Porto Alegre entrou em mim para o resto da vida. Aqui estou, delicadamente tomando a cidade nas mãos, percorrendo suas ruas corriqueiras, deslizando pelos endereços de todos os dias. Sorvendo os sabores da cidade, flutuando nos acentos típicos da fala gaúcha.
Adoro conhecer novos lugares e conhecer para mim é uma experiência sensorial, multi sensorial. Preciso sentir os cheiros, minha pele tem de estabelecer contato com as ruas e as praças, preciso dos sons e dos silêncios, do movimento e das pausas das avenidas e dos semáforos; claro, preciso sentir os gostos da cidade. Não os gostos forjados em clubes de gastronomia - que são ótimos para outros propósitos - mas o sabor que vem das esquinas, das tradições, das origens étnicas, do dia a dia de cada lugar.
Ontem foi dia de provar o Kibe do Brique, que fica ali na Felipe Camarão, bairro Bonfim. Não podia deixar de experimentar. O bairro, lugar de forte influência judaica, abraça o Kibe do Brique e suspiro de orgulho de ser brasileira, onde árabes e judeus são vizinhos, são sócios, são amigos.
O kibe é imperdível, o preço honesto, o atendimento é simpaticíssimo e o lugar um charme. Precisa dizer mais? Arrependimento apenas de não ter provado o amanteigado de tâmaras - eu amo - mas hei senti-lo completamente antes de partir. (por sorte estou hospedada a dois passos desse pequeno paraíso). Mas não apenas de sabores é feita uma cidade.
Tomei um coletivo hoje cedo em direção a Menino Deus, bairro de Porto Alegre onde viveu Caio - Caio Fernando Abreu - a ausência mais presente dos últimos tempos, com quem dialógo diariamente, a quem escrevo turbilhões de idéias esperando uma resposta, um alento. Bairro cujo nome tem acordes de Caetano, sussurrando em meus ouvidos. Fui lá. Fui sentir o cheiro e permitir-me deslizar por suas ruas estreitas, profundas, reveladoras da essência tímida e silenciosa.
Mergulhei nas profundezas da Peri Machado até respirar fundo diante da praça coberta de folhas ainda não secas anunciando o outono que se avizinha por aqui. Foi bom, sensorialmente bom e cheio de lembranças que não tenho.
Agência FAPESP – Em 2010, das 19.678 solicitações iniciais de apoio à pesquisa apresentadas à FAPESP 42% foram apresentadas por mulheres. O percentual tem crescido continuamente desde 1992, quando foi de 30%.
Segundo levantamento feito pela FAPESP, a taxa de sucesso global, definida como o número de propostas aprovadas dividido pelo número de propostas analisadas no ano, foi, em 2010, de 61% para as mulheres e de 60% para os homens.
Para as grandes áreas de Ciências da Saúde, Ciências Agrárias e Engenharias, observa-se um crescimento forte na proporção de mulheres. Em Ciências da Saúde, o percentual cresceu de 34% em 1992 para 54% em 2010; para Ciências Agrárias, foi de 23% em 1992 para 40% em 2010. No caso das Engenharias, a participação feminina quase triplicou, passando de 8% para 22% no período.
Nas grandes áreas de Ciências da Saúde, Ciências Humanas e Linguística, Letras e Artes mais da metade dos solicitantes é do sexo feminino. Em Ciências Biológicas, a tendência é de crescimento na participação das mulheres, que passou de 42% em 1992 para 48% em 2010.
Entretanto, os dados indicam que, apesar de maioria, há um ligeiro decréscimo do número de solicitantes mulheres nas áreas tradicionalmente com forte presença feminina, como Ciências Humanas, que caiu de 56% em 1992 para 52% em 2010, e Linguística, Letras e Artes, que passou de 57% para 52% no mesmo período. Em contrapartida, o percentual de crescimento é significativo em áreas com forte presença tradicionalmente de homens, como Agrárias e Engenharias.
Leia o relatório completo com gráficos comparativos em:
www.fapesp.br/publicacoes/indicadores/032011f.pdf