Querido Caio,
Os dias passam rápido nesse início de novo ano. A notícia da remoção para outra parte do país me pegou de surpresa. Havia em mim um misto de receio e alegria pelo novo desafio. Eu, como você bem sabe, sou adepta a vida nômade.
Penso unicamente em todas as providências que terei de adotar para tornar a mudança de cidade efetiva e mais prazerosa que desgastante. No entanto, não posso deixar de registrar que R. entristeceu-se com a notícia. Somos muito próximas e com a partida minha querida amiga não poderá contar com nossos passeios ao entardecer, regados a boa prosa.
Ontem mesmo dei conhecimento a minha senhoria sobre a entrega do imóvel. Fui feliz naquele apartamento. Tudo tão limpo e iluminado. Mas estou certa que encontrarei um belo lugar para morar em meu destino. Tenho muita sorte com moradia, aliás, para ser justa, tenho mesmo muita sorte na vida e por isso sou grata. A remoção não poderia ter vindo em hora melhor.
Andei refletindo em como tudo acontece exatamente quando tem de acontecer. Que momento oportuno para esta mudança de cidade. É verdade que estava começando a me acostumar e até me encantar com a vila, mas sei que encontrarei lá boas razões para o encantamento.
Na próxima semana farei uma visita exploratória ao novo destino. Estou, confesso, bastante ansiosa com a perspectiva.
Por agora, meu amor, era o que tinha a dizer-te.
A.L.
''Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta... Uma mulher que merece viver e amar'' como outra qualquer do planeta''(...)
Saiba Mais de Maria
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Sempre Novo De Novo
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Composição: Ivan Lins / Vitor Martins
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Composição: Ivan Lins / Vitor Martins
Supostamente começou um novo ano, uma nova década. Finda a primeira do século XXI fica a sensação de que o tempo não para e que o mundo continua girando, de um modo ou de outro. Ontem ficou para trás com as boas e más lembranças. Depois da virada é um novo dia, tempo de renovar esperanças, fazer planos e realizar sonhos. Mas essa virada não acontece todos os dias, afinal?
A idéia aqui é que cada dia temos a possibilidade real de fazer ‘’a virada’’, deixando para trás o que não nos serve e tomando decisões – de fazer ou de não fazer – revolucionárias.
Nessa perspectiva venho virando a página todos os dias há vários meses. 2009 foi um ano de pequenas e grandes viradas diárias. Tomei decisões ousadas, troquei a pele várias vezes, mudei de casa, de trabalho, de planos e deixei para trás – mais de uma vez – velhos conceitos, antigos sonhos embolorados, decrépitas crenças ancestrais.
O ano de 2009 foi, definitivamente e a cada dia, um ano de mudanças. E eu as fiz como deveria, embora às vezes não sem alguma dor. Sinto-me hoje, primeiro dia útil (há dias inúteis?) de 2010, pronta para seguir virando, a cada 24h, a página da história, tomando decisões grandes e pequenas. Transformando os desafios da vida em experiências infinitamente interessantes e reveladoras de quem sou no mundo em que vivo. PORQUE
TODA MULHER TEM DIREITO A TORNAR-SE NOVA(s) A CADA DIA.
FELIZ DIA NOVO, A CADA DIA!!!
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
O Enterro dos Ossos
[...]Amar é qualquer coisa de mais grave e significativo do que o entusiasmo pelas linhas de um rosto e a cor de uma face; é decidirmo-nos por um certo tipo de ser humano que é simbolicamente anunciado nos pormenores do rosto, da voz e dos gestos.
O amor é uma escolha profunda. (Ortega y Gasset)
Ela e suas circunstâncias [parafraseando Ortega y Gasset]
Vivera aquele Natal cálido e chuvoso
Metida num frente-unica amarelo,
Pés vestidos de esmalte carmim
Envolta num blois encarnado
Nos cabelos flores,
Na boca, apenas o sorriso largo.
Frida Khalo em pleno Pedro Almodóvar.
Viveu a celebração dos afetos reais
Abandonou os abraços partidos
Dependurados [na chuva]
Não se abandona mais, não há perigo.
Era agora o que sempre fora e não havia se dado conta:
Uma mulher como poucas
Uma mulher para poucos.
O amor é uma escolha profunda. (Ortega y Gasset)
Ela e suas circunstâncias [parafraseando Ortega y Gasset]
Vivera aquele Natal cálido e chuvoso
Metida num frente-unica amarelo,
Pés vestidos de esmalte carmim
Envolta num blois encarnado
Nos cabelos flores,
Na boca, apenas o sorriso largo.
Frida Khalo em pleno Pedro Almodóvar.
Viveu a celebração dos afetos reais
Abandonou os abraços partidos
Dependurados [na chuva]
Não se abandona mais, não há perigo.
Era agora o que sempre fora e não havia se dado conta:
Uma mulher como poucas
Uma mulher para poucos.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
A Ceia de Natal
Eu dizia das mulheres da minha família na cozinha em época de Natal. Dizia das lembranças dos odores, dos sabores daqueles deliciosos Natais em família.
A cidade em que moro tem uma significativa parcela de moradores sazonais. Nesta época do ano, muitos, por razões profissionais, não podem ir ver suas famílias nos estados de origem.
Eu, de outro lado, a cada dois anos fico sem filh@s no Natal. Coisas de uma mulher separada. Natal de pai. Nessas ocasiões realizo lá em casa o Natal do MSF_BSB. O que significa? Bem, Movimento dos Sem Família em Brasília.
Este ano terei um desses maravilhosos Natais entre amig@s querid@s. Há duas semanas venho testando receitas, pensando o menu, experimentando misturinhas, sabores e preparando os presentes - feitos por mim, um a um - para as pessoas maravilhosas que estarão comigo esta noite.
Fiz azeite aromatizado. Doce de cupuaçu aromatizado com pimenta da jamaica (experiência), biscoitos amanteigados e antepasto de bacalhau (receita maravilhosa, testada e aprovada, do pai do meu grande amigo Tibagi). Estão lindamente acondicionados em potes de vidro decorados [by myself]. Tudo simples, mas feito com muito carinho e dedicação.
Em cada pote uma parte de mim, um pedacinho do enorme afeto que sinto pel@s que receberão a dádiva. Demonstração de todo o amor que posso compartilhar, de tudo de bom que tenho para dar, porque
É NATAL, E TODOS TEMOS DIREITO A ACONCHEGO, AFETO, AMOR, AMIGOS POR PERTO.
A cidade em que moro tem uma significativa parcela de moradores sazonais. Nesta época do ano, muitos, por razões profissionais, não podem ir ver suas famílias nos estados de origem.
Eu, de outro lado, a cada dois anos fico sem filh@s no Natal. Coisas de uma mulher separada. Natal de pai. Nessas ocasiões realizo lá em casa o Natal do MSF_BSB. O que significa? Bem, Movimento dos Sem Família em Brasília.
Este ano terei um desses maravilhosos Natais entre amig@s querid@s. Há duas semanas venho testando receitas, pensando o menu, experimentando misturinhas, sabores e preparando os presentes - feitos por mim, um a um - para as pessoas maravilhosas que estarão comigo esta noite.
Fiz azeite aromatizado. Doce de cupuaçu aromatizado com pimenta da jamaica (experiência), biscoitos amanteigados e antepasto de bacalhau (receita maravilhosa, testada e aprovada, do pai do meu grande amigo Tibagi). Estão lindamente acondicionados em potes de vidro decorados [by myself]. Tudo simples, mas feito com muito carinho e dedicação.
Em cada pote uma parte de mim, um pedacinho do enorme afeto que sinto pel@s que receberão a dádiva. Demonstração de todo o amor que posso compartilhar, de tudo de bom que tenho para dar, porque
É NATAL, E TODOS TEMOS DIREITO A ACONCHEGO, AFETO, AMOR, AMIGOS POR PERTO.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
É Natal...
Costumo ser mordida pelo bicho-resmungão no Natal. Não sei o porquê. Tive experiências ótimas de Natal. Em minha família sempre foi uma festa linda, com todos os tios e tias, primos e primas reunidos em torno do patriarca e da matriarca da família de minha mãe.
Passava o ano inteiro esperando por aquelas férias, pelo Natal. As mulheres reuniam-se na cozinha para preparar os acepipes, enquanto os homens (cultura patriarcal é uma 'graça) passavam o dia jogando War, bebericando whisky ou cerveja e comendo as delícias que saíam periodicamente da cozinha.
Eu, filha primogênita, neta primeira, primeira sobrinha da família (e muito metida) ficava com o segundo grupo. Pode ser uma surpresa para aqueles que me conhecem e sabem de meu amor pela culinária, pelas panelas, temperos, sabores. Mas é verdade. Ficava com os homens da família jogando War, e, não raras vezes, venci os marmanjos do alto de minha precocidade.
Os dias passavam assim, entre risadas, sabores, companheirismo. A noite de Natal, em que sempre nos arrumávamos com roupas especiais, era linda para nós. Só muito mais tarde me dei conta de que em algumas famílias não há boas lembranças, em outras sequer há lembranças. Mesmo a tradicional briga da véspera, hoje tem gosto de saudade. Era seguida de pedidos de perdão emocionados, abraços e afetos. Éramos uma família grande e feliz.
Quem conhece meus textos anteriores sobre o Natal 2006 e sobre o Natal 2007 sabe que tenho sido por vezes ácida/irônica, outras panfletária. Os textos anteriores em nada lembram uma Poliana natalina, com estrelinhas nos olhos, convicta de um mundo melhor.
A verdade é que vinha guardando minhas convicções para os outros 364 dias do ano e no Natal, escrevia na contra-mão do universo. Nada de Jingle Bells. Esse ano, minhas lembranças de família falaram mais alto que qualquer contra-mão e resolvi honrar a tradição do ''Natal tempo de Harmonia e de Fraternidade''.
Sim, o Natal é especial para mim. Sempre foi parte de minhas mais doces lembranças de infância. Este ano, Feliz Natal para Todos/Feliz Natal! Celebremos a AMIZADE, o AMOR, a PAZ e a HARMONIA, porque
TODOS TEMOS DIREITO A ACONCHEGO NO NATAL.
Passava o ano inteiro esperando por aquelas férias, pelo Natal. As mulheres reuniam-se na cozinha para preparar os acepipes, enquanto os homens (cultura patriarcal é uma 'graça) passavam o dia jogando War, bebericando whisky ou cerveja e comendo as delícias que saíam periodicamente da cozinha.
Eu, filha primogênita, neta primeira, primeira sobrinha da família (e muito metida) ficava com o segundo grupo. Pode ser uma surpresa para aqueles que me conhecem e sabem de meu amor pela culinária, pelas panelas, temperos, sabores. Mas é verdade. Ficava com os homens da família jogando War, e, não raras vezes, venci os marmanjos do alto de minha precocidade.
Os dias passavam assim, entre risadas, sabores, companheirismo. A noite de Natal, em que sempre nos arrumávamos com roupas especiais, era linda para nós. Só muito mais tarde me dei conta de que em algumas famílias não há boas lembranças, em outras sequer há lembranças. Mesmo a tradicional briga da véspera, hoje tem gosto de saudade. Era seguida de pedidos de perdão emocionados, abraços e afetos. Éramos uma família grande e feliz.
Quem conhece meus textos anteriores sobre o Natal 2006 e sobre o Natal 2007 sabe que tenho sido por vezes ácida/irônica, outras panfletária. Os textos anteriores em nada lembram uma Poliana natalina, com estrelinhas nos olhos, convicta de um mundo melhor.
A verdade é que vinha guardando minhas convicções para os outros 364 dias do ano e no Natal, escrevia na contra-mão do universo. Nada de Jingle Bells. Esse ano, minhas lembranças de família falaram mais alto que qualquer contra-mão e resolvi honrar a tradição do ''Natal tempo de Harmonia e de Fraternidade''.
Sim, o Natal é especial para mim. Sempre foi parte de minhas mais doces lembranças de infância. Este ano, Feliz Natal para Todos/Feliz Natal! Celebremos a AMIZADE, o AMOR, a PAZ e a HARMONIA, porque
TODOS TEMOS DIREITO A ACONCHEGO NO NATAL.
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