terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Pinguim

Sinceramente?
Não sei.
Só sei que é assim.
Eu buscando você,
você escapando de mim.

E o pinguim continua esperando por uma geladeira

[sobre a qual - absoluto - reine]!

Travessia



O real da vida se dá, nem no princípio e nem no final.
Ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.
Guimarães Rosa



...mas toda travessia tem um princípio. Um primeiro passo, um lugar de partida. O real pode não estar nem no princípio, nem no final, como diz Guimarães Rosa. Nem no ponto de partida, nem no de chegada. Mas sempre haverá o ponto de onde se parte e esse ponto é determinante para os rumos que se vai tomar no trajeto.

Posso não saber para onde vou, mas preciso saber de onde venho. Em que ponto nossas retas se encontraram.

Então, qual o nosso ponto de partida?

Somos retas paralelas? Estamos caminhando sozinhos e decidimos partilhar um pedaço da estrada para ocupar o vazio ou decidimos de fato fazer o caminho juntos?

Chegar, não sei onde. O caminho vai nos mostrando. Atalhos, desvios, pontes, rios, mares, não se sabe o que teremos pela frente. Mas o ponto de partida, esse é fundamental conhecer.

Ele é definidor de como enfrentaremos os desafios e desvios do caminho.

Então, pergunto: De que ponto você quer partir?



TODA MULHER TEM DIREITO A SABER DE ONDE ESTÁ PARTINDO, MESMO QUE NÃO SAIBA PARA ONDE.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Renascer


''(and I) Ride the winds of a brand new day
High where mountain's stand
Found my hope and pride again
Rebirth of a woman

Time to fly'' (Rebirth - Angra)




Ontem assisti o [re]nascimento de uma mulher.

Eu vira todo o seu potencial dilacerado
exposto numa ferida rosa e carmim.

Agora estavaa inteira
só  como É.

Mulher talentosa,
vibrante,
Afeto
Sabores e sorrisos

Ontem assisti seu [re]nascer
E cheia de esperança
Voltei ao ninho.


TODA MULHER TEM DIREITO A RENASCER E A REINVENTAR SUA HISTÓRIA!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Gosto

Outro dia uma-amiga-de-uma-amiga-minha contava que não consegue cozinhar só para ela. Nos fins de semana, quando não sai para almoçar com amigos ou amigas – ou ambos – acaba se alimentando de tudo-e-qualquer-coisa que encontra na geladeira. Argumentava, que não vê graça em preparar uma refeição completa para si mesma, preparar a mesa e comer sozinha.

Pensando sobre o tema, busquei referências para falar sobre o assunto. No último sábado, por exemplo, comecei a preparar a refeição ao meio dia, terminei o cafezinho – aromatizado com amêndoas – às quatro da tarde, no sofá, completamente satisfeita (e sozinha). Desde a escolha do menu, passando pela compra dos ingredientes, a decoração da mesa e à escolha da música, tudo foi minuciosamente selecionado com a finalidade de me proporcionar um momento de afetividade e magia.

Aprendi em casa que comida é expressão de afeto. O ato de cozinhar é declaração de amor. Cozinhar é linguagem. O tempo e a energia dedicados à preparação de um prato, a forma de apresentação, o cuidado com a arrumação da mesa, a harmonização do prato com a bebida e a música, com o clima fala sobre a relação entre quem prepara e para quem se prepara.

Cozinhar, para mim, é: Pura Magia. Combino elementos com sabores, com texturas, com aromas e com cores diferentes. Essa combinação tem algo de alquimia e de intuição. Os elementos e os sentidos são equibilibrados num bom prato, porque a nutrição é antes de tudo equilíbrio e o paladar não é um sentido solitário.

Ao contrário, a ele estão inexoravelmente associados o olfato, o tato, a audição e a visão. A refeição é, portanto, integração dos sentidos com tudo o que compõe o momento. Por isso mesmo, deve ser vivido com consciência e presença.

Pode ser ainda oportunidade de reunir pessoas queridas para confraternizar, compartilhar o tempo, as idéias e o prazer da comida. Esses encontros, regados a boa bebida, a leveza e a alegria são oportunidades incríveis de pausar a vida e entregar-se ao hedonismo pleno.

E aí vem a questão: É possível extrair prazer, afeto e nutrição quando se está sozinha?

Ixi, claro!- Não hesitaria em responder. Importa saber, no entanto, o quão importante você é para si mesma, o quanto de estima e cuidado tem por si. Quando a auto-estima está em alta, fica fácil dedicar poucos minutos ou horas preparando uma deliciosa refeição, arrumar uma bela mesa, com direito a melhor louça e as taças incríveis de cristal – presente especial do último Natal - com direito a flores, criar um clima, escolher trilha sonora, especialmente para si. Esta é uma manifestação inequívoca de cuidado e afeto.

Escolher os melhores ingredientes, equilibrar os elementos da refeição para que seja nutritiva e saborosa; preparar com atenção e com desejo; temperar com o coração, sentindo a seleção de especiarias e compensando sal, doce, ácido e básico – yin e yang – optando por aromas harmônicos. Arrumar o prato ‘’como se fosse um ramalhete de flores do campo’’ significa nutrição plena do corpo e da alma.


Durante a refeição importa saborear, trazer para as papilas gustativas, o olfato, o tato e, por que não a audição, boas lembranças. Viver o momento, estar presente. Sentir de verdade a temperatura, a textura, o sabor, o aroma. Sentir a música ao fundo, sem ser agredida por ela, é puro prazer. Aposto que não dá nem para sentir o tempo passar ao viver intensamente esse momento inteiramente seu, porque:


TODA MULHER TEM O DIREITO DE RECEBER PRAZER E AFETO – PRINCIPALMENTE DE SI MESMA.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Chega a Primavera

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.(Cecília Meireles)



Sábio ciclo da vida, sábias palavras das avós que desde sempre nos ensinam que não há mal que nunca cabe, nem bem que dure para sempre. No cerrado essa lição é tão perceptível. Os gramados secos e cinzentos são rapidamente substituídos pelo verdejante vivo da primavera que chega. Os ipês amarelos, roxos, rosas, as paineiras todas floridas indicam que há vida em seus troncos secos e aparentemente ocos.

É certo que a primavera chega, como diz Cecília, é certo que a vida não esquece e a terra maternalmente se enfeita para as festas de sua perpetuação.

É, pois, momento de celebrar as cores, os aromas, o novo ciclo de vida. É tempo de amor, romance, passear no parque de mãos dadas e comer pipoca ao ar livre. Tempo de reunir os amigos e as amigas em torno da mesa cheia de afetos, de sabores e de cheiros gostosos e aconchegantes, deliciosamente embalados por vinho branco e fresco levemente frutado - mas não doce, por favor - na temperatura ideal para o clima ameno desta época do ano.

Tempo de guardar as cores neutras do inverno em grandes caixas no alto do armário e vestir-se de cor-de-rosa e jasmim, de amarelo, de alfazema e fazer parte da paisagem alegre da temporada das flores. Hora de cortar os cabelos radicalmente e deixar os cachos livres e soltos para saborearem a brisa do fim da tarde.

É tempo de primavera, de renovar-se, de florir, mas como bem disse o Edu outro dia - compartilhando seus sentimentos aqui - ''É preciso desejar o novo, florar "revolucionariamente", pois o rio não corre parado''. Abrir-se em rosas escancaradamente lindas. Deixar a primavera tomar conta do coração e deixar-se banhar pela energia da temporada, que teimosa invade os vidros dos escritórios, libertando nosso bem mais precioso: o amor, porque



TODA MULHER TEM DIREITO A FLORES, AGORA E SEMPRE.