Sim. Foi uma enorme surpresa. Ao aterrisarmos o piloto informou com sua voz metálica que a temperatura na capital paulista era de 13º celsius. OOooops! Não estava preparada para tal frio, levara apenas uma capa de chuva, por que ao consultar o clima havia a informação sobre chuva ao longo de todo o dia e à noite também.
Bem, a echarpe virou cachecol, abotoei a capa e salve-se quem puder!
Ok, está frio, mas logo estarei na cama quente do hotel e tudo ficará bem. Ledo engano, ao ligar o celular recebo sms de Lelo - meu grande e lindo amigo da época de escola fundamental - informando que não conseguira um único hotel (paulista, jardins, morumbi, moema...)tudo lotado em razão de um seminário de medicina que ocorria na cidade.
Olhei para um lado, olhei para o outro e... Bem nessas horas confirmo e reafirmo: amigos são tudo em nossas vidas! Ligo para Erwina - amigas há 10 anos, quem diria! - nem precisei acabar de falar 'vem pra cá, mulher!' Em poucos minutos estava alojadíssima no acolhedor lar-doce-lar de Erwina, com Zeca, o novo cachorro dela aos meus pés, tomando uma boa taça de vinho tinto e colocando a conversa em dia. Duas da manhã - 'eu vou me ferrar' - a fofoca foi longe e precisávamos dormir.
Não era a primeira vez que era acolhida ali. Lá estava o quarto quentinho que fora da Vivi quando ela morava com Erwina ainda. Banho morno, cama quente, amiga por perto: tudo o que eu mais precisava naquela noite.
São Paulo tem diversas qualidades. É uma cidade do mundo, que não para e não dorme, onde encontramos tudo, absolutamente tudo que queremos, onde os taxistas levam um volume de mais de 500 páginas de mapas da cidade, em que os engarrafamentos são infindáveis, os espetáculos diversos e maravilhosos. Acima de tudo, São Paulo para mim significa o aconchego de amigas queridas, como Erwina, Ana e nossa saudosa Marie.
Se comi bem? Não há como comer mal em Sampa. Era um espagueti com tiras de avestruz puxada em seu próprio molho, acompanhado de conversa, conversa, conversa, embaixo de uma árvore centenária num restaurante pra lá de agradável e cujo menu é honestíssimo. Serviço: chama-se Lilló e fica em Moema, na mesma rua em que Erwina mora. Delícia de lugar, se tiver oportunidade visite e me conte.
Reunião tranquila e exitosa, há um quilometro do apartamento. Aí conheci o homem mais gentil e atencioso 'do mundo'. Fiquei tão encantada com sua gentileza que quis imediatamente aderir ao movimento em prol da gentileza. Imagina que ele me ajudou a vestir o casaco, abriu a porta para mim. Um verdadeiro gentleman. Porque, onde e quando perdemos esse valor? O que nos fez tão desatent@s com as pessoas? Onde deixamos a gentileza, a solidariedade, a generosidade?
A maior parte de nós deixou para trás tais valores, mas eu sou testemunha de que pessoas ainda cultivam a gentileza eis aí, em São Paulo - a maior cidade do país - duas pessoas lindas que não me deixam mentir.
Obrigada, querida Erwina. Obrigada, senhor M.F. Vocês alimentam minha esperança de um mundo mais solidário e gentil.
''Gentileza gera Gentileza'', já dizia o profeta. Então, vamos juntos. Vamos nos unir ao movimento Gentileza gera Gentileza e por meio de pequenos atos do dia-a-dia colaborar para que gentileza tome conta de nossas vidas e nossas relações.
''Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta... Uma mulher que merece viver e amar'' como outra qualquer do planeta''(...)
Saiba Mais de Maria
quinta-feira, 8 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
Diário de Bordo - BH
Fazia pelo menos 20 anos que não vinha a Belo Horizonte, não me lembrava como a capital mineira é charmosa. Chamou-me a atenção especialmente a limpeza das ruas e a gentileza dos prestadores de serviços.
Almoçei em um shopping local bastante conhecido Pátio Savassi e fui extremamente bem atendida por Taís que fez sugestões apropriadas, sendo solícita e gentil, no Café do Museu, um bistrô charmosérrimo com comida honesta a preço não tão acessível. O filet com molho de jaboticabas e risoto de brie com alho poró estavam fantásticos. Vale mencionar que tanto o filé quanto o risoto estavam saborosos, mas eu não teria feito tal combinação. Em lugar dos sabores se complementarem senti um certo ressentimento entre eles. Ainda assim, volto a dizer, o sabor de ambos - separadamente - estava fantástico.
Gentil e acolhedor também foi o atendimento dos taxistas que fizeram questão de detalhar os percursos escolhidos - como se eu pudesse avaliar - antes de iniciá-los. Iniciativa de excelente tom, que dá segurança ao cliente.
Você poderá dizer que o atendimento solícito e gentil não passa de obrigação, mas garanto que para quem vive em Brasília tais atributos são notáveis. A capital federal definitivamente tem um dos piores atendimentos do país.
Reunião ótima. Hora de voltar ao aeroporto de CONFINS rumo à Paulicéia Desvairada.
Almoçei em um shopping local bastante conhecido Pátio Savassi e fui extremamente bem atendida por Taís que fez sugestões apropriadas, sendo solícita e gentil, no Café do Museu, um bistrô charmosérrimo com comida honesta a preço não tão acessível. O filet com molho de jaboticabas e risoto de brie com alho poró estavam fantásticos. Vale mencionar que tanto o filé quanto o risoto estavam saborosos, mas eu não teria feito tal combinação. Em lugar dos sabores se complementarem senti um certo ressentimento entre eles. Ainda assim, volto a dizer, o sabor de ambos - separadamente - estava fantástico.
Gentil e acolhedor também foi o atendimento dos taxistas que fizeram questão de detalhar os percursos escolhidos - como se eu pudesse avaliar - antes de iniciá-los. Iniciativa de excelente tom, que dá segurança ao cliente.
Você poderá dizer que o atendimento solícito e gentil não passa de obrigação, mas garanto que para quem vive em Brasília tais atributos são notáveis. A capital federal definitivamente tem um dos piores atendimentos do país.
Reunião ótima. Hora de voltar ao aeroporto de CONFINS rumo à Paulicéia Desvairada.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
AGORA
Agora?
Eu vivo agora.
Você?
Sinto-me curiosa.
Passado? Não quero falar!
Futuro? Ainda não sei.
[Não quero saber!]
De você, sim! Quero saber
Eu? Sinto dor na garganta - Agora
Agora é forte e eu estou com você
Há uma linha que nos conecta: Agora
Não a via no passado. Não havia?
Futuro haverá ou a verei?
Agora, somos eu e você.
Agora: começar de novo.
Não! Agora é um novo começo.
Eu vivo agora.
Você?
Sinto-me curiosa.
Passado? Não quero falar!
Futuro? Ainda não sei.
[Não quero saber!]
De você, sim! Quero saber
Eu? Sinto dor na garganta - Agora
Agora é forte e eu estou com você
Há uma linha que nos conecta: Agora
Não a via no passado. Não havia?
Futuro haverá ou a verei?
Agora, somos eu e você.
Agora: começar de novo.
Não! Agora é um novo começo.
sábado, 27 de março de 2010
Corpos Estendidos, ali caídos: mortos
Caminhava pelas quadras da Asa Sul quando numa entrequadra avistei uma nova construção. Arquitetura contemporânea, nada além de um box recoberto completamente por aqueles vidros espelhados super usados ultimamente em prédios públicos e outras construções da Capital Federal.
Gosto duvidoso, valor estético questionável os tais vidros ainda por cima são responsáveis pela morte de diversos pássaros. Já me haviam dito, mas eu nunca havia tido o desprazer de ver com os próprios olhos. Quando vi o primeiro caído no chão não entendi o que se passava. Era um lindo passarinho azul morto, mortinho.
Com um pouco mais de atenção vi os outros corpos ali estendidos. Uns recém caídos, outros já em franca decomposição. Um verdadeiro campo nazista.
Feio, muito feio! Matam pássaros em nome de uma estética abominável. Diga-me que empresa é e te direi que não serei sua cliente, nem recomendarei.
Gosto duvidoso, valor estético questionável os tais vidros ainda por cima são responsáveis pela morte de diversos pássaros. Já me haviam dito, mas eu nunca havia tido o desprazer de ver com os próprios olhos. Quando vi o primeiro caído no chão não entendi o que se passava. Era um lindo passarinho azul morto, mortinho.
Com um pouco mais de atenção vi os outros corpos ali estendidos. Uns recém caídos, outros já em franca decomposição. Um verdadeiro campo nazista.
Feio, muito feio! Matam pássaros em nome de uma estética abominável. Diga-me que empresa é e te direi que não serei sua cliente, nem recomendarei.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Carta de Anita Lopes a Caio Marques
Caio,
Surpreende-me só agora você romper o silêncio sobre minha partida. Durante aquele período eu me trancava em pensamentos confusos, tentava adivinhar as lacunas e as ausências deixadas por você. Eu queria lê-lo dizer do sentimento que nos unia, ao mesmo tempo que temia o toque. Hoje, sinto que talvez, só talvez suas reflexões façam sentido.
Das suas faço minhas as perguntas ' será que nos amamos?' ou 'será que amamos a possibilidade de nos amarmos?'' ou ainda ''é possível que sejamos Pessoa e estejamos fingindo um amor que deveras sentimos?''
Perguntas sem resposta. Certo é, até que perceba o contrário, que sinto sua falta. Nossos passeios à tarde, mãos dadas, risos, a simplicidade de nossas conversas rasas ou profundas.
Dessas lembranças emerge uma outra pergunta que deixo para sua reflexão: Será que esse amor teria de se traduzir exclusivamente numa relação que envolvesse a fusão de corpos? Não nos seria suficiente e importante apenas fundir as almas e separá-las para irmos aprendendo o amor um com o outro? Porque todo amor tem de ser sexualizado?
Por outro lado, porque a união de corpos nos mete numa rede de expectativas? Serão os mandatos culturais e sociais que nos são impostos desde o nascimento?
Agora sim, eu sinto que te amo! Amo sua forma de expressão, suas idéias, as interrogações que você coloca em meu caminho e que me atribulam a alma. Em especial me encanta toda sua confusão, embora por vezes me irrite com sua resistência a olhar-se de fora. Seu caminho é confuso, é certo, mas é o seu caminho. Seu medo de olhar-se me atrai e me afasta, mas gosto do desafio de não entender nada e ao mesmo tempo ter tudo tão claro. Adoro as horas que passo com você, seja nos passeios que fizéramos, seja agora dedicando-me integralmente a estar contigo por meio das palavras.
Creia, nossos laços são indestrutíveis, porque o afeto e o respeito que construímos tem bases tão sólidas que nada e ninguém pode desfazê-los. E isso me parece muito real.Não é fruto de uma fantasia infantil que idealiza o outro. Nos conhecemos, conhecemos cada canto de nossas almas, cada insegurança, cada dúvida e, em especial a imensa capacidade que temos de criar dúvidas, fazer surgir perguntas sem resposta - talvez nossa melhor qualidade - não há espaço entre nós para idealizações. E isso já é alicerce suficiente para uma relação duradoura e sólida.
Qualquer hora me daria muito prazer recebê-lo em minha nova casa, mesmo que isso signifique enfrentar a boataria, o falatório, os olhares curiosos. Não temo o olhar do outro sobre mim, embora certas vezes me aborreça.
Venha! Venha breve!
Sua sempre,
A.L.
Surpreende-me só agora você romper o silêncio sobre minha partida. Durante aquele período eu me trancava em pensamentos confusos, tentava adivinhar as lacunas e as ausências deixadas por você. Eu queria lê-lo dizer do sentimento que nos unia, ao mesmo tempo que temia o toque. Hoje, sinto que talvez, só talvez suas reflexões façam sentido.
Das suas faço minhas as perguntas ' será que nos amamos?' ou 'será que amamos a possibilidade de nos amarmos?'' ou ainda ''é possível que sejamos Pessoa e estejamos fingindo um amor que deveras sentimos?''
Perguntas sem resposta. Certo é, até que perceba o contrário, que sinto sua falta. Nossos passeios à tarde, mãos dadas, risos, a simplicidade de nossas conversas rasas ou profundas.
Dessas lembranças emerge uma outra pergunta que deixo para sua reflexão: Será que esse amor teria de se traduzir exclusivamente numa relação que envolvesse a fusão de corpos? Não nos seria suficiente e importante apenas fundir as almas e separá-las para irmos aprendendo o amor um com o outro? Porque todo amor tem de ser sexualizado?
Por outro lado, porque a união de corpos nos mete numa rede de expectativas? Serão os mandatos culturais e sociais que nos são impostos desde o nascimento?
Agora sim, eu sinto que te amo! Amo sua forma de expressão, suas idéias, as interrogações que você coloca em meu caminho e que me atribulam a alma. Em especial me encanta toda sua confusão, embora por vezes me irrite com sua resistência a olhar-se de fora. Seu caminho é confuso, é certo, mas é o seu caminho. Seu medo de olhar-se me atrai e me afasta, mas gosto do desafio de não entender nada e ao mesmo tempo ter tudo tão claro. Adoro as horas que passo com você, seja nos passeios que fizéramos, seja agora dedicando-me integralmente a estar contigo por meio das palavras.
Creia, nossos laços são indestrutíveis, porque o afeto e o respeito que construímos tem bases tão sólidas que nada e ninguém pode desfazê-los. E isso me parece muito real.Não é fruto de uma fantasia infantil que idealiza o outro. Nos conhecemos, conhecemos cada canto de nossas almas, cada insegurança, cada dúvida e, em especial a imensa capacidade que temos de criar dúvidas, fazer surgir perguntas sem resposta - talvez nossa melhor qualidade - não há espaço entre nós para idealizações. E isso já é alicerce suficiente para uma relação duradoura e sólida.
Qualquer hora me daria muito prazer recebê-lo em minha nova casa, mesmo que isso signifique enfrentar a boataria, o falatório, os olhares curiosos. Não temo o olhar do outro sobre mim, embora certas vezes me aborreça.
Venha! Venha breve!
Sua sempre,
A.L.
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