmo] acontece ou me contam uma piada daquelas, meu riso vem subindo  da barriga até o diafragma, passando pelo peito segue quente, uma onda vermelha ocupa o pescoço, as veias saltam, se espalha pelo rosto, e transborda num tsunami de lágrimas. A voz embarga, tusso, falta ar. Como falta a ar quando não rimos o riso frouxo das crianças.


'Muito riso é sinal de pouco siso', assim nasce uma crença! E adivinha, Alberto, onde ela se aloja? Não sei as outras, não sei as dos outros...A boa notícia, caro amigo, é que hoje, distraída ela revelou seu esconderijo e em breve receberá ordem de despejo. 


Contigo os segredos acabam por ser revelados. A verdade sempre vem à tona, mesmo que isso cause um pouco de [ou muita] dor.




Sua sempre,




Anita [Lopes]