terça-feira, 17 de novembro de 2009

Hoje é Terça-Feira! É?

Miró



Sim, estou como folha ao vento sendo levada pelo tempo que arrebata.




Hoje é terça-feira! Já?

Sim, o tempo passa e passa. Os dias, as horas, os minutos.

Hoje é terça-feira! Não?

Sim, e o fim de semana habita o tempo que já não existe.

Hojé é terça-feira! Não é quarta?

Sim, não é ontem, nem amanhã.

É hoje: o único tempo que existe

E existindo: voa!

Vai ficando para trás, hora após hora.

A terça-feira passa; eu fico!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

XIII Feira Pan Amazônica do Livro - Aí vou eu!!!


Momento diário íntimo [em público]= gritar para o mundo o que está acontecendo, o que estou sentindo.




Bem... Hoje viajo para Belém/PA. Pode parecer bobagem, mas preciso dizer: Estarei na XIII Feira Pan Amazônica do Livro lendo em público - pela primeira vez - meus poemas!!! Dividirei a mesa com poetas Camila do Valle, Izabela Leal e Ricardo Pinto de Souza.

Estou como criança a espera de presente de Natal(!) e muito honrada que ocorra em Belém, cidade que me alfabetizou.

Estarei twittando, portanto quem quiser acompanhar pode seguir no twitter as impressões e novidades na Feira, a experiência de leitura pública y otras cositas mas. Porque

TODA MULHER TEM DIREITO A SER CRIANÇA E GRITAR SUA FELICIDADE PARA TODA A REDE OUVIR!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

III Carta de Anita Lopes a Caio Marques

Querido Caio,


Receber resposta foi alentador e me encheu de esperanças. Vida nova, nova experiência é sinfonia para meus ouvidos. Tranquiliza-me saber que teu coração está voltado para o presente e, para o futuro. Amo-te. Saber-te próximo nesse momento delicado é muito importante.


A situação política piorou muito. Líderes do LLM foram presos, o que nos deixou muito tensas por aqui. Às vezes irrita saber que eles, embora corretos em sua luta, impulsivamente ''colocam os pés pelas mãos'', perdendo valiosas oportunidades de avançar em seus objetivos maiores. O governo central busca dar solução ao caos que se instalou, mas a instabilidade reina por aqui.


Lideranças locais despreparadas tomaram medidas igualmente impulsivas agravando a situação e os negociadores enviados no primeiro momento não lograram êxito na tentativa de apaziguar os ânimos. Seremos eu e R. designadas para a segunda rodada de negociações. Ainda não decidimos qual será a estratégia, já que a tormenta está cada dia mais intricada.


Seria muito bom que você estivesse aqui. Sua sensatez nesses momentos faz muita falta, assim como sua mão forte segurando a minha. M enviou mensagem a todos nós orientando-nos como proceder doravante. A comunicação foi como um bálsamo, ele sempre consegue transmitir muita tranquilidade a todo o grupo.

Bom, meu amor, por agora tenho de deixá-lo. Amanhã teremos os primeiros encontros para decidirmos a estratégia.


Forte abraço,

Anita

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Manifesto - À Luta, Mulheres

Manifesto em defesa da liberdade e da autonomia das mulheres

NÃO À VOLTA DA INQUISIÇÃO

Mulheres do mundo inteiro lutam há milênios contra as opressões a que foram e continuam sendo submetidas.

Contra a inquisição elas não se calaram e, mesmo sob torturas e mortes, lutaram pelo direito à liberdade. Lutaram por igualdade/liberdade/fraternidade na Revolução Francesa e escreveram a 1ª Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã e, mesmo tendo como resposta a esta luta a condenação à guilhotina, não pararam de lutar.

Conquistaram os direitos civis com as lutas sufragistas, direitos trabalhistas, cidadania e o das últimas décadas do século XIX em diante, acrescentaram o direito de decidir e a autonomia sobre o próprio corpo nas lutas cotidianas.

Nós brasileiras, nos somamos às mulheres do mundo todo, lutando contra a escravidão, contra diferentes ditaduras e tantas outras formas de opressão. Consolidamos direitos iguais como cidadãs e cidadãos na Constituição Federal de 1988, entre eles o direito de ir e vir para todas as pessoas que vivem neste país, independente de orientação sexual, idade, raça/etnia.

A erradicação de toda forma de violência e discriminação contra as mulheres é um compromisso firmado pelo Estado brasileiro em diferentes tratados internacionais de direitos humanos, como: a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir, e Erradicar a Violência contra a Mulher, da OEA (Convenção de Belém do Pará) e da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), da ONU, e em leis nacionais como a Constituição Cidadã e a Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha. E é uma das prioridades nas ações do governo, por meio do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, assumidos pelo Estado de São Paulo e pelos municípios da Região do Grande ABC.

Num Estado de Direito como o nosso, constituído e baseado nos princípios da democracia e do respeito à liberdade e igualdade de mulheres e homens, independente de pertencer a qualquer raça, cor, credo, orientação sexual ou idade; não podemos admitir que atitudes como a das e dos alunos/as da Universidade Bandeirantes (UNIBAN), que no dia 22/10/2009 discriminaram e ofenderam Geysi Arruda, aconteçam de forma impune.

Manifestamos nossa total indignação à violência sofrida pela aluna Geysi Arruda e pelo cerceamento da sua liberdade e exigimos que sejam tomadas todas as medidas no sentido de apurar as responsabilidades por tais atos e que as pessoas envolvidas respondam perante as instâncias cabíveis.

Apelamos para que a UNIBAN promova atividades de esclarecimentos e reflexão sobre direitos humanos e respeito à autonomia das mulheres, como formas de contribuir para a garantia da igualdade entre as pessoas, sem nenhuma forma de discriminação.

Continuaremos lutando sem deixar retroceder nem um milímetro das nossas conquistas, em especial a nossa autonomia.

São Bernardo do Campo, 03 de setembro de 2009.


FRENTE REGIONAL DE COMBATE À VIOLÊNCIA
GRANDE ABC PAULISTA E REGIÃO







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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Carta de Anita Lopez a Caio Marques II

Caio,


A tensão está aumentando por aqui. Cada dia mais angústia, menos paz. Estão todos irritados, mesmo com a proximidade das festas. Como se lhes faltasse algo que nem se sabe se de fato faltará. A ausência dos amigos e das amigas, a distância da família e nos coloca a todos em estado de anseio. Estamos sensíveis e qualquer coisa é motivo para pequenas desavenças, lágrimas e desejo de desaparecer no próximo kilometro. As disputas internas por algum tipo de poder seguem dominando o ambiente, estou cansada. Já não sei qual o sentido de tudo isso se nossas vidas valhem tão pouco.


Os dias passam lentos, enquanto arrastamos nossos corpos dia após dia, noite após noite, em busca de uma solução pacífica para essa situação estapafúrdia. O cansaço já nos tomou. R. continua serena, embora algo distante. A beleza plácida e o andar tranquilo me encantam. Seus olhos não perdem a paz. Com toda a saudade e a distância permanece lúcida tocando as decisões que precisam ser tomadas. M. a reconforta em constantes contatos.


Sinto tua falta, mas sei que escrevo para preencher o vazio que há em mim. A última notícia foi quase telegráfica. Temos notícias que por aí não está fácil igual. Soubemos que muitos estão migrando em razão da insegurança que se instalou por essas bandas. Imagino que não esteja sendo fácil para ti. Viajar horas e horas, pousar em qualquer lugar, comer sei-lá-o-quê. Aqui pelo menos temos o conforto de voltar para algum tipo de lar. Uma noite dormida tem valido ouro.


... Na verdade não tenho parado de pensar em nosso último encontro. Saber que você ainda a ama, me arrebenta o coração. Não entendo por que depois de tudo você ainda me procurou. É como se você fosse uma criança levada que se esconde e deixa o pé de fora. Veio até mim, deixando o rastro de seu eterno amor por ela a mostra. Mas certas coisas não têm explicação: você voltar; mostrar que ainda a ama; e eu te aceitar.


Por agora, meu querido é o que tenho a dizer. Fique bem.


ALopez