Há dias em que o tempo voa,
Há outros em que as horas
[preguiçosas]
se arrastam
[lentamente].
Hoje nem começou e o vento balança as cortinas contra o vidro sujo da janela.
''Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta... Uma mulher que merece viver e amar'' como outra qualquer do planeta''(...)
Saiba Mais de Maria
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
O Passado Passou

'O passado passou!'A frase ficou em minha cabeça como uma trilha sonora suave. Com os olhos voltados para trás, uma amorosidade insuspeita tomou conta de mim. Nada. Nada de que me arrependa. Reconheço a humanidade. A menina, a moça, a mulher que fui fez escolhas, agiu e reajiu como fora possível.
Reconciliei-me com o passado. Dele resta amorosidade e compreensão por mim e por aqueles com quem compartilhei o caminho, com quem ainda compartilho a jornada. O passado passou e o que ficou foi acolhimento e gratidão pelas histórias vividas, pelo aprendizado, pelas escolhas, pela experiência.
Ouvi certa vez que as escolhas, como as experiências não são boas ou más.São escolhas e experiências simplesmente. A escolha de hoje foi um texto com gosto de brisa de fim de tarde, com jeito de pôr-do-sol no Arpoador, com cheiro de chuva POR QUE
TODA MULHER TEM DIREITO A RECONCILIAR-SE COM O PASSADO
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Pequenos Prazeres

Há um prazer indescritível, como uma brisa suave em fim de tarde, que toma conta de mim quando recebo um livro pelo correio. Sentir seu cheiro, percorrer avidamente todas as linhas das orelhas e da contracapa. Se este livro foi comprado num sebo, aí é melhor ainda. Há uma curiosidade quase infantil por saber se virão notas, grifos ou comentários.
Busco adivinhar-lhe as origens. Descubro pelo envelope que esse maravilhoso exemplar - "Um Teto Todo Seu'', de Vírginia Woolf - veio de um sebo no Paraná, mais precisamente na centro da capital - Curitiba - da Papirus, onde, certo dia, alguém o depositou. Que terá motivado a desfazer-se de tal preciosidade? Terá tido prazer com a leitura dessas linhas esplendidamente escritas por Virgínia? Ou terá sido aborrecido? Foi um homem ou mulher que antes o usufruiu?
Folheio despretenciosamente o livro, não em busca de defeitos, mas de pistas sobre outras pessoas que tenham interagido com o ensaio da escritora inglesa. Nada, nenhum vestígio. Será que não causou qualquer sentimento? Ou será que caiu nas mãos de alguém excessivamente metódica e organizada que lavra suas notas em pequenos ou grandes blocos de papel que traz consigo no momento da leitura? Não sei.
Não há como saber. Infelizmente. Eu, de outro lado, sempre deixo muitos rastros por onde passo. Não sei ler apenas com os olhos. Preciso de mais. O tato me é fundamental e o diálogo com a autora: indispensável. Grifos, notas, post its coloridos e até manifestações de concórdia, tristeza, dor, exultação: com o olhar, com as mãos ou mesmo em voz alta. Tudo faz parte dessa relação que estabeleço com o livro, com as letras e com a autora. Puro prazer, traduzido em brilho nos olhos e sorriso sutil. Pura felicidade.
Quem me lê poderá achar que sou apegada aos livros. Não posso dizer que sou. Na verdade eu os amo e por amá-los quero-os livres para voarem e pousarem em outros cantos, para dialogarem com outros leitores e fazerem felizes - ou não - outros corações. No entanto, é de registrar que alguns exemplares são tão caros a mim, pela relação que estabelecemos - eu e suas linhas - que não consigo me desvencilhar deles. Guardo-os carinhosamente, cheios de grifos, notas e post its para revisitá-los em algum momento - próximo ou distante - e quem sabe com olhos diferentes encontrar-me com eles. PORQUE
TODA MULHER TEM DIREITO AO (RE)ENCONTRO.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Você sabia que as tartarugas põem ovos no verão?

E que...
...O Ipê branco é espécie nativa do cerrado e do pantanal brasileiros? Muito apreciado por sua beleza e exuberância, fica totalmente branco quando da floração, que ocorre em geral no mês de agosto e dura apenas dois dias. O ciclo do Ipê branco é de doze meses, quando então ocorre nova floração.
E que...
A gestação na espécie humana cumpre um ciclo de nove meses ou 39 semanas? Desde a concepção, quando se inicia o ciclo, o organismo da mulher passa por numerosas transformações, enquanto o feto se desenvolve até que esteja pronto para o nascimento.
também que...
...O ciclo menstrual inicia-se no primeiro dia da menstruação? A menstruação é a descamação do endométrio, e consequente sangramento. Isto ocorre por que os ovários reduzem muito a secreção de hormônios, e estes, por vários mecanismos, reduzem o estímulo ao endométrio, ocasionando a morte de suas células e a descamação. A cada 28 dias, em média, um novo ciclo inicia.
Pois é...
A vida tem ciclos, há quem diga que a cada sete anos nossas vidas se renovam, e iniciamos um novo ciclo. O ipê branco, assim como outras espécies vegetais, tem seus ciclos - de floração (dois dias) e de espera (doze meses); as tartarugas põem seus ovos no verão, em períodos de doze meses também. Relacionamentos também têm ciclos. Começam com o enamoramento e chegam ao término - em algum momento - sem regras fixas ou períodos pré-fixados, apesar da farta literatura sobre a ''crise dos sete anos'' no casamento.
Venho refletindo há exatos vinte oito dias sobre o final do relacionamento. A reflexão, assim como a dor, foi parte do ciclo de luto inerente ao ocaso desse amor. Passei do espanto, à tristeza, da dor à gratidão. Da dúvida à compreensão. Busquei sinceramente razões para – tal qual num drama mexicano – sofrer. Não sofri. Não sofri por que vivi os últimos dezessete meses uma relação que se iniciou com um encantamento curioso e foi se constituindo - pouco a pouco - na melhor experiência a dois pela qual passei até hoje:companheirismo, carinho, respeito e confiança foram a tônica desse amor.
A despeito do e-mail (sim, ele terminou por e-mail tal qual Gregoire Bouiller), sou grata a esse homem que tanto me ensinou. Ele segurou minha mão quando precisei e me acolheu generosamente em sua casa, quando – longe da família – adoeci e precisei de ninho seguro e aconchegante. O que posso falar dele, senão dos bons sentimentos que o tempo, a convivência e a felicidade, foram tecendo em mim?
De outro lado, sinto-me tranquila porque me dei inteira. Fui meu melhor, todos os dias, a cada dia. Fui companheira, amiga, amante. Nada omiti sobre meus sentimentos, revelei minhas dúvidas, meus temores, meu amor despudoradamente. Estive presente, talvez tão completamente que não tenha sobrado espaço para que sentisse minha ausência. Mas entreguei-me e não me arrependo.
Vinte e oito dias se passaram. Um ciclo de mulher. Momento de descamar as células mortas e preparar-me para o novo ciclo que se inicia.Uma parte de mim se vai, outra surge das entranhas. Não afastarei as boas lembranças, nem o sentimento que ainda me leva a ele, mas vou retomar meu caminho. Escolhi ser feliz, PORQUE
TODA MULHER TEM DIREITO A ESCOLHER.
P.S. Obrigada pelo Post-it.
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