Aos poucos soltei as tranças, olhar longínguo.
desamarrei os cabelos e o lenço, deixei cair
sobre os ombros
derramarem-se...
Tirei os brincos, signos
Limpei os lábios rúbios, deixando-os na pele e
carne
carnudos
O xale deslizou pelos braços
Caiu aos meus pés, como tu um dia [em sonhos]
Despi-me da blusa alva, da saia florida, dos sapatos
desnudei a alma
Já não era Frida, nem Camille...
Deixei Simone de Beauvoir,
Rosa de Luxemburgo,
Leila Diniz...
Despi-me de todas elas,
Abri mão!
Abandonei Carry Bradshaw...
O sexo e a cidade...
Nua em praça pública, simplesmente Maria.
''Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta... Uma mulher que merece viver e amar'' como outra qualquer do planeta''(...)
Saiba Mais de Maria
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
O Veneno Está na Mesa (Parte 03)
Da série 'alimentação saudável é complicado por aqui''.
Bom final de semana, com alimentos orgânicos!
terça-feira, 30 de agosto de 2011
As Cartas de Anita Lopes: O Amor não morre, apenas muda de lugar - Carta à D...
As Cartas de Anita Lopes: O Amor não morre, apenas muda de lugar - Carta à D...: Querida D. Maroca: Entendo. Eu o amo ainda, mas o amor mudou de lugar. Deixou o quarto, a sala e a cozinha e foi para o cômodo das boas lemb...
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
A Casa Espelho - Resposta a Caio
Caio:
A casa é espelho que revela a alma que ali habita [há alma?] e por isso, adoro a sensação de olhar pela primeira vez não apenas a casa, mas o espelho [cidades, pessoas, espaços, fotografias, conceitos].
A casa é espelho que revela a alma que ali habita [há alma?] e por isso, adoro a sensação de olhar pela primeira vez não apenas a casa, mas o espelho [cidades, pessoas, espaços, fotografias, conceitos].
Quando chego aguço os sentidos e devagar vou sentindo o lugar. As escolhas [ou não escolhas] segredam o íntimo [sim, como um diário] de quem vive ali.
As cores ou a ausência delas. A disposição da mobília e suas formas. Há casas - já vi muitas - que reproduzem o show room de uma loja de móveis. Que dirias, Caio A., sobre as pessoas que moram ali?
Há aquelas que foram milimetricamente planejadas, com móveis imóveis.São tantas gavetas, portas, portinholas e nichos. Que pensar? Quantos segredos [ou segregação], talvez dissesse. Quanta previsibilidade! Talvez pensasse. Vi também daqueles que colecionam [seria essa a palavra?] coisas que arrastaram do caminho, e as depositam em casa como quem joga a toalha úmida no chão. A sala de visitas mais parece o museu dos horrores, tal abandono das lembranças, tal descaso com o percurso. E ainda as que adoram um passado que não lhes pertence. Forjando histórias vividas, lembranças que não têm. Memórias de outrem.
Lembro-me de que quando entrei na casa dele pela primeira vez, vi o vazio. Terra arrasada, um coquetel de show room com lembranças esparsas de uma infância vivida na idade adulta e decorado com apegos. As não escolhas assim o revelavam. Vi o descuidado zelo com as memórias, o abandono deixado pelos cantos, o desencanto náufrago.
Sim, era uma casa à deriva.
E no vazio desvelado, vesti a burca - olhos tapados - e diante das evidências, descuidei os olhos para privilegiar a boca.
Às vezes na vida sentimos tanta fome, que pedimos a quem não sabe cozinhar que nos alimente e esperamos e esperamos e esperamos pelo pão que nunca vem. Vêm migalhas e famintos nos refestelamos como se fossem banquetes com 9 talheres, 4 copos, entrada, ourd'evres, prato principal e dessert [estarias com fome?].
Os dias passam, as semanas e os meses e os anos. E a fome vai mitigando nossa capacidade de transformar o nada em amor. Insatisfeitos, pedimos mais. Tornamo-nos 'exigentes' e mais não vem. E nos associamos ao sindicato dos famintos do mundo e fazemos greve, e escrevemos reinvindicações, e convocamos assembléias do 'eu sozinho' em que bradamos aos quatro ventos nossas inquietudes e insatisfações. Nos tornamos freaks perambulando pela sala de jantar.
Mas, amado Caio, num dado momento nos damos conta de que escolhemos habitar uma casa vazia repleta de abandono e de descuido. Percebemos já sem dor que desejávamos nutrição e o dono da casa sequer sabe cozinhar. Momento de tirar a burca e revelar o que os olhos já haviam visto, mas preferiram tapar.
A burca é pequena para mim. E como diria certo rabino sábio 'todo lugar em que a gente cresce, um dia fica pequeno' [e apertado].
Fica bem a ruminar esse diário lido, enquanto usufruo o prazer de minha janela com vista para o pátio iluminado de verde e ares novos.
Da sua,
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Alberto Tibaji: Visita a Evandro
Alberto Tibaji: Visita a Evandro: Querida Anita . Saudades. Hoje estou pela primeira vez na nova casa de Evandro. Chegamos. Ele não entra. Precisa, como de rotina, parece, ...
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